Dia: 21 de janeiro de 2023

Novo comandante do Exército, Tomás Paiva, é visto com maior traquejo político

O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste e escolhido por Lula para ocupar o posto de comandante do Exército - Divulgação - 26.jul.21/Exército Brasileiro
 O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste e escolhido por Lula para ocupar o posto de comandante do Exército – Divulgação – 26.jul.21/Exército Brasileiro

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, tem 62 anos e é considerado na capital federal como um militar com maior traquejo político, incluindo a proximidade com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi ajudante de ordens, e com o atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

Atual comandante militar do Sudeste (responsável por São Paulo), ele chegou em 2019 ao posto de general de Exército, o mais alto da carreira, passando a integrar o Alto Comando da Força.

Tomás Paiva está na linha sucessória natural, sendo o mais antigo detentor de quatro estrelas do Alto-Comando, ao lado de Valério Strumpf.

Em 2022, quando havia tentativas de contato com o Exército por parte de petistas, que então lideravam a corrida presidencial com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o nome de Tómaz era citado nos bastidores como uma das possíveis pontes.

Nesta semana, Tomás havia feito um discurso incisivo de defesa da institucionalidade, pedindo o respeito ao resultado das eleições e afirmando o Exército como apolítico e apartidário. Tudo isso em meio ao impacto dos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Tomás, como é chamado, já havia sido cotado para o cargo, mas alguns petistas temiam que sua grande capacidade de articulação o tornassem numa força independente, assim como Eduardo Villas Bôas foi quando escolhido por Dilma Rousseff (PT) no fim de 2014 -o ex-comandante foi o artífice da volta dos fardados à política.

Tomás foi chefe de gabinete de Villas Bôas.

Neste sábado (21), Lula demitiu o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, do posto de comandante do Exército em meio a uma crise de confiança aberta após os ataques do dia 8 de janeiro, em Brasília.

Em discurso na quarta-feira (18) durante uma cerimônia no QGI (Quartel-General Integrado), em São Paulo, o novo comandante do Exército disse que o resultado das urnas deve ser respeitado, independentemente do presidente exercendo o mandato.

Sem citar o nome de Lula, o comandante afirmou que “não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”. Disse também que ainda que houvesse um “turbilhão, terremotos, tsunamis”, continuarão coesos, respeitosos e garantindo a democracia.

Em outro trecho, afirmou: “Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste”, afirmou. “Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado.”

Entre outras atuações no Exército, Tomás foi também subcomandante da Minustah (Missão de Estabilização da ONU, no Haiti).

Oito dos presos nos atos golpistas de 8 de janeiro receberam para fazer campanhas de aliados de Bolsonaro

Ao menos oito pessoas presas por participarem dos atos golpistas do dia 8 de janeiro trabalharam para candidatos nas eleições de 2022. Deste, seis atuaram para eleger nomes do PL, mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os detidos tiveram suas prisões em flagrante convertidas para preventiva — em que não há prazo determinado para acabar — nesta semana por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Como os processos correm em sigilo, não é possível saber os crimes imputados a cada um deles. Mas, de acordo com o gabinete de Moraes, eles envolvem atos terroristas, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, ameaça, perseguição ou incitação ao crime.

Entre os que receberam para trabalhar nas eleições e, meses depois, foi preso por participar de atos que contestavam o resultado eleitoral está Wenderson Luiz Brandão Barros. Ele foi contratado pelo deputado federal eleito André Fernandes (PL-CE), atualmente deputado estadual. De acordo com a prestação de contas do candidato, Fernandes pagou R$ 2 mil pelos serviços de Wenderson.

O parlamentar é alvo de pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República sob suspeita de promover os atos antidemocráticos que resultaram na invasão e depredação das sede dos Poderes, em Brasília. Dois dias antes dos ataques, Fernandes fez uma publicação nas redes sociais sobre o tema: “Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos lá!”, escreveu.

Depois, no próprio domingo, o deputado postou uma foto da porta arrancada de um armário do ministro Alexandre de Moraes e ironizou: “Quem rir vai preso”. Após o pedido da PGR, Fernandes disse que não convocou ninguém para o ato e disse que não sabia que haveria “quebra-quebra nem vandalismo”.

