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Estudo aponta que tarifa da conta de luz precisa subir mais 27% para cobrir gastos

A TARDEA chamada “bandeira da escassez hídrica” não vai ser suficiente para conter os gastos extras para geração de energia elétrica. Ela precisaria subir 27% para dar conta das despesas provocadas pela falta de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas. É o que aponta os cálculos da consultoria Megawatt de acordo com o site UOL.

A nova bandeira tarifária, que deve durar até abril do ano que vem, provoca uma cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 KW/h consumidos. Ainda assim, segundo o estudo, isso causaria um deficit de R$ 5 bilhões para cobrir os gastos adicionais.

De acordo com a presidente da consultoria, Ana Carla Petti, para cobrir esse deficit, o ideal seria a taxa subir para R$ 18 a cada 100 KW/h consumidos. A consultoria informa ainda que a arrecadação estimada com a nova taxa deve ser de R$ 24 bilhões. Entretanto, os gastos provocados pela escassez de chuvas e a consequente necessidade de ligar a todo vapor usinas térmicas, que são fontes de energia muito mais caras que as hidrelétricas, terão um gasto de aproximadamente R$ 29 bilhões.

Ainda de acordo com Petti, o gasto com o chamado risco hidrológico é o fator que mais pesa nessa conta: R$ 20 bilhões.

A consultoria informa também que a cada R$ 1 bilhão de despesas descobertas no setor, o consumidor pode ter de arcar com até 1 ponto percentual da alta na conta de luz. Isso significa que se o deficit de R$ 5 bilhões se concretizar até o ano que vem, as empresas de energia poderão repassar um aumento de cerca de 5% ao consumidor.

Conta de luz seguirá mais cara em julho, informa Aneel

A conta de luz seguirá em julho com a taxa extra mais cara, anunciou nesta sexta-feira, 25, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A bandeira tarifária já está em vigor na cor vermelha patamar 2, em função do baixo nível dos reservatórios.

Até então, eram cobrados nesta faixa R$ 6,24 a mais por cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. A diretoria da agência, porém, vai se reunir na próxima terça, 29, para decidir o valor.

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, disse que a bandeira vermelha 2 terá reajuste superior a 20%, ultrapassando R$ 7,50.

“Julho inicia-se com mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do SIN [Sistema Interligado Nacional] em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano, o que sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos”, afirmou a Aneel em nota.

De acordo com o governo, o último período chuvoso, entre novembro de 2020 e abril deste ano, foi o mais seco em 91 anos. Com isso, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste – responsáveis por 70% da energia gerada no país – ficaram em níveis muito baixos. Atualmente, os reservatórios estão em aproximadamente 30% da capacidade, podendo chegar a 10% até novembro, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Para assegurar o fornecimento de energia, têm sido acionadas as usinas termelétricas, mais caras do que as hidrelétricas. O aumento no custo é repassado aos consumidores pelo sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015

A bandeira fica na cor verde quando o nível dos reservatórios é alto e não há necessidade de acionamento extra das termelétricas. Nesse caso, não há cobrança adicional na conta de luz. Com os reservatórios baixos, a bandeira pode passar para as cores amarela e vermelha (patamar 1 ou 2), nas quais há o custo extra.