Dia: 21 de Abril, 2025

“Da Bahia pro Mundo…”

O escritor e poeta Edson Silveira terá honrosa participação em uma Antologia Bilíngue, representando o Sudoeste Baiano.

ANTOLOGIA BARDOS BAIANOS: TERRITÓRIOS EM PALAVRA
Obra reúne 150 poetas dos 27 territórios de identidade da Bahia em edição bilíngue
Será lançado pela Cogito Editora a Antologia Bardos Baianos: Territórios em Palavra (Edição Especial), um projeto inédito que reúne 150 poetas dos 27 territórios de identidade da Bahia em uma coletânea bilíngue (Português–Francês), com lançamento previsto para maio de 2025. Com 320 páginas, a obra celebra a força e a diversidade da produção poética baiana, promovendo a circulação da literatura do estado no Brasil e também no exterior, especialmente na França, como parte das ações do Ano da França no Brasil.
Organizada pelo jornalista e editor Ivan de Almeida, a antologia é fruto da consolidada Coleção Bardos Baianos, que há anos vem reunindo e revelando talentos literários dos quatro cantos do estado. Nesta edição especial, cada poema recebeu cuidadosa tradução para o francês, ampliando as fronteiras da poesia produzida na Bahia.
Do território de identidade Sudoeste Baiano, oito poetas integram a publicação: Edson Silveira, Noi Soul, Queith Rebouças, Regina Chaves, Renata Soares, Simone Soares, Ualy Matos e Ybeane Campos. Seus versos ampliam o mosaico poético da antologia, representando com vigor e beleza a produção literária do sudoeste da Bahia.
A obra terá ampla circulação em feiras literárias, espaços culturais e eventos internacionais, fortalecendo os laços entre a literatura baiana e o mundo.

Malhada: Grupo pesca peixe gigante de 80 kg e 2m no Rio São Francisco

Malhada: Grupo pesca peixe gigante de 80 kg e 2m no Rio São Francisco
 Foto: Reprodução/G1

Um grupo de sete pescadores da cidade de Malhada, capturou um peixe de 80 kg e 2,2 metros de comprimento no Rio São Francisco. De acordo com eles, o animal é um Pirarucu, espécie normalmente encontrada na região norte do Brasil. “Foi complicado tirá-lo da água, ele quase virou o barco. Precisou de bastante gente para puxar a rede”, contou ao G1, Celso Batista, integrante do grupo que participou da pescaria.

Segundo ele, o animal media mais de dois metros, ou seja, bem maior do que os homens que participaram da expedição. Para conseguir tal façanha, foram necessárias horas de paciência e um plano bem elaborado: colocar a rede de forma que o peixe não a rasgasse, atrai-lo com sons na água e depois puxá-lo para fora.

A ideia de pescar o pirarucu surgiu depois que a população ribeirinha da zona rural de Malhada comentou sobre a movimentação de um peixe grande na região. Segundo os moradores, o animal aparecia em uma região pantanosa nas margens do Rio São Francisco, conhecida como Quilombola de Paudarco.

Para alguns moradores, o peixe era uma espécie de encanto. Apesar dos relatos, as informações acerca do peixe eram bem vagas e os pescadores não sabiam qual era a espécie, nem o quão grande ele era. Mesmo assim, encararam o desafio e, no dia 16 de abril, foram até a região para executar o plano infalível.

A rede foi montada por volta de 14h e o peixe só foi preso por volta das 16h. Para retirá-lo da água, sete homens precisam puxar a rede. Depois, o peixe foi dividido em sete pedaços – cerca de 10 kg para cada pescador – e vendido. Segundo Celso, que cozinhou um pedaço do animal para a família, o animal é bem saboroso.

Ainda não há informações confirmadas sobre como o animal natural da Bacia Amazônica chegou até o local. O Pirarucu é um peixe de grande porte, considerado o mais de água doce do Brasil. Em Dom Basílio, pescadores capturam um Pirarucu com 87 kg na Barragem do Rio do Paulo.

Homem de 30 anos morre queimado no Conjunto Penal de Brumado

Homem de 30 anos morre queimado no Conjunto Penal de Brumado
Um homem de 30 anos, identificado como André Leão Ferreira, morreu neste domingo (20) no Conjunto Penal de Brumado. O detento cumpria pena por tentativa de feminicídio, após atingir uma jovem de 17 anos com golpes de facão, no povoado de Paracatu, em Palmas de Monte Alto.
André não aceitou tomar o banho de sol, sendo que posteriormente, os monitores constataram uma fumaça saindo da cela 04, Ala C, Pavilhão C. O colchão da cela estava em chamas e o corpo coberto pelo fogo. Os agentes tentaram, mas sem sucesso conter as chamas. Ferreira não resistiu e morreu no local. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou a perícia no local.
O corpo de Leão foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em Brumado para ser necropsiado. A Polícia Civil instaurou um inquérito e investiga o caso. A motivação do incêndio ainda é desconhecida. Natural de Palmas de Monte Alto, o sepultamento será neste segunda-feira (21) em sua terra natal.

Morre Francisco, o papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja

Papa Francisco morre aos 88 anos — Foto: Vaticano
Papa Francisco morre aos 88 anos — Foto: Vaticano

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.

Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.

À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo.

Alta após quadro de bronquite

Francisco ficou internado por cerca de 40 dias com um quadro de bronquite. A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão.

