O 2 de Julho e o reflexo da independência na politica condeubense

Por Paulo Henrique (Chefe de Gabinete da  atual gestão)

Hoje, dia 02 de julho, comemoramos a independência de nosso estado que marcou profundamente o processo de independência do Braisil. A Bahia, terra que deu vida ao país de santa cruz, foi o porto seguro da dominação portuguesa que desembarcou na costa baiana, lugar onde tudo se iniciou, inclusive o governo lusitano sobre as terras descobertas.
Falar de independência baiana, significa falar de liberdade plural de um povo que outora fora escravizado, torturado, explorado de todas as formas e até mesmo ignorado em sua cultura e tradição. A Bahia da escravidão e dos negros, passou a ser o lugar da diversidade, o lugar da arte, da beleza singular das baianas e das rodas de capoeira, da saborosa culinária e das manifestações de fé, inúmeras e plurais…
Bahia liberta, Bahia livre, Bahia que dá emancipação ao seu povo da capital e do interior. Sim, do interior e isso chegou também em nossa amada Condeuba, cidade antiguíssima, uma das mais velhas em tradição na Bahia inteira. Em 2022, Condeúba celebrou os 270 anos da festa de seu padroeiro Santo Antônio e isso vem para comprovar a rica história da pequena cidade baiana.
E por falar em independência baiana e em Condeuba, creio que o dia 02 de julho, assim como 07 de setembro, são dias singulares e que são carregados de um grande significado cívico, social, cultural, tradicional, que é necessário e nos faz bem usar destes dias simbólicos para comentar sobre os nossos pontos de vista com relação a assuntos sociais como a política.
E no interior da Bahia, falar de política é falar de independência e, neste contexto, mesmo estando um pouquinho distante de Salvador, Condeúba tem uma política de destaque e que merece ser observada, pensada e comentada por todos de maneira muito democrática e respeitosa, levando em consideração as mudanças do tempo e da história, lembrando que nada é definitivo, mas tudo caminha como uma metamorfose ambulante e a vida política é assim e funciona assim…
Em pleno ano eleitoral e com a aproximação da campanha para a eleição estadual e federal, como estão as previsões políticas para Condeúba? Pra onde caminha a política condeubense? Quais os caminhos que serão percorridos pelos “políticos tradicionais” da cidade que vai se politizando aos poucos? É uma ideia sem muita discussão, mas já se pode iniciar o debate sobre o futuro da política do município de Condeúba.
Falar de política em uma sociedade desafiadora como a sociedade condeubense, nunca será uma tarefa muito fácil, pois, diante das muitas perspectivas, opiniões e expeculações, sempre haverá os que preferem o tradicional e também os que preferem o novo, e isso é muito normal em um município pequeno onde dois grupos políticos ocupam seus determinados espaços e realizam seus distintos papéis: um governa e o outro faz oposição; tudo muito tradicional até aí e natural no processo democrático.
O grupo que governa, segue seu caminho próprio e planeja as ações com toda articulação que se é de esperar, mas, o nome do atual prefeito se consolida atualmente como uma das grandes lideranças de toda a história política do município, acompanhado de outros nomes de destaque que deixaram legados inconfundíveis na memória do povo.
O prefeito Silvan, com grande capacidade de diálogo, aproximação e articulação, conseguiu, mesmo sendo oposição ao governo da Bahia, construir uma ponte de comunicação com o governo, de forma inimaginável até mesmo por parte de seu próprio grupo político, pois, afinal de contas Silvan era oposição ao partido do governador.
Essa ponte permitiu a chegada de recursos, obras, convênios, pavimentações e muito trabalho de parceria entre Prefeitura e Estado, fazendo a diferença na política local de Condeúba, passando também pelas articulações dos vereadores que, de forma muito pontual, destinam seus apoios aos deputados que canalizam recursos para o município.
Mas, e o apoio do prefeito para com o governador? Como fica a sua caminhada política diante de tudo isso?
O prefeito Silvan segue firme no apoio ao governador Rui Costa e o faz com muita tranquilidade e serenidade, pois, foi honrado em seus pleitos e vai continuar dialogando com o governador, até mesmo porque o MDB, partido de Silvan, agora está fazendo parte da composição da chapa que vai concorrer a eleição da Bahia com o apoio do governador Rui.