A defesa de Barros afirmou que ele não tem “qualquer ligação” com Fernandes e que a empresa de segurança dele prestou serviços para o deputado. Os advogados ainda afirmaram que Barros estava acampado no Quartel-General do Exército e não foi para a Praça dos Três Poderes, “logo não há o que se falar em qualquer tipo de participação nas depredações dos prédios públicos”. Fernandes também foi procurado, mas não retornou.

Coordenadora recebeu R$ 5 mil

Entre os presos, quem recebeu a maior quantia para trabalhar na campanha eleitoral foi Tatiane da Silva Marques, que atuou como “coordenadora de equipe” deputado federal reeleito Bibo Nunes (PL-RS): ele pagou R$ 5 mil pelos serviços dela. O GLOBO entrou em contato com o deputado, mas não foi respondido.

Ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, André Porciúncula (PL-BA) pagou R$ 2.600 para Antonio Luis da Silva, também preso por ordem de Moraes. Procurado, Porciúncula informou que não conheceu pessoalmente Antonio e que ele foi contratado para entregar panfletos.

— Minha coordenação disse que ele trabalhou, sim. Era responsável por entrega de panfleto. Mas eu não o conheci. Toda essa parte operacional era feita pela coordenação, não tinha contato com as equipes de panfletagem contratadas.

Outro ex-secretário do governo Bolsonaro, o senador eleito Jorge Seif (PL-SC), gastou R$ 840 com Ademar Guinzelli. Em sua conta no Facebook, Guinzelli fez diversas publicações de apoio a Bolsonaro. Em uma delas, de dezembro, dizia que queria entregar o diploma de eleito ao ex-presidente, mesmo após ele ter sido derrotado. Seif foi procurado pela reportagem, mas não respondeu.

O deputado federal Abilio (PL-MT), por sua vez, contratou Helio José Ribeiro por R$ 800. Ele afirmou que não conhece Ribeiro e que orientou todos seus funcionários a não participarem dos atos.

— Não apoiei os atos e manifestações, não estive em nenhum ato e manifestação e ainda orientei todas da minha equipe a não participarem. Qualquer pessoa que tenha participado não foi com o meu consentimento.

Abilio ganhou evidência por ter minimizado a destruição em partes da Câmara após os atos, declaração que foi criticada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele diz que a fala foi um mal-entendido e que já conversou com Lira para se explicar.

O coach Pablo Marçal (Pros-SP), que se lançou a deputado federal mas teve a candidatura barrada, contratou Magno José da Silva por R$ 780. Questionado pela reportagem por meio de sua assessoria, a campanha de Marçal respondeu que Magno foi um dos mais de 600 colaboradores que presetaram serviço na campanha de deputado federal, realizando entrega de material de campanha nas ruas, sem qualquer outro vínculo.

José Gomes (PP-DF), que não conseguiu se eleger deputado federal, pagou R$ 300 para Daniel dos Santos Bispo. Por meio de sua assessoria, ele informou que “centenas de pessoas” trabalharam em sua campanha e que não se lembra de Daniel. Gomes afirmou ainda que “os cidadãos brasileiros têm direito a manifestações democráticas, porém respeitando os limites impostos pelas regras constitucionais”.

Já Carla Xavier (PL), que ficou como suplente para deputada estadual na Bahia, desembolsou R$ 1.889 para pagar Renata Sousa Massa, que participou dos atos golpistas. O GLOBO entrou em contato com Carla, mas ela não respondeu.

Lula demite comandante do Exército após crise de confiança

***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF, 19.01.2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF, 19.01.2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, em meio a uma crise de confiança aberta após os ataques do dia 8 de janeiro, em Brasília. A decisão foi comunicada ao militar neste sábado (21).

Arruda estava no comando da Força desde o dia 28 de dezembro, antes da posse de Lula como presidente. Ele havia sido escolhido por critério de antiguidade pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

Segundo auxiliares do presidente, a decisão foi tomada porque Arruda não demonstrou disposição de tomar providências imediatas para reduzir as desconfianças de Lula em relação a militares do Exército após a invasão do Palácio do Planalto e das sedes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso.

