ascom/pmvc Na manhã desta quinta-feira, 10, foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, uma audiência pública para tratar da situação da Zona Rural após as fortes chuvas que atingiram as localidades entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. A discussão contou com a participação de representantes do Governo Municipal, da sociedade civil e moradores da Zona Rural.
Proponente da audiência pública, o vereador Orlando Filho (PRTB) destacou a importância da Zona Rural. “A Zona Rural é a maior riqueza de uma cidade. É de onde tiramos os frutos, as flores, a água, os alimentos, a carne”, disse o parlamentar. Ele aproveitou para parabenizar o Executivo Municipal e ressaltou a atuação de seu mandato para defender os interesses da população e buscar a solução para os problemas. “Parabenizo a Prefeitura Municipal pelo que tem feito no enfrentamento aos problemas causados pelas chuvas. Para isso fomos eleitos, para fazer a política da verdade, da resolução”, disse.
Chefe do Gabinete Civil, Lucas Dias apontou que a seca na maior parte do ano e as chuvas torrenciais que caíram no município, no final do ano passado, fizeram de 2021 um ano com muitas dificuldades a serem enfrentadas. “O ano de 2021 não foi fácil. Atravessamos uma das maiores secas da história do município. Quando estávamos já num momento terrível com a seca, Deus nos agraciou com muitas chuvas. Quando essa quantidade torrencial de água chegou, tivemos severos prejuízos”, apontou ele. Lucas explicou que o município está em reconstrução, e disse que a quantidade insuficiente de máquinas tem causado lentidão no processo. “Ainda estamos em reconstrução. A quantidade dos equipamentos que temos não é suficiente para dar conta da demanda”, disse ele, e informou que o Governo Municipal está buscando recursos para adquirir um maior número de máquinas para atender as demandas da população conquistense.
O coordenador da Defesa Civil, José Antônio, explicou que a Bahia registrou a maior precipitação de chuvas do mundo no mês de dezembro, o que gerou a situação dramática que vários municípios vivenciaram com os impactos dessas chuvas. O coordenador avalia que a prefeitura agiu de forma eficiente ao reunir todas as secretarias e a Defesa Civil e montar um comitê de crise para atender a população impactada. Ele ressaltou o empenho da prefeita Sheila Lemos (DEM) e reconheceu o auxílio do Governo Federal.
Segundo Antônio, cerca de 30 mil conquistenses foram afetados pelas chuvas, mais de 150 casas foram completamente destruídas e mais de 300 foram danificadas. Ele ressaltou que apesar da gravidade da situação, Conquista não registrou nenhuma vítima.
Osmário Lacerda, subprefeito do Distrito de Inhobim, relatou que coordena uma região com cinco distritos e 57 povoados. “É uma região extensa, mas com ajuda de Deus e da prefeita vamos conseguir”. Citou toda a equipe que vem se empenhando nessa recuperação. Lacerda relatou que a estrada de Queimadas já está com o cascalho preparado. “Pode ter certeza que amanhã começa a ser feita” e disse que após algumas complicações, a estrada que liga o Povoado Beira do Rio ao de Poeira também começará a ser feita. “De Lixa até a Lagoa de José Luiz já está no cronograma. Quarta-feira já começam os trabalhos de recuperação da estrada”. Finalizou parabenizando a coordenadora de Abastecimento, Joana D’Arc, que “vem desenvolvendo um ótimo trabalho para que a água chegue às casas das pessoas da Zona Rural”.
O presidente da Comissão de Agricultura, vereador Adinilson Pereira (MDB), reconheceu as dificuldades em recuperar os prejuízos causados pelas intensas chuvas que caíram no município. “Não dá pra resolver em 30 dias o que a chuva causou em três meses”, disse ele. Ele apontou que já fez indicação para que a prefeitura adquira mais máquinas para atender à população que ainda está convivendo com os prejuízos.
A coordenadora de Abastecimento, Joana D’Arc agradeceu aos vereadores e à equipe de Governo Municipal pela parceria com o seu setor. Ela ressaltou que a coordenação realiza um trabalho imparcial, buscando atender a todas as demandas, independente de partido. Joana explicou que a situação das estradas tem impacto direto no abastecimento de água por caminhão-pipa. Ela informou que, no início da atual gestão, foi feita a recuperação das estradas, especialmente nas localidades que dependem de abastecimento externo. Essa ação, segundo a coordenadora, ajudou a normalizar o abastecimento após as chuvas em locais como Cercadinho, a 100 quilômetros da sede. Já em Bate-Pé, os estragos foram maiores devido à configuração das vias – existência de muitas pedras, pontes e desníveis. Ela ainda frisou a gravidade dos estragos, como o surgimento de crateras e perdas de casas de bomba por inundação ou queda de raios.
O Coordenador administrativo da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Cely Agnelo Neto, falou da importância do comitê de crise criado durante as fortes chuvas, com a participação efetiva da prefeita Sheila Lemos. “Com isso, a Secretaria de Desenvolvimento Rural intensificou suas atividades, mas o trabalho vai muito além da recuperação das estradas. Também temos desenvolvido um trabalho de assistência ao homem do campo”, disse e relatou algumas localidades que deverão ser atendidas com as atividades da secretaria.
