PACIENTES COM CERATOCONE TÊM ALTERNATIVAS PARA TRATAR O PROBLEMA
Por Equipe Times Brasília
Em tempos de pandemia, muito se fala em não colocar as mãos no rosto. Mas quando um cisco cai nos olhos ou surge uma sensação de coceira, a reação mais comum é a de esfregar a região para diminuir o incômodo. Pois esse hábito que parece ser inofensivo pode não somente tornar os olhos porta de entrada para o novo coronavírus (Covid-19), como também ser responsável pelo surgimento de problemas oculares, como o ceratocone, doença que é o tema da campanha Junho Violeta. “O ceratocone é uma enfermidade não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, que é uma fina camada transparente na parte da frente do globo. A córnea é a principal lente do olho e com o afinamento e alteração de curvatura gerados pelo ceratocone, podem surgir visão embaçada ou dupla, imagens ‘fantasmas’, dor de cabeça e sensibilidade à luz”, destaca o Dr. Pedro Bertino*, médico do Hospital de Olhos Inob, empresa do Grupo Opty.
Além de uma tendência genética, alguns hábitos também podem potencializar o aparecimento da enfermidade, como o costume de coçar os olhos, o principal fator de risco associado. “Se não cuidado, o ceratocone leva à cegueira reversível, que pode ser recuperado com os tratamentos. Dependendo da evolução da doença, o oftalmologista pode escolher diferentes abordagens. Entretanto, quanto mais novo o paciente, mais agressiva é a doença e, consequentemente, ele tem menos qualidade de vida”, ressalta o Dr. Guilherme Rocha, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), empresa do Grupo Opty.
Recentemente, Bertino e Rocha realizaram um transplante da Camada de Bowman em uma paciente de 20 anos, com patologia avançada e progressiva. A técnica foi desenvolvida pelo grupo do renomado oftalmologista Gerrit Melles, mas modificada pelo Dr. Pedro Bertino. Esta modificação permite que o procedimento seja integralmente realizado a laser. A dra Renata Magalhães, oftalmologista do grupo Opty, também participou do processo de desenvolvimento deste novo método. O trio Bertino, Rocha e Magalhães constitui um restrito grupo de cirurgiões de córnea no Brasil – e únicos no DF – a aplicar esse protocolo. “Nós implantamos uma nova camada de Bowman, que é a segunda camada da córnea logo abaixo do epitélio, muito fina porém altamente resistente. Isso restabelece parcialmente a anatomia da córnea, levando a um remodelamento da curvatura corneana e ainda possibilita estabilizar a progressão da doença. Esse é um procedimento muito seguro e com risco muito baixo para o paciente e que pode evitar um futuro transplante de córnea. E, de fato, temos visto muitos casos que estavam com transplante de córnea já indicado, serem reabilitados visualmente de outra forma”, explica o Dr Pedro Bertino. Entre as vantagens do método, o transplante de Bowman não oferece risco de rejeição, como o transplante convencional e não precisa de pontos, o que torna o pós-operatório mais fácil, possibilitando um retorno muito rápido à vida normal.
Existem outras abordagens para o tratamento do ceratocone, que vão da prescrição de óculos e adaptação de lentes de contato rígidas corneanas ou esclerais, o implante do Anel de Ferrara e o Crosslinking. Segundo o Dr. Guilherme Rocha, hoje o tratamento padrão para estagnar a evolução do ceratocone é o Crosslinking do Colágeno da Córnea, uma cirurgia utilizada para tornar a córnea mais rígida, através do aumento das ligações químicas covalentes entre as moléculas do colágeno. Mas os pacientes em estágio mais avançado da doença não têm esta opção e aqueles que estão no limite e fazem o procedimento, nem sempre conseguem estagnar a doença e, pouco tempo depois, talvez tenha que se submeter ao transplante total de córnea. “Indicamos sempre o tratamento que pode melhorar a visão e impedir que a patologia continue evoluindo. Ao decidirmos pelo Bowman, nossa expectativa é que tenhamos conseguido diminuir a curvatura da córnea da nossa paciente e, em breve, possamos adaptar uma lente de contato e ela voltará a ter uma vida normal”, avalia o oftalmologista do HOB.
O ceratocone costuma surgir entre os 10 e os 25 anos de idade, mas pode progredir até os 40 anos ou estabilizar-se com o tempo e de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a incidência é de um caso para cada duas mil pessoas. Em 2019, conforme registra a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, foram realizados 14.943 transplantes de córnea no País, sendo o ceratocone a maior causa desse tipo de procedimento, de acordo com o Ministério da Saúde. Para evitar que a piora aconteça, três medidas são indispensáveis: o diagnóstico precoce da doença, consultas de acompanhamento a cada seis meses e controle da alergia ocular.
* www.bertinooftalmologia.com.br
Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. No formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas, mantendo o foco no exercício da medicina.
Atualmente, o Grupo Opty é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 20 empresas oftalmológicas, 1700 colaboradores e mais de 560 médicos oftalmologistas. O Hospital de Olhos INOB (DF), o Hospital de Olhos do Gama (DF), Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), o HOB Taguatinga, o HOB Hélio Prates, o Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF), o Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), a Oftalmoclin (BA), o Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), o Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), a Clínica Visão (SC), o HCLOE (SP), a Visclin Oftalmologia (SP), o Eye Center (RJ), Clínica de Olhos Downtown (RJ) e COSC (RJ), Lúmmen Oftalmologia (RJ), Hospital de Olhos do Meier (RJ) e Hospital Oftalmológico da Barra (RJ) fazem parte dos associados, resultando em 40 unidades de atendimento. Visite www.opty.com.br.
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