A demissão tem potencial para agravar as tensões entre Lula e o comando das Forças Armadas. Os governistas afirmam, no entanto, que a saída de Arruda é necessária para que Lula exercesse sua autoridade como presidente.

Depois dos ataques à praça dos Três Poderes, Lula manifestou publicamente sua desconfiança em relação às Forças Armadas, em críticas direcionadas especificamente ao Exército.

No dia 12, ele afirmou que “muita gente das Forças Armadas” dentro do Palácio do Planalto foi conivente com a invasão. “Estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não vi a porta de entrada quebrada”, disse. As declarações de Lula provocaram reações negativas dentro da Força.

O Alto Comando do Exército, formado pelos generais de quatro estrelas, se reuniu neste sábado para discutir a demissão.

Lula cumpre agenda neste sábado em Roraima para anunciar ações contra uma crise de saúde em terras yanomamis. Ele deve retornar a Brasília no fim do dia.

Na sexta-feira (20), o presidente se reuniu com Arruda e os comandantes da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno. O encontro foi articulado por Múcio como uma maneira de reduzir as tensões deste início de governo.

A reunião, no entanto, não foi suficiente para “virar a página” na relação, como pretendia o ministro da Defesa. A conversa se concentrou em projetos estratégicos e planos de investimentos das Forças Armadas. Dirigentes da Federação das Indústrias do Estado do de São Paulo foram chamados por Lula para participar do encontro.

Nos dias que antecederam a reunião, Lula disse a auxiliares que esperava uma providência enérgica contra os militares que teriam sido coniventes com o ataque à praça dos Três Poderes, no dia 8. A sinalização incluiria uma punição aplicada a esses indivíduos pelas próprias Forças Armadas.

Um dos focos mais vivos de tensão era a chefia do Batalhão da Guarda Presidencial, responsável pela segurança do Palácio do Planalto. Lula exigiu a troca do comandante da tropa, mas o Exército defendeu afastá-lo só depois de uma investigação que pudesse comprovar que ele teria facilitado a invasão do prédio.

O governo também exige uma mudança clara de posição dos militares diante de eventuais ameaças de protestos em frente aos quartéis. Neste ponto, há sinais de convergência: a determinação dos militares é impedir novas ocupações.

Aliados de Lula que fazem uma ponte com os militares afirmam que o novo governo conseguiu melhorar as relações com a Marinha e a Aeronáutica. O Exército, por outro lado, era visto como um problema —o que ficou marcado com a demissão de Arruda.

Ibaneis Rocha: PF cumpre mandado na casa do governador, afastado, do Distrito Federal

A Polícia Federal realizou, nesta sexta-feira (20), operação de busca e apreensão na residência e em locais de trabalho do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O ex-secretário interino de Segurança Pública, Fernando Oliveira também é alvo de mandados.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com a PGR, “o objetivo é buscar provas para instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos violentos registrados em 8 de janeiro em Brasília”.

A assessoria do governador disse ao Brasil 61 que ele “está sendo acompanhado apenas pelos advogados”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhou a operação da PF, na casa do governador afastado. Eleito em primeiro turno nas eleições de 2022, Ibaneis Rocha está afastado do cargo desde o dia 9 de janeiro.

O afastamento de 90 dias foi determinado por Moraes após os atos violentos que resultaram na invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. Ibaneis é alvo de inquérito na Suprema Corte que investiga se houve omissão e conivência de agentes públicos na condução das operações de segurança durante os atos.

Na última semana, o governador afastado prestou depoimento à Polícia Federal. Em nota, os advogados de Ibaneis Rocha, Alberto Toron e Cleber Lopes, afirmam que “a busca determinada na sua residência e seu antigo escritório, embora inesperada, posto que o Governador sempre agiu de maneira colaborativa em relação à apuração dos fatos em referência, certamente será a prova definitiva da inocência do chefe do Executivo do Distrito Federal”.

