Foi anunciada, a pouco, a esperada Olimpíada de Língua Portuguesa, sem dúvida, oportunidade para alunos e professores da rede pública colocarem suas ideias no papel. Este ano a frase é “escrevendo o futuro”. Inscrições abertas no período de 21/02 à 30/04 no site. Há informativo explicando passo a passo sobre o que “deve ou não ser feito” na elaboração dos trabalhos. Une capricho, gestão de tempo e objetividade.
Cada escola, por certo, prima pela excelência no ensino. Alunos e professores podem se preparar juntos para “tirar de letra” no dia do teste. Esta iniciativa, adotada pelo MEC, visa incentivar o gosto pela leitura sob três olhares: pensamento livre, responsabilidade e cidadania. Quer apresentar o chamado “rendimento escolar”, cuja impressão, boa ou ruim, deve apontar, em tempo real, a “educação de agora”. Mostra aquilo que é oferecido nos livros didáticos e, é claro, as experiências vividas em sala de aula.
A 6ª edição da olimpíada deseja traçar o perfil do estudante brasileiro. Com isso, a proposta fica ainda mais interessante, quando o assunto é produção de texto, desenvolvido de acordo a criatividade do (a) participante. Em linhas gerais, incentiva o uso da escrita e a partilha do estudo do idioma. Lembrando ser esta, a tônica da presente atividade: “ler por prazer”. Dito isso, é possível enxergarmos a realidade de perto: “a escola que temos e/ou queremos ter”.
A blasfêmia de Jair Bolsonaro: que “Deus” acima de todos? Que Deus é esse que o leva a tirar direitos dos pobres, a privilegiar as classes abastadas, a humilhar os idosos, a rebaixar as mulheres e a menosprezar os camponeses, sem perspectiva de uma aposentadoria ainda em vida?
Foto: Agência Brasil/Alan Santos
Não queria ter escrito este artigo. Mas a aguda crise política atual e o abuso que se faz do nome de Deus provocam a função pública da teologia. Como qualquer outro saber, ela possui também a sua responsabilidade social. Há momentos em que o teólogo deve descer de sua cátedra e dizer uma palavra no campo do político. Isso implica denunciar abusos e anunciar os bons usos, por mais que esta atitude possa ser incompreendida por alguns grupos ou tida como partidista, o que não é.
Sinto-me, humildemente, na tradição daqueles bispos proféticos como Dom Helder Câmara, dos Cardeais Dom Paulo Evaristo Arns (lembremos o livro que ajudou a derrocar a ditadura “Brasil Nunca Mais”) e de Dom Aloysio Lorscheider, do bispo Dom Waldir Calheiros e de outros que, nos tempos sombrios da ditadura militar de 1964, tiveram a coragem de erguer a sua voz em defesa dos direitos humanos, contra os desaparecimentos e as torturas feitas pelos agentes do Estado.
Vivemos atualmente num país dilacerado por ódios viscerais, por acusações de uns contra os outros, com palavras de baixíssimo calão e por notícias falsas (fake news), produzidas até pela autoridade máxima do país, o atual presidente. Com isso ele mostra a falta de compostura em seu alto cargo e das consequências desastrosas de suas intervenções, além dos despropósitos que profere aqui e no exterior.
Seu lema de campanha era e continua sendo “Deus acima de todos e o Brasil acima de tudo”. Precisamos denunciar a utilização que faz do nome de Deus. O segundo mandamento divino é claro de “não usar o santo nome de Deus em vão”. Só que aqui o uso do nome de Deus não é apenas um abuso mas representa uma verdadeira blasfêmia. Por que? Continue lendo
A organização da sociedade passa por três importantes e necessários pilares que são: Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais estão instalados nas três esferas, Municipal, Estadual e Federal. Tudo que a sociedade faz, está intrinsecamente subornado a esses três Poderes.
