Fonte: Ascom/SEC
As secretarias da Educação (SEC) e de Administração Penitenciária (Seap) do Estado realizaram, nesta segunda-feira (27), uma aula inaugural do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O evento, realizado no Colégio Professor George Fragoso Modesto, na Penitenciária Lemos de Brito, no bairro de Mata Escura, em Salvador, marcou o início das atividades das três turmas.
Para o curso de Eletricista Predial de Baixa Tensão, foram ofertadas 34 vagas, divididas em duas turmas, sendo distribuídas igualmente para apenados da Colônia Penal Lemos de Brito e da Lafayete Coutinho, ambas em Salvador. Os cursos, com duração de 160 horas, são direcionados para pessoas em privação de liberdade, que estão em regime fechado. A terceira turma é para o curso de Pizzaiolo, também com 160 horas e 20 vagas direcionadas aos internos da Colônia Penal de Simões Filho.
Para o secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, o cuidado e investimento se fazem necessários para trabalhar com a estima e a ressocialização das pessoas que estão privadas de liberdade. “Temos uma agenda estratégica que envolve modernização e melhorias das unidades com cursos que propõem outras possibilidades para as pessoas que estão aqui, oferecendo uma melhor qualidade de vida e maiores possibilidades de ressocialização. Esses cursos e a inserção da Educação na vida deles fomentam novos sonhos e estímulos positivos. Toda a sociedade tende a ganhar”, afirmou.
Privado de liberdade há dois anos, o detento JR, de 47 anos, é conhecido na unidade prisional como “professor”. Desde que chegou, o bacharel em Direito vem se dedicando a dar aulas de Inglês, Literatura e Gramática. Para ele, a inserção de cursos profissionalizantes melhora a autoestima dos estudantes. “O que está preso é meu corpo físico, mas minha mente é livre para o conhecimento. Como fiz Direito, tento converter um cenário que seria ruim para o lado positivo e aproveito para ajudar meus companheiros e analisar as leis com outra ótica. Cursos como estes ajudam a todos a ocupar a mente e a movimentar o nosso conhecimento”.
IPS, de 42 anos, é paulista e está na unidade prisional há cinco anos. Para ele, os cursos, além de ajudar no lado psicológico e promover uma redução na pena, abrem novos caminhos. “Estudar sempre vem com uma nova motivação. Faço a EJA e vou fazer o curso de Elétrica. Com toda a certeza, ao sair daqui, vou usar esse conhecimento”. Para EN, de 66 anos, o curso chega para atualizar a sua prática na área. “Sou eletricista, estou aqui há dois anos. Apesar de já estar com uma idade avançada, sinto que o estudo vai aprimorar o que já sei e atualizar algumas normas de instalação que sempre mudam. Quando sair daqui, estarei mais qualificado”.
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