Jornalista Paulo Nunes fala sobre democracia para alunos do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito

Atendendo ao convite da professora Ivana, mestra da matéria de geografia do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito, o jornalista Paulo Nunes proferiu uma palestra sobre democracia moderna, para uma platéia composta de alunos do primeiro ano do ensino médio, turmas B,C,D e E.
O jornalista passou a ideia para os jovens, que democracia é antes de tudo o respeito aos direitos que cada um tem, na sociedade moderna, mostrando que tais direitos, vão além do fato de que, de dois, em dois anos anos se realizam eleições e que, alguns tentam resumir democracia a tal fato, mas que a democracia vai muito além disso, principalmente em relação aos direitos à saúde, à educação, à moradia e notadamente ao direito de emprego e renda, além de um convívio respeitoso entre os segmentos sociais.
A palestra não tratou de viés político partidário, mas sim de política como ciência social, mostrando aspectos das reivindicações, das lutas das classes menos favorecidas, em relação ao domínio do capital. Aparteado por um aluno que questionou o aumento da passagem do ” BUZU”, realizado pelo prefeito municipal sem consultar à população e muito menos explicar, o palestrante entendeu como justa a reclamação e explicou que o aumento da passagem para R$3,80, deveu-se ao fato da prefeitura do município amparar o transporte clandestino na cidade e, com isso penalizando à população que utiliza o transporte legalizado, algo democraticamente incorreto.

O jornalista aproveitou a oportunidade para fazer justiça ao ex-vereador Nei Ferreira e Silva, doador do terreno onde foi erguido o o Centro Integrado Professor Luís Navarro de Brito. Nei além de doar o terreno, também votou na Câmara de Vereadores à aprovação do projeto de construção da escola, mesmo sendo vereador de oposição ao prefeito Fernando Spínola que governou o município de 1967 à 1971.
Paulo Nunes classificou como gratificante a oportunidade de se dirigir aos jovens, carentes de informações políticas e históricas sobre seu município , deixa aqui, seu agradecimento á direção da escola que o recebeu como celebridade, um humilde advogado, jornalista da cidade de Vitória da Conquista, aos professores, com os quais se socializou no horário do lanche, e principalmente à professora Ivana, mestra, dedicada e preocupada com o futuro de seus alunos e sua formação política e social.

Sobre o homem que deu nome ainda em vida a vários colégios da Bahia e notadamente a um dos maiores estabelecimentos estudantis da de Vitória da Conquista:

Luís Navarro de Brito nasceu em São Félix (BA) no dia 21 de março de 1935, filho de Renato Navarro de Brito e de Alderiva Fraga Navarro de Brito.

Bacharel em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba) em 1957, doutorou-se mais tarde em direito constitucional e ciência política pela Universidade de Paris. Foi chefe de gabinete de Aliomar Baleeiro quando este exerceu o cargo de secretário de Fazenda da Bahia (1959-1960) no governo de Juraci Magalhães (1959-1963). Ocupou as cadeiras de política e história na Faculdade de Filosofia da atual Universidade Federal da Bahia e na de Ciências Sociais da mesma universidade.

Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964 que depôs o presidente João Goulart (1961-1964) e a assunção do general Humberto Castelo Branco à presidência da República (15/4/1964), Luís Viana Filho, então chefe do Gabinete Civil, nomeou Navarro de Brito para a subsecretaria dessa pasta. Ocupou essa função até maio de 1966 quando o titular se desincompatibilizou para concorrer por via indireta ao governo baiano, sendo então elevado à condição de ministro-chefe.

Durante sua curta permanência na chefia do Gabinete Civil, de junho de 1966 a março de 1967, participou da crise que eclodiu em outubro de 1966, quando o presidente da Câmara, Adauto Lúcio Cardoso, recusou acatar a cassação dos mandatos de seis deputados federais decretada pelo governo. Segundo Luís Viana Filho em seu livro O governo Castelo Branco (1975), Luís Navarro de Brito seria encarregado, no dia 19 daquele mês, de fazer um levantamento na Câmara sobre a viabilidade de sustar-se a decisão de Adauto Lúcio Cardoso. No dia seguinte, entretanto, o Congresso foi posto em recesso, só voltando a funcionar em novembro.

Após deixar a chefia do Gabinete Civil da Presidência da República, Luís Navarro de Brito foi secretário da Educação e Cultura do estado da Bahia, no governo de Luís Viana Filho (1967-1971). Diretor do Centro de Recursos Humanos da Universidade Federal da Bahia, ao responder a questionário da UNESCO sobre a situação do planejamento educacional na América Latina, criticou, segundo o Jornal do Brasil de 17 de agosto de 1977, o ensino brasileiro, que via como resultado de um planejamento inadequado, prejudicado por interesses políticos, pela repetição de modelos norte-americanos e pela excessiva centralização do governo federal na área da educação.

Com a eleição de Valdir Pires para o governo da Bahia no pleito de novembro de 1986, Luís Navarro de Brito era o nome mais cotado para ocupar a Secretaria de Educação e Cultura do novo governo. Contudo, faleceu a bordo do avião em que viajava de Paris a Nova Iorque no dia 15 de dezembro de 1986, quando se dirigia para uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, da qual era diretor do Departamento de Educação.

Era casado com Emília Maria Sales Navarro de Brito, com quem teve quatro filhos.

Além de artigos em revistas especializadas, publicou O Gabinete Civil (1967) e População, educação, emprego (em colaboração com Lícia Queirós Flavo, 1980).

Fonte: Blogdopaulonunes.com

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