Vamos as funções de cada Poder, iniciamos pelo Executivo, esse tem o direito e o dever de executar, fazer tudo aquilo que a sociedade precisa de forma coletiva. Porém, para tais execuções, é preciso que o Poder Legislativo faça as Leis e que autorize a execução das reivindicações do povo. Para que isso aconteça, o Poder Legislativo depende do Poder Judiciário, para dar legalidade nas aprovações dos Projetos de Leis que as Câmaras e Assembleias vão aprovar e autorizar o Poder Executivo executar.
Portanto, ai está a importância de cada pilares desses Poderes que desenvolvem um papel fundamental para organizar as sociedades. Eles tem a predisposição de funcionar independentes, porém, de forma harmônica, ou seja, um Poder respeitando as margens do outro.
Mas vamos nos a ter neste artigo, unicamente sobre o Poder Legislativo e sua fundamental importância, especialmente nos pequenos municípios como Condeúba, onde a Câmara Municipal além de exercitar o Poder Legislativo, desenvolve também um verdadeiro papel social, por isso, a chamamos de “Casa do povo”.
Nossa Câmara é composta de 11 vereadores que são eleitos de forma democrática há cada 4 anos. Entre eles, é eleita uma mesa diretora a cada dois anos, que é composta de Presidente, vice-Presidente, 1º Secretário e 2º Secretário, os quais administram o Legislativo. O Poder Legislativo está amparado por Leis maiores como a Constituição Federal e a Estadual entre outras Leis, além da Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da própria Câmara. Ali está instalado o Parlamento, onde recebe e apoia o povo em todas as suas circunstâncias.
Às vezes nos deparamos com transeuntes fazendo críticas degenerativas e generalizadas aos parlamentares. Não sabendo eles que aquele parlamento representa a verdadeira cara da sociedade condeubense. Num entanto a maioria das pessoas que fazem essas críticas, não fazem a verdadeira reflexão sobre o seu voto, de que forma foi dado a determinado vereador e com que objetivo. Via de regra, os votos são dados a determinado vereador ou outros cargos eletivos qualquer que seja, visando exclusivamente interesse pessoal ou de pequenos grupos.
Assim sendo, é que temos visto e acompanhado em todas as legislaturas, bons e não tão bons parlamentares. Haja vista, o alto percentual de mudanças dos vereadores nas últimas eleições. Isso só vai mudar a partir do momento em que as pessoas passarem a votar no candidato por conta da capacidade do mesmo e acompanhar o seu mandato, participando ativamente de suas ações, pois, o voto não termina na urna, ele começa na urna. O povo tem que aprender a não votar por interesse individual, mas sim, votar em candidatos que tenham projetos visando o interesse coletivo, tenho dito.
O Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições publicas.
Pois bem, veja o que diz o Frade Demetrius dos Santos Silva: ” Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas…
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!
Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.
Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.
Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.
Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento.
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos favorecidos “.
Por Thiago BragaFaz longo tempo que o índio, considerado “ser da natureza”, tem direito assegurado por lei, de cultivar a terra onde nasceu, se criou e vive. Ele (a) trabalha no arado da forma que bem entende, “sem prestar contas a ninguém” sendo, apenas, assistido pela FUNAI. O “pele vermelha” tem liberdade de escolha, no tocante à assuntos de ordem pessoal, familiar e social. “Dono da terra” para sempre? Segundo texto legal, homem/mulher indígena dispõe dessa prerrogativa, pois aquilo que é “solo sagrado” se torna zona de proteção por parte do órgão fiscal. Num primeiro momento, inserido na sociedade moderna. Lembrando, é claro, de sua presença na história épica.
Mas, agora, a conversa é outra. Para o novo governo (Bolsonaro 2019), índio merece o mesmo tratamento do homem branco. Precisa, porém, “andar sem guia”, face à sua capacidade de pensar, agir e treinar as próprias habilidades: mão de obra, técnicas de uso de recursos, prática de esportes, (opcional). Onde e como? Recebendo o devido apoio do ente público. Acesso a saúde (serviço bucal, exames, retirada de remédios na farmácia popular), educação, transporte, moradia, dentre outros. Nada de privilégio no sentido de mandar e desmandar em grandes terrenos, muita das vezes, sem serventia, sendo que o mesmo não adquiriu por compra ou permuta, carecendo, sobretudo, desta atividade meio (comércio). “Cai em si”, entendendo o que é contrato, alqueire, braça de terra, sistema de irrigação, imposto de renda, além de outros. É possível sanar dúvidas e buscar soluções para casos desta natureza. O que vale é a informação levada a sério.
