Com canetinhas nas mãos, André Caldas, de 10 anos, fez seu mundo de ilustrações ir muito além dos cômodos de sua casa. Diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), ele inspirou o projeto ‘Caiu do Céu’ e vem ajudando a colorir a vida de outros meninos portadores da mesma doença.
Natural de Santos, no litoral de São Paulo, André, aos dois anos, recebeu o diagnóstico da DMD, uma doença sem cura e degenerativa, que enfraquece os músculos e afeta, principalmente, os meninos. Buscando um tratamento mais avançado, após alguns anos do diagnóstico, a família foi morar na França.
Para custear os gastos no país, a forma encontrada foi vender canecas estampadas com desenhos feitos pelo próprio André. “Ele iniciou o ensino fundamental lá, não era alfabetizado ainda. Aprendeu a língua em seis meses, mas fomos percebendo suas dificuldades de aprendizagem”, diz a mãe do menino, Andréa Caldas, de 49 anos.
Andréa conta que o filho ficava triste com a situação e que, então, começou a buscar saídas nas capacidades dele, momento em que percebeu que ele se expressava muito em seus desenhos, mostrando resultados positivos de desenvolvimento. “Guardava todos como um tesouro. Até que um dia, abriu uma escola Montessori (método de ensino) perto de nossa cidade, porém era particular e muito cara.
Mas era uma esperança para recuperar o amor pelo aprender. Foi quando tive a ideia de imprimir seus desenhos em canecas e criar o projeto “Caiu do Céu”, relata. O projeto, segundo ela, tinha como objetivo proporcionar algo que André precisava por meio de suas próprias capacidades, mostrando seu valor e elevando sua autoestima e confiança.
O nome veio de uma brincadeira que fazia com o cunhado pelo Skype, em que ele aparecia na tela de cabeça para baixo e brincava com o menino afirmando que tinha caído do céu, simbolizando esperança e alegria.
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