O vereador Subtenente Muniz (Avante) reconheceu os esforços de vários setores da prefeitura em atender a população atingida mais gravemente pelas chuvas. “Na época do caos eu acho que foi uma coisa inédita. Todos se empenharam e foram para o ‘front’ de batalha para levar dignidade às pessoas mais atingidas”, disse Muniz. Ele reconheceu as dificuldades enfrentadas, mas pediu maior celeridade na readequação das estradas. “A gente sabe da dificuldade. As cobranças não são minhas, são da população. A comunidade está precisando e muito, disse, completando. “Nossas crianças estão deixando de ir para as escolas”. “A prefeitura tem que fazer um esforço para aumentar esses kits”, disse ele, pedindo a aquisição de mais máquinas.
O subprefeito de Bate-Pé, Edilson Gusmão, afirmou que o ex-prefeito Herzem Gusmão encontrou uma situação precária ao assumir a prefeitura. Segundo ele, o pátio do Deserg era um cemitério de ferro-velho e apenas uma patrol foi encontrada. O subprefeito explicou que Herzem instalou subprefeituras nas zonas rural e urbana, sendo que no campo cada uma conta com kit de máquinas, e o Deserg passou a ter três patróis. Ele frisou a gravidade dos impactos das chuvas e ressaltou que a prefeitura tem atuado para resolver a situação. Edilson avalia que as gestões Herzem/Sheila fizeram o município avançar mais que outras gestões.
O líder comunitário Jaime Rosa iniciou dizendo que não tinha muito o que comemorar e relatou o quanto vem sendo cobrado pela comunidade Chácaras Morumbi: “nossa comunidade está abandonada e não é por conta das chuvas, os problemas das estradas de lá são antigos, eu cobro e nada é feito”. E finalizou pedindo mais atenção do Governo Municipal com a localidade.
O empresário Alisson Flores reconheceu o trabalho feito principalmente na região de Simão e Baixa do Arroz, mas cobrou ações mais efetivas. “A prefeitura agiu muito rapidamente. Disponibilizou patrol e cascalho. Mas a gente pode fazer mais. Podemos ter uma recuperação melhor das estradas”, disse Flores.
O subprefeito de José Gonçalves, Ciano Filho, afirmou que a audiência é um espaço para apontar o que tem sido feito e apresentar um cronograma das próximas ações. Ele frisou que a prefeitura tem trabalhado na Zona Rural com recursos próprios porque os governos federal e estadual não enviaram os recursos prometidos. Ciano afirmou que mesmo diante da queda de arrecadação municipal, por conta da pandemia, a prefeita Sheila Lemos (DEM) triplicou os investimentos no campo. Ele relatou uma série de ações de recuperação de estradas que estão sendo feitas em sua região.
O vereador Nelson de Vivi (DEM) começou parabenizando a prefeita Sheila Lemos pelo trabalho que desenvolveu e vem desenvolvendo até hoje, mas questionou o número de máquinas para atender todo o município. “Sempre que cobro da secretaria, nós esbarramos com a dificuldade do número de máquinas” e pediu que o Governo Municipal providencie a compra de alguns equipamentos. “Senão, a conta não vai fechar”. Nelson relatou que “a chuva mostrou que a nossa Zona Rural não estava preparada com uma estrutura adequada” e destacou a importância das estradas da Zona Rural para o desenvolvimento de cada localidade. Finalizou lembrando que as emendas impositivas de 15 vereadores foram destinadas para que fosse investido na recuperação da Zona Rural.
A assessora Especial da Defesa Civil, Rosa Freitas, parabenizou a Câmara por realizar a discussão a respeito da Zona Rural. “Esse acompanhamento é fundamental”, disse ela. De acordo com a assessora, o município não enfrentou somente a chuva. “Estamos enfrentando não só a chuva. Uma pandemia global, uma estiagem que há mais de 40 anos não era vista em Vitória da Conquista”, destacou ela, ressaltando que o Governo Municipal tem dado a devida atenção à Zona Rural.
O vereador Ricardo Babão (PCdoB) falou da importância do abastecimento com água potável porque os tanques estão cheios, mas nem sempre é uma água própria para o consumo humano. Ele afirmou que é preciso cobrar as demandas à prefeitura, mas reconhece o empenho da gestão em resolver os problemas da Zona Rural e os esforços diante dos impactos das fortes chuvas.
Babão frisou que cada gestão teve sua contribuição ao município. Ele afirmou que Sheila Lemos (DEM) assumiu a prefeitura e tem enfrentado as dificuldades, mas se empenhado a apresentar soluções. O vereador ainda parabenizou a equipe da gestão que trabalha pela Zona Rural.
A vereadora Lúcia Rocha MDB) contou que o distrito de São João da Vitória foi o mais atingido pelas chuvas e enchentes e parabenizou a prefeita Sheila Lemos pelo trabalho que realizou dando assistência e “arregaçando as mangas para socorrer as famílias necessitadas e atingidas pela chuva”. Ela relatou seu vasto conhecimento da Zona Rural e disse que “as estradas estão deterioradas por conta da chuva” e solicitou do Governo Municipal mais atenção: “sabemos das dificuldades, principalmente da falta de máquinas”, e citou algumas estradas vicinais que precisam de patrolamento e cascalhamento.
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