ArtigoAinda não passou 2022, nem sabemos quem de fato terá sido eleito governador da Bahia e já existem articulações para a presidência da Assembleia Legislativa do Estado. O deputado Adolfo Menezes (PSD) nem esquentou a cadeira e os partidos da base de Jaques Wagner (PT) já forçam a discussão pelo comando da Casa. Mais para a ala governista do que a oposicionista quando contextualizamos no espectro atual da política baiana.
Essa atual conjuntura tentam fazer “nas pressas”. Minha avó dizia que quando alguém é ansioso e faz muitos planos sem ter algo palpável é como contar com o ovo no fiofó da galinha. É prever ter o ovo no tempo certo específico e quando esse mesmo tempo chega, cadê o ovo?
A discussão é incendiada pelo PSB. O deputado federal Marcelo Nilo (PSB), um experiente utilizador da caneta soberana da AL-BA e um tarado pela cadeira da presidência, cutucou o assunto: a vaga de presidente deve entrar na discussão da formação da chapa majoritária. A ex-senadora e colega de bancada na Câmara Federal, Lidice da Mata, cacique da sigla, corrobora com a tese.
Ambos acreditam que PT, PSD e PP já tiveram seu espaço na história e continuarão na dividida da majoritária, mas agora seria a vez de siglas não contempladas poderem fazer o sucessor de Adolfo. Detalhe: já contando com uma vitória de Jaques Wagner nas urnas no ano que vem. Tem tanta água para passar debaixo dessa ponte daqui até fevereiro de 2023.
Agora, se partirmos desse pressuposto de Lídice e Nilo, em tese, com a formação da chapa de 22 e uma eleição do petista, o PSB é diretamente contemplado: vai ganhar uma cadeira no Senado Federal por quatro anos. Bebeto (PSB) é suplente de JW e assumiria a função. Ou já não o conta como membro do PSB?
Nesse formato teria o PCdoB ou Podemos, por exemplo, o direito de reivindicação. Mas peso para isso não vão ter. Até porque se tratando de peso e perspicácia, Otto Alencar (PSD) e João Leão (PP) nadam de braçada.
Conversei com alguns articuladores palacianos, mais de Wagner do que Rui, e eles até concordam com a reivindicação do nome começar a ser debatido e uma sinalização de acordo ser demonstrada. Avaliam que Wagner e Rui negligenciaram muito essa movimentação da AL-BA. O primeiro deixou Nilo reinar em absoluto, o segundo quase foi passado para trás debaixo do próprio nariz, se é que realmente não foi.
Agora vejamos: não se tem ainda governador eleito, nem mesmo deputados eleitos e não se sabe também como vão ficar os tamanhos das bancadas (até porque, pela lógica atual, oposição sempre teve peso também). É uma antecipação exacerbada: nem jornalista arrisca ainda fazer projeção de nome, muito menos uma Madame Beatriz. Já não bastam as corridas do Planalto e de Ondina iniciadas cedo até demais, e isso posso concordar com Rui.
Aviso: esse jornalista sairá de férias para um extremamente necessário descanso. O corpo pede e a mente também. Retorno em setembro.
* Victor Pinto é editor do BNews e âncora do programa BNews Agora na rádio Piatã FM. É jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. É colunista do jornal Tribuna da Bahia, da rádio Câmara e apresentador na rádio Excelsior da Bahia.
Twitter: @victordojornal
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