ARTE & CULTURA – Objetos de pouco valor no Brasil

Por Leandro Flores

A Cultura é uma das coisas mais importantes para o desenvolvimento do ser humano. É através dela que nós nos identificamos como sociedade e como seres capazes de criar e recriar os seus próprios valores.

“Um povo sem arte e sem cultura é um povo que não existe”. Portanto, a cultura é um fator crucial para o ser humano. Pois é através dela que encontramos as várias expressões artísticas, presentes na homologação dos indivíduos e grupos sociais.

A arte é a manifestação de tudo que vemos e vivemos. Não podemos nos interagir no mundo sem conviver com algum tipo de representação artística ou cultural. A começar com a própria natureza que é a mais significante de todas as artes. A relação entre a arte e a cultura forma um conceito de pensamento, de ideia e de objetividade. Portanto, sinteticamente, a cultura está ligada à arte e arte à cultura.

Infelizmente, em nosso país, essas duas coisas tão importantes na vida do ser humano ainda não são levadas a sério como deveria.

Falta política de incentivo, política que priorize a arte e a cultura como centro crucial de um ensino fundamentado numa estrutura sólida e vigorativa. Faltam também espaço, organização e, principalmente, investimento por parte dos setores público e privado.

Todos parecem estar míopes diante da importância do poder cultural. Investir em projetos culturais significa menos gente na cadeia, menos gente sendo assassinada, menos gente usando drogas. Menos gente na rua. Menos gente passando fome. E por ai vai. Mas por que será que ninguém enxerga isso?

O orçamento cultural sempre foi um dos mais baixos de todas as áreas dos ministérios em Brasília (zero vírgula alguma coisa). Agora que melhorou um pouquinho com o Governo Lula – a Organização das Nações Unidas (ONU), recomenda-se que no mínimo invista 1% do orçamento do país em cultura. Mas, além de ser muito pouco, esse índice não é totalmente alcançável. E, em consequência disso, os Estados repassam verdadeiras misérias para as Prefeituras, que, por suas vezes, não aplicam corretamente esse dinheiro (Que absurdo né?).

E a cultura e a arte mais uma vez são esquecidas, abandonadas pelo poder público de todo o país. Os políticos preferem investir em outras áreas de representação concretas, como infraestrutura (ex. praça, ruas, pontes, chafariz, etc.) do que investir em cultura porque, segundo eles, isso não dá voto — depois dizem que só sabemos criticar.

O artista, hoje em dia, se não estiver inserido na grande mídia, tendo o apoio das grandes empresas, ele é como um “Zé Ninguém”. Muitas vezes, nem seu talento é levado em consideração. Quantas pessoas que conheço talentosíssimas que não tiveram a sorte de conhecer o sucesso e foram obrigadas a renunciar aos seus sonhos para conseguir sobreviver trabalhando em outros setores?

Quantos poetas, autores, inventores, pintores, atores teriam no Brasil caso tivesse uma oportunidade de salientar seus talentos ao grande público, se caso houvesse uma linha de credito exclusivamente acessível para que eles pudessem investir nos seus sonhos?

Para o artista amador é quase impossível viver do seu trabalho, da sua arte. Ele é discriminado, humilhado. Ninguém acredita na sua capacidade. Ninguém dá o valor que ele precisa e, por isso, muitos preferem desistir a dar murro em ponta de faca.

O artista amador é um verdadeiro herói. Só que impossibilitado de usar os seus poderes.
Nós, artistas, fazemos verdadeiros milagres, temos, muitas vezes que sacrificar tantas coisas para realizar um pouquinho do nosso sonho.

O escritor independente sofre com a falta de credibilidade das editoras que só visam unicamente o lucro financeiro, da mesma forma o cantor, músicos, etc.

Torço para que esse país um dia abra o olho e veja a importância da arte e da cultura na vida do ser humano. E valorize isso como uma área extremamente importante na reconstrução desse mundo que está quase perdido. É preciso fazer as coisas funcionarem de maneira correta. Analisando a situação de baixo para cima e de cima para baixo, não só incentivando o artista, mas criando mecanismos para que arte seja vista nesse país com outros olhos. Trabalhando, inclusive, a pratica de leitura, que é um problema sério no Brasil.

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