Em outras palavras, índio não deve viver isolado, em aldeias ou reservas ambientais mas, “ser visto como gente”, educado e pronto para servir seu país. Deve aprender cantar o hino, conhecer a Constituição Federal, frequentar a cidade, votar no dia do pleito, possuir caderneta de vacinação, etc. Caçar e pescar? Existem outros desafios que requer força física, aptidão e auto – conhecimento. Tal pensando em nada desvaloriza a figura do índio, uma vez respeitado, dentro do território pátrio. “Ir e vir”, com plena certeza de chegar em casa, fazer compras (dinheiro em espécie), dirigir automóvel, “pôr carta” no correio… No entanto, sua cultura precisa manter – se de pé, como arte, costumes, linguagem, culinária e outros. “Um pouco de cidadania não faz mau a ninguém”.
Quem conheceu Jacaraci, anos atrás, sequer imagina o crescimento da cidade, antes “encolhida” no meio dos altos e baixos do vale. Agora se mostra com outra cara, a começar pela antena de telefonia móvel vista desde o “pé da serra”. O bairro Bom Jesus tomou parte do grande terreno que, dividido em lotes, deu lugar à residências, ruas e travessas. Veio de lá para cá, fazendo “zig zag”, ocupando espaço e querendo ir mais longe, sem se perder no verde da floresta.
Por conta da mão de obra e, é claro, o desejo natural dos cidadãos em adquirir sua “casa própria”, quadras e mais quadras foram abertas no chamado desenvolvimento urbano. Modelo de organização que segue a risca o Código de Posturas do Município.
O centro velho, formado por belas construções dos anos 40 e 50, oferece – nos um panorama do “tempo que passou”. Passou, deixando gratas lembranças como a primeira pensão, a antiga boate, (hoje drogaria), o correio (telégrafo reformado), a morada do padre, dentre outros. O “cheiro de mato” vindo do capão florido no fundo da Escola Anísio Teixeira, além das árvores de sombra cercando o Banheiro Público. O calçamento de pedra bruta, trabalho feito por homens de braço forte e picareta nos ombros, rende elogios do visitante. Cada praça parece um livro aberto onde as cores salta – nos aos olhos, cheia de boas energias. A natureza sorrir, pedindo para ser protegida, pois não nega nada ao admirador (a) do meio ambiente. Água cristalina para encher a mão e lavar o rosto, na famosa “bica”, ou passeio pela “virada do cigano”.
O silêncio de dias comuns, nada mais é, que a melhor oferta para o descanso e tranquilidade, diante da paisagem agrícola. Parece novela? Não, pura realidade. O município contempla riquezas como a Areia Branca, o Rio da Passagem, Morro do Chapéu, etc. Do calor excessivo ao plantio de palma e a produção de queijo artesanal. Safra: arroz, milho, feijão catador, banana da prata, cajú, melancia, mamona, além de outros. Em vista disso, traz o retrato vivo daquela agro – vila, ainda “apagada” no mapa, hoje ponto de turismo para gente vinda de outros estados. O traço moderno da nova Jacaraci depreende novidades, no qual citamos algumas: lojas, restaurantes, papelarias, academia popular, centro de convivência de idosos, quiosques e parada de ônibus.
Faz algum tempo, o assunto “Moral e Cívica” corre pelos corredores do MEC como uma “boa notícia ainda a caminho”. O projeto culmina interesse público. A disciplina “Moral e Cívica”, tão conhecida como a frase “lugar de criança é na escola”, parece ter saído do fundo do baú. Traz o retrato vivo do novo Brasil. Repensa a prática de ensino voltada à realidade e, acima de tudo, garantindo o bem estar dos cidadãos.
