Eleições 2020: Entrevista com Levon Nascimento, pré-candidato a Prefeito de Taiobeiras – Norte de Minas Gerais

O Jornal Folha de Condeúba, nesse ano eleitoral de 2020, em respeito a democracia, inova e vem abrir um espaço público destinado exclusivamente a todos os Pré-candidatos a Prefeito, vice-Prefeito e Vereadores, para que os mesmos exponham seus currículos, bem como suas propostas de trabalhos.

Essa entrevista dessa série, será com o Professor Levon Nascimento, pré-candidato a prefeito de Taiobeiras, Minas Gerais.

CURRÍCULO

Levon Nascimento, professor de história na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, nascido em Cordeiros, no sudoeste da Bahia, mas criado desde os três anos de idade em Taiobeiras, na microrregião do Alto Rio Pardo (Norte de Minas Gerais), foi escolhido pelo PT como pré-candidato a Prefeito de Taiobeiras.

Após uma prévia apresentação do seu currículo, o Jornal Folha de Condeúba através do seu repórter Cleyton Silveira fará uma entrevista com o pré-candidato a prefeito Professor Levon Nascimento (PT), conforme segue:

1) Por que logo se candidatar a prefeito e pelo PT, numa cidade reconhecidamente conservadora e antipetista?

Acredito que Taiobeiras não é tão conservadora politicamente como dizem. Em minhas conversas com o povo, tenho visto muita gente com vontade de expressar uma visão de mundo mais progressista, generosa e humanizada, como é típico do PT e das esquerdas, mas que tem medo do discurso socialmente egoísta, predominante, de uma parcela pequena da sociedade taiobeirense, mas que consegue ainda abafar a voz de muitos. O antipetismo é uma realidade em todo o Brasil. É fruto de uma campanha sistemática da mídia ligada ao grande capital que tratou de apontar os escândalos de corrupção como obra unicamente do Partido dos Trabalhadores. Na verdade, odeiam o PT não pela corrupção – que obviamente deve ser combatida em todos os partidos e nas demais organizações do mercado e da sociedade – mas pelo amplo processo de inclusão social e emancipação do povo carente e trabalhador que essa agremiação política realizou nos seus mandatos presidenciais. Por isso, para dialogar e dar voz ao povo de Taiobeiras, que se sente intimidado por uma pequena elite bem-de-vida, que sou pré-candidato a prefeito.

2) Como é Taiobeiras?

É um município vibrante, arrojado, com vontade imensa de crescer, desenvolver-se e prosperar. Temos um povo alegre e que valoriza muito a sua cidade, com enorme potencial de desenvolvimento humano, social e econômico. O taiobeirense, em si, é muito trabalhador e criativo. Mas ainda há muita coisa que emperra o nosso desenvolvimento. Uma delas é a desigualdade social. Poucos têm muito; e a maioria sobrevive com pouco ou quase nada. A falta de água é outro problema crônico, principalmente na cidade; a tragédia dos caminhões-pipas ainda nos assombra a cada final de ano. A violência urbana, recentemente controlada pelas forças de segurança, precisa ser encarada como processo sistemático, para que não retorne; para isso, é urgente criar estratégias que gerem oportunidades econômicas e educacionais, principalmente aos jovens dos bairros mais afastados do centro. Enfim, Taiobeiras tem muito mais a avançar, se tiver uma administração de perfil progressista e humanizado.

3) Quais são os projetos em disputa até o momento na eleição de Taiobeiras?

Já dizia a velha raposa política mineira, Magalhães Pinto, que política é como nuvem, ou seja, numa hora está de um jeito; poucos segundos depois, está de outra forma. Por enquanto, vejo em disputa quatro projetos: 1º) Política para o bem-comum ou para o bem-estar social de todos; 2º) Política para ter o poder para sempre; 3º) Política para ter o poder pelo poder; e 4º) Política para montar palanque em 2022.

4) E qual é o seu projeto?