A cidade, sendo beneficiada pelo Governo, vive tempos novos, com a realização de obras que mudaram a infraestrutura da sede, como a construção da Avenida Irmã Dulce, a praça defronte ao Hospital Municipal e muitas outras conquistas marcantes…
Mas isso vai determinar o futuro da política de Condeúba? Essa resposta é relativa; pode ser que sim e pode ser que nem tanto, mas uma coisa é certa: as influências acontecerão e isso é inevitável…
Condeúba não tem muito espaço para grupos que não sejam os tradicionais, no entanto, o nome do prefeito Silvan Baleeiro vai se consolidando como um “grupo”, um modelo de gestão, um nome capaz de reunir forças diversas em seu entorno, capaz até mesmo de agregar o apoio de eleitores de situação e oposição, coisa difícil de se ver em cidade pequena e de rivalidades históricas…
Seria a independência de um prefeito na história de Condeúba? Será que isso poderia acontecer de fato? Pode ser um pouco estranho para uma política que foi consolidada em grupos de lados diferentes. Seria uma grande novidade contemporânea na politica local, mas é um fato que precisa ser pensado e levado em consideração.
Não se pode afirmar nada, porém, da forma que está e no ritmo que segue a gestão atual, Silvan pode sim está conquistando uma certa “independência” política perante a opinião popular, a ponto de seu nome levantar a política de qualquer grupo e não o contrário.
Substituir esse modelo de gestão será uma tarefa desafiadora, pois, o sucessor ou sucessora, trará em seus ombros a responsabilidade de sustentar essa caminhada iniciada por Silvan e sustentar bem, com muito cuidado, pois, as comparações serão inevitáveis e se não houver equilíbrio, o nome de Silvan será sempre lembrado em qualquer eleição futura de maneira muito natural e espontânea, sendo assim um clamor popular…
Mas a política é um organismo vivo e se movimenta constantemente… Tudo pode acontecer e cada eleição tem sua particularidade e seu debate próprio. Não se sabe como será o próximo cenário, mas o espaço democrático vai garantir a disputa saudável de ideias, propostas, planos, intenções, e programas de governo variados por parte dos candidatos ou candidatas.
A OPOSIÇÃO seguirá seu curso próprio e vai tentar buscar o melhor projeto para apresentar, mas, poderá também se perder pelo caminho e isso pode causar uma maior instabilidade com relação a definição de uma chapa leve e que esteja em sintonia com a vontade e a expectativa popular, sem esquecer que o nome já apresentado no último pleito, terá sempre a maior representatividade, pois já construiu uma certa expectativa na sociedade e no eleitor.
A SITUAÇÃO vai concluir seu mandato com o líder Silvan, e também precisará de muito discernimento na escolha de um projeto que esteja em sintonia com o grande responsável pela transferência de votos e apoios que será a figura de Silvan. O grupo, não poderá deixar passar despercebido o debate sobre a continuação da gestão, mas, precisará ter, de forma madura e racional, a capacidade de apresentar algo novo, com uma cara nova, de um jeito novo para que os dois mandatos consecutivos não se tornem um peso nos ombros da chapa escolhida.
É assim que vejo o destino da nossa política, mas nada é definitivo e todo destino pode ser mudado e isso vai depender muito do que irá ocorrer até 2024. principalmente com a apresentação de possíveis nomes para a disputa pela eleição majoritária.
E com relação aos ex-prefeitos municipais, o que dizer da presença deles na política do município? Eles estão aí, são políticos, tem suas articulações e conseguem influenciar em muito na hora do corpo a corpo. Seus respectivos grupos tem a difícil tarefa de definir suas participações e até que ponto eles poderão influenciar as decisões internas.
Uma coisa é certa: os candidatos dos respectivos grupos, precisam dialogar com os ex-prefeitos para garantirem as candidaturas com o apoio da velha guarda, apoio esse que, por vezes é fundamnetal para caminhada e para o processo.
Esta minha opinião abrangente, é uma visão ampla dos destinos políticos de Condeúba. A intenção é colaborar com a construção do processo da democracia municipal, que perpassa por caminhos diversos, inclusive pelo caminho do diálogo saudável, aberto, livre, respeitoso e muito ponderado. Aqui, não estou fazendo previsões de futuro, mas estou apenas colaborando com o Jornal Folha de Condeúba que tem a intenção de ser um veículo de informação sobre diversos assuntos, inclusive sobre a política local.

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