IPCA: Junho tem deflação de 0,08%, primeira queda desde setembro de 2022
O que indica o IPCA atual?
É a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando foi registrada uma deflação de 0,23%. Em junho de 2022, a inflação foi de 0,67%.
No ano, o IPCA acumulou alta de 2,87%.
Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 3,16%. Ficando, assim, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. A taxa em 12 meses é a menor desde setembro de 2020 (3,14%).
Inflação em 12 meses passou a ficar abaixo do centro da meta do governo de 3,25% para 2023. A meta prevê uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. A expectativa do mercado é de que a inflação feche 2023 em 4,95%.
Veja a inflação para cada um dos grupos pesquisados
- Habitação: 0,69%
- Despesas pessoais: 0,36%
- Vestuário: 0,35%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,11%
- Educação: 0,06%
- Comunicação: -0,14%
- Transportes: -0,41%
- Artigos de residência: -0,42%
- Alimentação e bebidas: -0,66%
O que ficou mais barato?
O grupo Alimentação e bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%). Destacam-se as quedas nos preços do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%).
Em Transportes, o resultado foi puxado pela queda nos preços de automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%). A redução está relacionada com o programa de descontos para a compra de carros novos, lançada pelo governo Lula (PT).
Os combustíveis também tiveram queda. Foi registrado recuo nos preços do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%).
Metade dos mais de 300 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE ficaram mais baratos em junho. O chamado índice de difusão da inflação caiu para 50% no mês, contra 56% em maio.
Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho
André Almeida, analista do IBGE
O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, residentes em áreas urbanas.
Entre as categorias consideradas para mapear o aumento, diminuição ou estabilidade geral nos preços, estão os custos com alimentação e bebidas, habitação, saúde, transportes, educação, entre outros.
Comentários