Ministério da Saúde resgata indígenas Yanomami com desnutrição grave e malária em Roraima

Foto: Condisi-YY/Divulgação

Indígenas doentes que vivem na terra Yanomami – a maior reserva indígena do país – foram resgatados com quadros de desnutrição severa e malária, segundo informações do Ministério da Saúde. Desde segunda-feira (16), equipes da pasta fazem atendimentos na região.

Desde o início dos atendimentos, técnicos do Ministério da Saúde resgataram ao menos oito pacientes crianças, que estão em estado grave. Todas foram encaminhadas para a capital Boa Vista. Na terça-feira (17), um recém-nascido yanomami, de 18 dias de vida, com quadro de pneumonia, recebeu atendimento médico e foi levado para Boa Vista.

A mãe – que é da comunidade Loko – percorreu três horas até chegar na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI), no polo base de Surucucu. O bebê chegou a ter cinco paradas cardíacas.  

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira (20), ter recebido “informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami”. Lula pretende viajar ao estado para acompanhar o caso.

O Ministério da Saúde disse que está realizando uma missão com o objetivo de elaborar um diagnóstico sobre a crise sanitária no território. A ideia é oferecer serviços de saúde aos mais de 30,4 mil indígenas que vivem em comunidades da região.

“Nos últimos anos, a população Yanomami passou por desassistência e dificuldade de acesso aos atendimentos de saúde. Casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de 5 mil crianças da região, foram registrados”, disse o Ministério da Saúde.

“Profissionais de saúde relatam falta de segurança e vulnerabilidade para continuar os atendimentos, dificultando ainda mais a assistência médica aos indígenas”, informou.  

Indígenas que vivem em comunidades isoladas geograficamente e de difícil acesso, no meio da Amazônia, sofrem com a falta de assistência regular de saúde. Enquanto isso, garimpeiros ilegais destroem a floresta em busca de ouro.

Lula dá protagonismo ao Nordeste e muda correlação de forças no governo

O presidente Luiz Inacio Lula da Silva durante encontro com jornalistas no Palácio do Planalto em Brasília em 12 de janeiro de 2023. (Foto: Sergio Lima / AFP)
O presidente Luiz Inacio Lula da Silva durante encontro com jornalistas no Palácio do Planalto em Brasília em 12 de janeiro de 2023. (Foto: Sergio Lima / AFP)
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente iniciou com nova correlação de forças dentro do governo e do PT, com maior protagonismo de políticos de estados do Nordeste.

O novo cenário representa o coroamento de uma geração de governadores eleita em 2014, reeleita em 2018 e que em 2022 ajudou a dar a Lula uma frente de 12,5 milhões de votos no Nordeste, sendo determinante para sua vitória sobre Jair Bolsonaro (PL).

O presidente reconheceu a força eleitoral dos ex-governadores e levou cinco deles para a Esplanada dos Ministérios: Rui Costa (PT), da Bahia, Camilo Santana (PT), do Ceará, Flávio Dino (PSB), do Maranhão, Wellington Dias (PT), do Piauí, e Renan Filho (MDB), de Alagoas.

Ao menos dois deles ganharam protagonismo nos primeiros dias de governo, sobretudo após os ataques de extremistas que resultaram na invasão e depredação das sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino assumiu o cargo com missões espinhosas e se tornou a principal face pública do enfrentamento aos bolsonaristas que participaram dos ataques de 8 de janeiro.

Por outro lado, também se tornou vidraça de opositores, que enxergam inação da pasta frente aos protestos que antecederam a invasão aos prédios da praça dos Três Poderes.

Ao longo do governo, Dino tratará de outros temas sensíveis como a relação com o Judiciário e o regramento para acesso a armas por civis.

Outro nome que despontou na linha de frente nos primeiros dias é Rui Costa, ministro da Casa Civil e responsável pela gestão de projetos prioritários do governo. Ele tem participado do enfrentamento aos atos golpistas e buscou interlocução com militares, área sensível ao novo governo.