Já na segunda-feira (17), o Vaticano informou que Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos. O quadro de saúde do papa foi descrito como “complexo”.

No dia seguinte, em um novo boletim, o Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma pneumonia bilateral. A infecção é mais grave do que uma pneumonia comum, já que pode prejudicar a respiração e a circulação de oxigênio pelo organismo de uma forma geral.

Até a publicação desta reportagem, o Vaticano não havia dado detalhes sobre o funeral do papa Francisco. A Igreja Católica deve se reunir nas próximas semanas para decidir quem será o novo papa.

Os desafios do papado de Francisco

Papa Francisco acena para fiéis na Praça São Pedro durante celebração da Páscoa, neste domingo (21). — Foto: Reuters
Papa Francisco acena para fiéis na Praça São Pedro durante celebração da Páscoa, neste domingo (21). — Foto: Reuters

Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.

Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural.

A Igreja Católica vivia então um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o pontífice enfrentaria durante seu papado.

A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo.

Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.

Mas também foi criticado por não avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas.

O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.

Discursos políticos e combate à pobreza

O pontífice também ficou marcado por discursos políticos durantes sermões. Não poupou críticas a líderes de países em guerra, como o russo Vladimir Putin e o israelense Benjamin Netanyahu. Ele também apontou o dedo para a União Europeia ao citar a crise dos refugiados, que começou durante seu papado, em 2015.

Em uma das imagens mais impressionantes e sem precedentes na Igreja Católica, rezou sozinho na sempre lotada Praça São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo e fez vários países decretarem quarentena.

Mas o combate à pobreza sempre foi sua prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu novo título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. O lema de seu papado foi “Miserando atque eligendo” — “Olhou-o com misericórdia e o escolheu”, em português.

As reformas da Igreja Católica também foram outra marca do papado de Francisco. Ele iniciou um processo de reforma das estruturas da Cúria, que é o governo do Vaticano, com atenção especial para a parte econômica e financeira.

Aos 80 anos, com dores no quadril que, por vezes, o faziam perder o equilíbrio, ele não falava de renúncia, como seu predecessor Bento XVI teve a audácia de fazer.

“Estou indo em frente”, disse ele na ocasião, contrariando declarações mais melancólicas feitas antes disso, em março de 2015: “Tenho a sensação de que meu pontificado será breve, quatro ou cinco anos”.

Francisco parecia impulsionado por uma missão urgente: incentivar uma Igreja desertada em alguns países a acompanhar com misericórdia os católicos em situações irregulares.

“Podemos falar de uma revolução, nos passos do Concílio Vaticano II” (1962-1965), que abriu a Igreja ao mundo moderno, disse à AFP o especialista em Vaticano Marco Politi, em 2016.

Politi classifica Francisco como “um grande reformador” que tentou fazer “com que a Igreja abandonasse a sua obsessão histórica em tabus sexuais”.

Ele foi o primeiro papa a ter convidado um transexual ao Vaticano e se recusou a julgar os homossexuais. Para Francisco, a Igreja era um “hospital de campanha, não um posto alfandegário”, que separa os bons e maus cristãos, disse Politi.

O argentino foi eleito, entre outros, para continuar a reestruturação econômica da Santa Sé iniciada sob Bento XVI com, por exemplo, o fechamento de contas suspeitas no banco do Vaticano, por muito tempo acusado de lavagem de dinheiro.

“Em termos de doutrina, ela [papa Francisco] não mudou nada. Neste sentido, nunca fez parte dos progressistas”, afirmou Politi. Segundo o especialista, o papa não tinha a intenção de ordenar padres casados ou mulheres, e se mostrou horrorizado com o aborto. Ele gostaria que seu trabalho reformista tivesse “uma continuidade”.

O papa tinha um forte consenso entre os fiéis e, também, entre alguns agnósticos e não-crentes. Mas ele não agradava aos ultraconservadores, que tentavam desacreditá-lo.

Bergoglio antes de ser papa

O cardeal Jorge Mario Bergoglio em fevereiro de 2013 na Argentina — Foto: Juan Mabromata/AFP
O cardeal Jorge Mario Bergoglio em fevereiro de 2013 na Argentina — Foto: Juan Mabromata/AFP

Francisco nasceu em Buenos Aires, em 1936. Seus pais, ambos italianos, chegaram à Argentina em 1929, junto de uma leva de imigrantes europeus em busca de oportunidades de trabalho na América.

Arcebispo da capital argentina, ele era considerado um homem tímido e de poucas palavras, mas com grande prestígio entre seus seguidores. O religioso era admirado pela sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação.

O argentino também era reconhecido por seus dotes intelectuais, por ser considerado dialogante e moderado, além de ter paixões pelo tango e pelo time de futebol San Lorenzo.

Antes de seguir carreira religiosa, Bergoglio formou-se técnico químico. Depois, ingressou em um seminário no bairro de Villa Devoto. Em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século 16.

Em 1963, Bergoglio estudou humanidades no Chile e voltou à Argentina no ano seguinte para ser professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé.

Entre 1967 e 1970, foi estudar teologia e acabou sendo ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969. Em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979.

Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba. Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires.

Em 1997, ele virou arcebispo titular de Buenos Aires. Em 2001, foi nomeado cardeal e primaz da Argentina pelo papa João Paulo II. Entre 2005 e 2011, ocupou a presidência da Conferência Episcopal do país durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar.

Na Santa Sé, Bergoglio foi membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.