Tag: Vacina contra o COVID-19

Pfizer pressiona Brasil sobre acordo para a vacina do coronavírus

Com uma proposta para resolver a logística de distribuição, executivos da Pfizer estão tentando fechar o acordo com o governo federal para a venda de lotes de sua vacina contra o coronavírus. Contudo, restam apenas alguns dias para o Brasil responder. “O tempo é curto, de alguns dias, ou talvez uma semana”, destacou o diretor da área de vacinas da Pfizer Brasil, Alejandro Lizarraga, em entrevista ao Globo.

O diferencial da Pfizer é o prazo que conseguiria entregar as doses da vacina, que no Reino Unido já será aplicado na semana que vem. “Para o Brasil, a gente pode considerar algumas semanas, podendo chegar a um mês ou mais, até dois meses, mas sem precisar exatamente quanto tempo”, citou a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine. A Pfizer enviou na semana passada documentação dando início ao processo de registro, que em princípio iria ser de até 60 dias (três ciclos de avaliação de 20 dias) para ser efetivado.

No entanto, por causa das novas regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que a partir de hoje aceita pedidos de registro em caráter emergencial, é possível que esse prazo seja reduzido. O Ministério da Saúde estaria reticente em fechar negócio com a Pfizer porque a vacina contra a Covid-19 da empresa necessita de armazenamento a menos de -75°C para preservação por longos períodos.

Ainda assim, Lizarraga adianta que a logística com a utilização de uma caixa especial de refrigeração por gelo seco, criada pela própria companhia, pode resolver a distribuição no SUS. Países com condições de desenvolvimento semelhantes às do Brasil, como Chile, Peru, Equador, Panamá, México e Costa Rica, já teriam fechado o acordo com a Pfizer e não haveria problema colocar em prática aqui soluções similares às combinadas com essas outras nações.

Fonte: 97news

Brasil está bem posicionado para acesso a vacinas de covid-19

Por Agência Brasil

Foto – Reuters / Siphiwe Sibeko

Caso os testes clínicos em curso comprovem a eficácia das vacinas contra a covid-19, o Brasil está bem posicionado para obter doses já no ano que vem, avalia a professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Cristiana Toscano, que integra o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pesquisadora explicou que acordos já assinados pelo governo federal e pelo estado de São Paulo dão alternativas ao país, mas alerta que é preciso se apressar no planejamento para preparar os mais de 30 mil postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).

“No Brasil, a gente tem uma situação que considero bastante privilegiada, porque a gente tem os mecanismos bilaterais e o envolvimento do Brasil no Covax, que é um mecanismo multilateral”, disse a epidemiologista, que participou da Jornada Nacional de Imunizações, promovida pela Sociedade Brasileira de Imunizações. “A gente está bem posicionado do ponto de vista de acesso e de possibilidade e expectativa real de termos algumas vacinas já em 2021.”

Covid-19: Butantan poderá ter vacina registrada em outubro

Foto: Nevodka/istock

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quinta-feira, 6, que é possível ter a vacina Coronavac pronta para registro em outubro. “Poderemos ter [a vacina] a partir agora de outubro. O processo de preparo para a formulação e o envase já se iniciou. Todos os processos de controle de qualidade e validação já se iniciaram. A grande pergunta é se estará registrada e aprovada pelo estudo clínico e poderá ser utilizada. Sou muito otimista.

Acho que um prazo razoável seria janeiro de 2021 dado o desempenho até o presente momento”, afirmou Covas em audiência pública virtual da Câmara dos Deputados realizada para debater o desenvolvimento do imunizante. Covas também comentou sobre os questionamentos sobre a confiabilidade da vacina desenvolvida na China, pelo laboratório Sinovac Biotech.

“A gente tem que lembrar que o nosso telefone Apple é feito na China e são feitos inúmeros outros produtos industriais, inclusive as grandes farmacêuticas todas têm grandes laboratórios e grandes investimentos na China. A China é um país que tem um investimento muito pujante hoje em ciência. É uma ciência que se ombreia com qualquer outro país do mundo e muitas vezes em termos de volume até superior. Não há motivos para descaracterizar ou desconsiderar uma vacina pelo fato dela ter sido desenvolvida inicialmente na China”, afirmou o diretor.

Vacina de Oxford pode ser distribuída este ano, diz Astrazeneca

A vacina está sendo testada no Brasil. (Foto – REUTERS / Athit Perawongmetha)

A vacina contra o covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, com testes no Brasil, poderá ficar disponível à população ainda este ano. A afirmação foi feita por Maria Augusta Bernardini, diretora-médica do grupo farmacêutico Astrazeneca. O grupo anglo-sueco participa das pesquisas da universidade inglesa em parceria com Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Esperamos ter dados preliminares quanto a eficácia real já disponíveis em torno de outubro, novembro”, disse Bernardini.

Segundo ela, apesar de os voluntários serem acompanhados por um ano, existe a possibilidade de distribuir a vacina à população antes desse período. “Vamos sim analisar, em conjunto com as entidades regulatórias mundiais, se podemos ter uma autorização de registro em caráter de exceção, um registro condicionado, para que a gente possa disponibilizar à população antes de ter uma finalização completa dos estudos”, acrescentou, destacando que os prazos podem mudar de acordo com a evolução dos estudos. Segundo ela, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem se mostrado disposta a colaborar.

A vacina está atualmente na fase três de testes. Isso significa, de acordo a Unifesp, que a vacina se encontra entre os estágios mais avançados de desenvolvimento. O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e um dos motivos que levaram à escolha foi o fato de a pandemia estar em ascensão no país.

“O Brasil é um grande foco de crescimento, de mortalidade, o que nos coloca como ambiente propício para demonstrar o potencial efeito de uma vacina. Para isso precisamos ter o vírus circulante na população e esse é o cenário que estamos vivendo”, disse Bernardini. Ela participou, ontem (29), de uma conversa, transmitida ao vivo pela internet, com o embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan.

A diretora-médica da Astrazeneca também destacou que a atuação de pesquisadores brasileiros em Oxford e sua reputação foi outro fator influenciador para trazer a pesquisa para o Brasil. “Isso fortaleceu a imagem a reputação científica do Brasil, além de facilitar, trazer com agilidade o estudo em termos de execução”.