Outros três ex-governadores de estados do Nordeste tomaram posse em pastas estratégicas e de orçamento robusto. Camilo Santana, que vai gerir um orçamento de R$ 147 bilhões na Educação, tem conduzido agendas positivas que incluem o reajuste do piso salarial de professores e a promessa de um novo pacto pela alfabetização.

Wellington Dias, que governou o Piauí por quatro mandatos e é um dos interlocutores mais próximos de Lula, está no comando do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família, programa que é uma das marcas das gestões do PT e que será relançado. Já o alagoano Renan Filho comanda a pasta dos Transportes com a chancela do MDB.

As cinco indicações fortaleceram o grupo de ex-governadores, que têm boa interlocução entre si e atuaram juntos no Consórcio Nordeste, servindo como contraponto a Bolsonaro.

Prioridades

Nesta sexta-feira (20), nove governadores do Nordeste se reuniram em João Pessoa e discutiram as prioridades de cada estado e da região. Uma carta será elaborada até a próxima quinta (26) para ser encaminhada a Lula com demandas.

Antes mesmo da eleição, Lula já dava indícios de que valorizaria esta nova geração de aliados. Em junho do ano passado, afirmou que “a melhor safra de bons governadores do país aconteceu no Nordeste”. Também se solidarizou com eleitores da região alvo de ataques de apoiadores de Bolsonaro.

O movimento de Lula foi na direção contrária ao de seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010, quando nomes de São Paulo, ligados ao núcleo duro do partido, assumiram os postos-chave.

Também é um contraponto a Bolsonaro. O ex-presidente iniciou seu governo em 2019 sem nenhum ministro nordestino, mas abriu espaço ao longo da gestão, contemplando nomes da região como Gilson Machado, Fábio Faria, Rogério Marinho, João Roma e Marcelo Queiroga.

Ao longo de seu mandato, o ex-presidente teve relação tensa com os governadores do Nordeste, aos quais criticou pela adoção de medidas de contenção da pandemia da Covid-19 e sobre quem fez declarações em tom preconceituoso.

Os ex-governadores têm em comum o fato de serem pragmáticos e terem uma visão política mais ao centro, em contraste com o perfil mais à esquerda da bancada do PT no Congresso.

Dino e Camilo, por exemplo, chegaram a ter partidos como PSDB e DEM como aliados nos estados. Rui Costa se destacou por firmar parcerias público-privadas e por conduzir uma reforma da Previdência em âmbito estadual que gerou críticas dos servidores.

Os ex-governadores também são criticados pela atuação na área ambiental. Conforme apontado pela Folha, Rui Costa, Flávio Dino e Wellington Dias deixaram as gestões de seus estados com um passivo de recordes de desmatamento do cerrado em um período de oito a dez anos.

Na avaliação do cientista político Cláudio André de Souza, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, a estratégia de Lula em convocar ex-governadores reflete a busca por lideranças políticas efetivas, que tenham trânsito no Congresso.

A escolha serve como um aceno a uma ala do PT que se mostrou vitoriosa: “É uma região que decidiu as eleições. Por isso, há uma expectativa de que o Nordeste comece a ter maior peso na definição das táticas eleitorais do partido”, afirma.

Ele ainda destaca que, com 19 ministros, a região Sudeste ainda tem um peso relevante, refletindo a necessidade de o PT disputar politicamente uma região que concentra 40% do eleitorado e onde perdeu espaço nas últimas eleições.

Além dos ex-governadores, outros sete nomes do Nordeste foram alçados a ministérios: José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Margareth Menezes (Cultura), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), André de Paula (Pesca), Juscelino Filho (Comunicações) e Jorge Messias (AGU).

Nascido no Rio de Janeiro, mas com carreira política no Rio Grande do Norte, o senador petista Jean Paul Prates foi indicado para assumir a presidência da Petrobras. Dos nove estados do Nordeste, a Paraíba é o único sem nomes contemplados com cargos-chave do novo governo.