Cumpre trazer a baila que a educação daquela época ganhou “peso” em termos de aprendizagem. Presença robusta no currículo do aluno. O resultado marcava por inteiro o tecido social. Tentava aflorar o sentimento pátrio: “Brasil, amai – vos ou deixai – vos”. Tê-la de volta significa valorizar a cultura. Tudo que é bom merece prosperar. Nesse momento sensível, nada melhor que o apoio da velha cartilha, passando de mão em mão, rumo ao futuro incerto.
Diante dos “prós e contras”, a conversa segue adiante. Toma o espaço que é seu por direito. Assim, a discussão apresenta três pontos: ética, democracia e liberdade. Basta olharmos a “Moral e Cívica como a pedra angular de nossa história. Une política e cidadania. Espera – se, pois, que a novidade não seja mero discurso. Lembremos de Padre Antônio Vieira que na falta de pessoas para escutá – lo na hora da missa foi ter com os peixes na praia deserta.
Diante do barraco familiar e da briga de foice que tomaram conta de Brasília, eu chego a sentir dó das pessoas que acreditaram estarem votando na nova política e no candidato mais honesto para governar o país. Mas a compaixão passa rapidamente, quando me lembro dessa gente gritando “nossa bandeira jamais será vermelha” e que hoje nem ruboriza a cara na iminência do “lindo pendão da esperança” se tingir de laranja. Salve!
Aliás, PSL significa Partido Somos Laranjas?
Mas pena eu tenho mesmo é daqueles que usaram a religião para espalhar mentiras pelo celular, tipo “Kit Gay e Mamadeira Sexual”, pensando que agradavam a Deus enquanto faziam campanha para o diabo. Capeta, no sentido figurado, é claro, porque eu não sou lunático como quem mistura sermão de pastor e padre com discurso de Alexandre Frota e Olavo de Carvalho.
Era tão falsa a cruzada dessa galera contra a corrupção que nessa quadra não se encontra um pato amarelo da FIESP, uma camisa da CBF ou se ouve uma panela surrada, mesmo com o sumiço do Queiroz, a grana na conta do filho presidencial nº 01 ou a descoberta das candidaturas laranjas que surrupiaram grana do fundo partidário. Sumiram do mapa! Todos de bico fechado, mesmo com o risco de morrerem sem se aposentar. Gado pronto para o abate. Lindas ovelhinhas.
Enquanto a inépcia governa pelo Twitter, ministros loucos em cada área demolem o Estado construído a duras penas e o maior estadista do país se encontra sequestrado nas masmorras medievais de Curitiba.
Lula foi preso por um juiz que não conseguiu elencar uma prova consistente sequer contra ele, mas que foi premiado pelo candidato que ajudou a eleger com o cargo de ministro da Justiça, trancafiando o favorito da eleição. Que ironia! Tudo o que não fez foi justiça.
O homem que colocou o Brasil na sexta posição econômica do mundo, dobrou o número de universitários, pôs filho de pobre na faculdade e reduziu a miséria sem retirar direitos dos pobres e nem incomodar os ricos, preso e sem direito a visitar o velório do próprio irmão. E com base em quê? Apenas em delações de bandidos confessos, os quais hoje estão livres, em suas mansões, gastando a dinheirama que furtaram da Nação. E sendo premiados com o genro na presidência da Caixa.
Lula é um preso político. A síndrome de vira-lata da elite escravocrata induziu o povo a amar um Mazzaropi e a odiar um Mandela. Triste sina.
E antes que eu me esqueça, não adianta chamarem a este que escreve de fanático ou afirmarem que tenho bandido de estimação. Dei-me ao trabalho de ler mais do que memes de WhatsApp para me informar sobre a conjuntura de minha Pátria. Sinto-me honrado de receber tão somente as vaias de quem ainda não se deu conta de que a família Bozo lhe enganou.
Não tenho maiores informações sobre o incêndio que matou dez pessoas no centro de treinamento do Flamengo. Mas não deixa de ser estranho que adolescentes pobres, a base do futebol pentacampeão mundial, estivessem num alojamento com possibilidade de curto-circuito, quando se sabe que os clubes lucram milhões a cada ano, ainda mais um que diz ter a maior torcida do Brasil.