Eu venho de uma escola política que se iniciou nas pastorais sociais da Igreja Católica. Fui da PJ e das CEBs. Lá, aprendi que a boa política é aquele que promove o bem-comum para todos, especialmente para os excluídos, marginalizados e carentes dos bens essenciais à vida. Então, meu projeto é o da política para o bem-estar social de todos. Não é mais possível, já na terceira década do século XXI, que as políticas públicas de Taiobeiras não estejam voltadas para a maioria do povo que sofre com o empobrecimento, o desemprego, a discriminação social, a falta de água e a violência cotidiana. A nossa proposta é mudar as prioridades. Ir aos bairros carentes, às comunidades rurais, levando a presença das políticas públicas a todos e a todas. O principal é que a Prefeitura, dentro de suas competências, resolva os problemas do município com transparência, diálogo, combate à corrupção, dando prioridade à vida, à educação, à saúde e aos que mais precisam; sem discriminação do pobre e sem privilégios para “os chegados”.

5) Você nasceu na Bahia, mas vive desde criança em Minas Gerais. É baiano ou mineiro?

É interessante essa pergunta, porque me permite dizer que a história de Taiobeiras está intimamente ligada à Bahia. O fundador do povoado de Bom Jardim das Taiobeiras no final do século XIX, o tropeiro Martinho Rego, era de Caculé/BA. Nosso primeiro prefeito eleito pelo voto direto Lúcio Miranda, natural de Jacaraci/BA, assim como várias outras figuras que se destacaram na trajetória do município, também baianas ou de famílias originárias da Bahia. Desse modo, e tendo sido criado desde os três anos de idade em Taiobeiras, sinto que estou intimamente ligado a este espírito taiobeirense, que é pragmaticamente mineiro, mas afetivamente baiano. Não é possível separar um de outro.

6) Conte-nos um pouco mais sobre sua vida.

Tenho 44 anos de idade, sou casado, pai de três filhos, professor, escritor com seis livros publicados e um outro previsto para sair no final deste ano, e mestre em políticas públicas pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. De origem muito humilde, afrodescendente e pertencente à classe trabalhadora, com muito orgulho. Entendo que minha participação no processo político de Taiobeiras objetiva principalmente a dar voz e vez a dezenas de milhares de taiobeirenses que, como eu, de origem humilde, não têm o devido espaço nas decisões que afetam diretamente às suas vidas. Eu acredito que um professor, trabalhador, sem fortuna, afrodescendente, pode ocupar o cargo máximo do município e, dessa forma, todos e todas também podem.

7) Como está a pré-campanha?

Estamos nos organizando, conversando com a sociedade, dialogando com a imprensa local, com as organizações comunitárias e com as demais lideranças políticas. De maneira alguma nós nos fechamos numa bolha ideológica. Somos abertos ao diálogo. Também focamos a organização da equipe. Nesta semana mesmo, formamos a Comissão de Redação do Plano de Governo, composta por treze pessoas altamente capazes, que irão coordenar cada área do projeto. O perfil de nossa equipe é de jovens, mulheres, afrodescendentes, trabalhadores do campo e da cidade e de representantes da diversidade, todos com capacitação na área em que irão orientar. É justamente o perfil que desejamos ver assumir a direção de Taiobeiras: diversidade e oportunidade para todas e todos.

8) E o planejamento de campanha?

Faremos uma campanha pé-no-chão, com poucos recursos. Até porque não os temos. E também porque será didático quebrar a ideia predominante aqui em Taiobeiras de que campanha eleitoral tem que ser cara, luxuosa e intimidatória, com compra de votos e baixarias. Focaremos no básico, no conteúdo e no diálogo com as pessoas, no respeito à inteligência das pessoas e aos adversários, e na tolerância política. Criamos um site de Financiamento Coletivo, a famosa “vaquinha” virtual permitida pela legislação eleitoral vigente. Quem quiser contribuir com nossa causa pode acessar o site https://professor-levon.financie.de/ e fazer a sua doação, com a quantia que lhe for possível.

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