Umbandistas são espancados após ataque com bombas a terreiro

Mães e pais de santo vítimas da agressão acreditam que o motivo seja intolerância religiosa. A Polícia Civil investiga o caso

Um terreiro de umbanda foi invadido na noite de segunda-feira (03/02/2020) por um grupo de pelo menos 30 pessoas, que jogaram uma bomba caseira dentro do local. O caso aconteceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Os religiosos foram atacados com pedradas, pauladas, socos e pontapés. Uma pessoa que estava no local foi espancada e teve alguns dentes da boca quebrados durante o ataque. Os pais e mães de santo vítimas do ataque acreditam que o motivo seja intolerância religiosa.

Solange Brito, de 51 anos, mãe de santo e uma das organizadoras do terreiro, disse em entrevista ao UOL que 12 pessoas estavam presentes no local no momento do ataque. “Foi a quarta vez que jogaram bombas. Nesse episódio, havia um bebê, que chegou a desmaiar. Quando saímos, eles vieram com paus e pedras pra cima da gente”, contou.

A mãe de santo contou que um de seus filhos, Jonhatan Brito, de 25 anos, que também estava no local, foi cercado e agredido. Ele precisou ser transportado de ambulância até uma unidade de saúde para receber atendimento médico. “Bateram na cara do meu menino, depois rasgaram a boca dele. Ele chegou a convulsionar. Ele foi atendido na unidade de saúde do bairro, ficou um dia internado e perdeu todos os dentes da frente”, contou.

Durante a entrevista, Solange contou que os agressores são pessoas do próprio bairro e que a religião é a causa do conflito. “Eles ficam caçando pretexto para arrumar confusão, ofendem a gente”, explica ela, que admitiu que chegou a tomar satisfação com as pessoas que jogaram a bomba. “Eu fui a primeira a sair, fui ver quem tinha jogado bomba, mas já fui xingada assim que sai. Nossa gente tomou as dores, e ai houve uma grande confusão”, disse.

Vizinha do Terreiro
Nathaly Souza, de 27 anos, é vizinha do templo religioso e afirmou que presenciou o ataque. Ela disse que ninguém identificou os autores. “Eu moro na rua do terreiro, tacaram bomba, mas ninguém viu quem foi. Pessoas foram atingidas no terreiro. Acho que todos deveriam ter respeito. Cada um tem sua crença”, afirmou a jovem.

A vizinha afirmou que a postura dos praticantes da religião piorou o problema. “Eles acusaram alguns meninos que estavam em uma laje, saíram para tomar satisfação e aí virou um tumulto. Mas não foram os meninos que jogaram a bomba”, disse.

A Polícia Civil de Ribeirão Preto investiga o caso.

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