O núcleo de São Paulo do PT segue prestigiado com quatro ministros: Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho), além de Aloizio Mercadante no comando do estratégico BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O espaço ocupado, contudo, representa um revés comparado ao primeiro governo Lula iniciado em 2002, quando nomes como Antônio Palocci, José Dirceu e Luiz Gushiken, todos de São Paulo, formaram o núcleo duro do governo.

A força do diretório paulista nas decisões do partido historicamente causa discórdia entre petistas. A despeito de ser o berço político de Lula, o PT paulista nunca venceu uma eleição para o governo do estado, mesmo tendo concorrido em todas desde 1982.

Nas últimas eleições, o estado também viu os candidatos do PT sofrerem derrotas nas eleições presidenciais. Em 2022, Bolsonaro teve 55,2% dos votos de São Paulo contra 44,8% de Lula.

Hoje, com um cenário de poder dividido entre os grupos de São Paulo e de estados do Nordeste, as insatisfações ganharam corpo em outros diretórios, sobretudo nas regiões Norte, Sul e em Minas Gerais.

O Rio Grande do Sul, onde o PT já elegeu dois governadores e ainda mantém uma relativa capilaridade, indicou o deputado federal Paulo Pimenta para a Secretaria de Comunicação Social.

No caso de estados como Minas Gerais e Pará, os petistas viram aliados locais de outros partidos serem prestigiados com ministérios, mas ficaram sem espaço no primeiro escalão do governo.

Presidente do PT no Pará, o senador eleito Beto Faro diz que não há insatisfação: “Não tem essa crise, o governo tem que ser amplo. O que queremos são políticas públicas para a nossa região”.

Paróquia de Santo Antônio/Condeúba: Os padres José Silva e José Nilton se despediram das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, numa celebração emocionante 

 

Momento inicial da celebração da Santa Missa de despedida dos padres José Silva e José Nilton junto com as Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, contou ainda com a presença do professor seminarista Pe. Gilvan

Foi celebrada a Santa Missa de despedida dos padres José Silva e José Nilton na manhã desta sexta-feira dia 20 de janeiro de 2023, que teve seu início às 08h15min e término às 11h20min. Por tanto, foi uma celebração bastante extensa, por uma causa justíssima que foi a despedida oficial dos padres frente as Comunidades Eclesias de Base – CEBs da Paróquia de Santo Antônio.

CELEBRANTES:- A Santa Missa foi presidida pelo padre José Silva, teve ainda como co-celebrantes os padres José Nilton e Gilvan, a primeira leitura foi feita pelo professor Celson da Comunidade do Distrito de Alegre, o salmo foi cantado por Simone da Comunidade de São Domingos, as preces foram feitas por Adriana da Comunidade do Riacho Seco de Gerosino e a belíssima animação ficou por conta do bom conjunto musical da Comunidade do Riacho Seco de Breginho.

Esq. Evanete, Adgilson(Gil), Elisabete, pe. José Silva, seus pais França e Zinha e Adonilton. Não poderam vir a este evento, os irmãos Adevan e Hermínio que moram em São Paulo.

FAMÍLIA:- O padre José Silva teve a glória de contar com a presença marcante de parte de sua linda família, estiveram seus pais duas irmãs e dois irmãos. Eles que vieram acompanhando o padre no início do seu compromisso assumido há seis anos atrás como titular da Paróquia de Santo Antônio em Condeúba, vieram agora acolher o filho sempre muito querido o ilustre padre José Silva, para seguir sua caminhada religiosa em outros meios da fé Católica, tendo esse primeiro ano um descanso merecido, pois, há cada 10 anos de bons serviços prestados de forma initerrupta, os padres tem o direito adquirido de se afastar de suas atividades por um ano, é o chamado período sabático.