Também não surpreende que anualmente ainda ocorram vítimas fatais das chuvas de verão. O país não aprende a zelar dos pobres. Agora, com esse (des)governo, pior ainda, porque nem sensibilidade social há em Brasília.
Igualmente, foi a negligência que destruiu, em imediato, a vida de mais de 300 pessoas em Brumadinho e arruinou centenas de famílias e o meio ambiente de Minas Gerais.
Somos o país da negligência com os pobres. Essa negligência institucional nos foi legada por herança da escandalosa escravidão negra e indígena, que durou mais de 300 anos. Aliás, a escravidão é, de longe, nosso maior problema nacional, como afirma Jessé Souza.
A vida humana do pobre não vale nada no Brasil. E tende a piorar.
A reforma da previdência de Bolsonaro quer nos fazer morrer sem aposentar.
A licença para matar sem culpa que Sérgio Moro, ministro de Bolsonaro, quer aprovar para as forças de segurança pública, institucionaliza o genocídio contra jovens, pobres, pretos e pardos.
A vida humana pobre não vale nada no país da negligência. E, ai de quem pensar diferente! As masmorras de Curitiba estão prontas para recebê-los.
“Dito isso, Jesus cuspiu no chão, fez lama com a saliva e aplicou-a nos olhos do cego” (João 9,6).
Nestes dias estamos na Arquidiocese de Mariana, Minas Gerais, assessorando um Encontro de Formação Permanente para presbíteros do Regional Leste II da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo). Bem perto, geograficamente e no afeto, das vítimas dos crimes provocados pela Companhia Vale do Rio Doce, para a qual o lucro e os sucessos nas cotações importam incomparavelmente mais que vidas humanas e de tantos outros elementos da Criação, nossa Casa Comum. Compaixão e indignação são sentimentos que perpassam nosso coração de pessoa humana e de Pastor do Povo de Deus. Até que ponto chegamos! A ganância e a avidez pelo lucro enceguecem e desumanizam os responsáveis por esses crimes hediondos e ferem o princípio fundamental do valor incondicional da Vida (princípio ético de qualquer civilização). Vítimas de Mariana ainda esperam, entre dor e cansaço, seus direitos serem respeitados e assegurados.
Temos, ainda, acompanhado com grande apreensão os risco reais de que o veneno que escorre com a enorme quantidade de lama, substâncias e sedimentos diversos em densidade e em grau de contaminação, chegue às águas do Rio São Francisco, nosso Velho Chico. Ele é nosso irmão e o pai das populações por onde suas generosas águas fluem até desaguarem na imensidade do Atlântico (após percorrerem 2.700 km de sua extensão). Estudos realizados comprovam que tal veneno nem sempre terá a visibilidade da lama que destrói e provoca mortes imediatas, comporta grau nocivo e letal. Podemos imaginar, apreensivos, o que pode ocorrer se medidas efetivas e imediatas não forem tomadas no sentido de que esse material contaminante não chegue à bacia hidrográfica do Rio da Integração Nacional.
Convocamos a todos, pois, a exigirmos das autoridades competentes que sejam tomadas medidas cabíveis e urgentes no sentido de garantir a preservação de rios e córregos ainda não envenenados pelo fel dos criminosos movidos pelo afã do dinheiro “fácil”. Existem mais 332 barragens na bacia do Velho Chico. Tais medidas são plausíveis e os recursos para tantos não faltariam quando legal e eticamente exigidos de quem tanto se beneficiou com a vulnerabilidade de populações inteiras e de tantos a elementos da Criação.
Por outro lado, pedimos ao Senhor que a lama que corre e escorre, represas de ganância e cobiça, abra nossos olhos das brumas que ofuscam a sensibilidade moral e a responsabilidade pelo cuidado com a Vida. Que não represemos, com olhos abertos pelo toque recriador daqu Ele que com uma porção de lama abriu os olhos do cego, nossa compaixão indignada e a capacidade de repensarmos este mundo e nossa convivência.
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