O garotinho José com seu pai João da Glamur, segurando a muda da planta Pau de Candeia, sobre o olhar atento de seus padrinos Silvio e Rejane

BATIZADO:- Foi feito o batizado do garotinho José que é filho do simpático casal João da Glamur e Elaine, os padrinhos foi o casal também simpático Silvio e Rejane e a madrinha de consagração, foi a sua querida avó matena dona “Vivinha”. O garotinho José logo após ser batizado recebeu de presente das mãos do presidente da ADCC Sr. Manoel Neto, uma muda de Pau de Candeia, árvore histórica em extinção, a qual deu origem ao nome do município de Condeúba. Através do magnífico trabalho voluntariado desenvolvido pela ADCC que pertence a Paróquia com seu canteiro de mudas, em parceria especial formada com os amigos Ciríaco e Oclides, o Pau de Candeia está sendo resgatado e inserido na floresta condeubense. Ao final da celebração da Santa Missa, o presidente da ADCC Sr. Manoel Neto junto com seus colaboradores, fizeram a distribuição de mudas diversificadas, brindando aos participantes de forma gratuita, carinhosa e firmando o compromisso de reflorestamento do nosso habitar. 

Nosso sempre muito querido Felipe cadeirante e Flavia sua irmã, sua mãe Maria das Graças e o pai Gerolino conhecido por “pequeno”

EMOÇÕES:- O padre José Silva muito sensível, se emocionou algumas vezes no decorrer da celebração. Num momento especial de muita emoção, foi quando vieram à frente do Altar o garotinho cadeirante Felipe, ele que é tetraplégico, o qual estava acompanhado de sua irmã Flávia, a mãe Maria das Graças e seu pai Gerolino conhecido por “Pequeno”. Todos eles fizeram questão de fazer uma despedida especial ao padre José Silva que se emocionou ao dizer: “Aqui está um dos meus maiores amigos que conquistei aqui nesse período, que nem se quer nunca me dirigiu uma única palavra”. Momento em que o padre José Silva se emocionou e também deixou toda a assembleia emocionada, ele se despediu da família, deu um beijo na face de Felipe derramando lágrmas dos seus olhos.

HOMENAGENS:- As Comunidades Eclesiais de Base – CEBs da Paróquia de Santo Antônio, fizeram algumas homenagens aos padres José Silva e José Nilton pelos bons trabalhos aqui desenvolvidos por eles, em especial, dirigido ao pe. Zé Silva que é o nosso Pároco até o dia 26 de janeiro de 2023. As mensagens de agradecimentos aos padres em nome das CEBs, foram lidas pelas professoras Rita e Ângela Cruz. 

A coordenadora da
A coordenadora paroquial de catequese Dores Duarte, entregando aos demais membros das CEBs, uma lembrança

CATEQUESE:- “Estamos alcançando muitas graças, pois, apesar do período crítico da pandemia que perdurou por 2 anos, neste ano que se encerrou, nós conseguimos matricular mais de 200 catequisandos em toda a Paróquia, os quais estão concluíndo suas etapas do curso neste final e início de ano”, afirmou a coordenadora paroquial Dores Duarte. Em seguida a Paróquia ofereceu um almoço de confraternização aos catequistas. 

“Nós do Jornal Folha de Condeúba, queremos nesta oportunidade agradecer aos padres José Silva e José Nilton, pelos muitos e bons serviços que eles prestaram em nossa Paróquia. Em especial ao querido padre Zé Silva pelos vários enfrentamentos que ele fez em diversas  oportunidade, citamos um exemplo quando foi criado o Movimento Popular Asfalto JÁ!!! Que reinvindica o asfaltamento da BA- 617 no trecho entre os município de Condeúba a Caculé. O padre Zé Silva de pronto acolheu a ideia e partiu pra cima ajudando a se organizar o movimento, promovendo muitas reuniões com todas as autoridades desde secrtário, vereadores, prefeitos de 11 municípios adjacentes, além de deputados estaduais/federais e senadores, colhendo assinaturas e apoio político para o devido encaminhamento do Projeto ao então governador Rui Costa. Por último, tivemos dois encontros com os então candidatos ao governo da Bahia ACM Neto e Jerônimo Rodrigues. Tudo isso em defesa de uma causa social a prática do “BEM COMUM PARA TODOS”. O bom serviço foi feito e prestado com dignidade, tudo está encaminhado para sua realização, graças também a eficiente e marcante  participação do padre José Silva a que agradecemos imensamente”. 

Fotos: Oclides/JFC e Chico Lima Continue lendo