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A História e o autoritarismo brasileiro

Na condição de professor de História, sempre me preocuparam a disseminação de ideologias de extrema-direita no Brasil e o pendor autoritário de nossas instituições de Estado.

Nossa história tem sido um roteiro ininterrupto de golpes da elite racista e oligárquica, desde os tempos coloniais.

Os indígenas, negros, mestiços, pobres, trabalhadores e mulheres, sempre propositalmente esquecidos e deixados ao último plano, escravizados, oprimidos e torturados.

O nazismo já esteve entre nós. Atualmente, somos governados por um bando fascista de extrema-direita, boçais desorientados por teorias conspiratórias, racistas, supremacistas e por seitas religiosas que fogem ao senso do cristianismo autêntico.

Os constantes ataques do presidente da República à ciência e à democracia reacendem o temor de uma nova ditadura.

Ir às ruas em 19 de junho, com os devidos cuidados sanitários, é um dever de todos os que lutam contra o totalitarismo e as ditaduras. É civilizatório!

21 de abril dia de Tiradentes, é feriado nacional

POR Juliana Bezerra Professora de História

O Dia de Tiradentes é comemorado em 21 de abril no Brasil desde 1965, pela Lei Nº 4.897

Essa data é feriado nacional e faz homenagem a Tiradentes, considerado um herói nacional, mártir e Patrono da Nação Brasileira.

Com o objetivo de enfatizar a importância dessa figura multifacetada no desenvolvimento da história do Brasil, a data faz referência ao dia de sua morte, quando Tiradentes foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792.

Segundo ele:

Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la.

Dia de Tiradentes

Quem foi Tiradentes?
Joaquim José da Silva Xavier nasceu no dia 12 de novembro de 1746 em Minas Gerais, na cidade de Pombal (hoje chamada Tiradentes).

A alcunha “Tiradentes” estava relacionada a prática farmacêutica que na época os autorizava a fazer operações dentárias.

Tiradentes envolveu-se num dos movimentos revolucionários libertários do século XVIII que ocorriam na colônia daquela época. É preciso lembrar que houve outras rebeliões como a Revolta de Vila Rica ou a Conjuração Baiana.

A prisão e a morte de Tiradentes
Em 1788, Tiradentes envolveu-se no movimento revolucionário da Inconfidência Mineira contra a Coroa portuguesa. Foi preso em 10 de maio de 1789, no Rio de Janeiro, quando tentava captar apoio para sua causa.

Ficou preso durante três anos e foi o único do grupo dos Inconfidentes a ser condenado à forca. Foi enforcado e depois esquartejado, na praça da Lampadosa, no Rio de Janeiro, dia 21 de abril de 1792.

Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira foi um movimento de cunho separatista e libertário, também chamado de “Conjuração Mineira”, e buscava a emancipação da capitania de Minas Gerais em relação a Portugal.

Durante o século XVIII, os portugueses voltaram sua atenção para a região das Minas Gerais, na medida em que foram encontradas diversas minas de ouro e diamantes no local. Vem daí o nome do estado.

Minas Gerais tornou-se o grande atrativo para exploradores e conquistadores que se estabeleciam no local para tentar fortuna.

Por isso, a extração de ouro tornou-se a principal atividade econômica da Coroa Portuguesa durante o século XVII e XVIII. Além de explorar as minas, trabalhadores e escravos, cobravam-se altos impostos da colônia como o quinto, derrama e capitação.

Grande parte do ouro explorado era enviado para a Europa com a finalidade de enriquecer a Coroa. Os impostos abusivos deixavam a elite e a população cada vez mais descontentes com esta situação.

O grupo dos Inconfidentes
Os Inconfidentes, influenciados pelos ideais Iluministas, eram um grupo constituído por representantes da elite mineira. Havia proprietários de terras, militares, mineradores, advogados, intelectuais e padres.

Estava composto de cerca de 30 membros dos quais se destacam o poeta luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) e o poeta mineiro Cláudio Manuel da Costa (1728-1789).

O grupo lutava, sobretudo, pela autonomia das capitanias, a independência da região e a implementação de um sistema de governo republicano.

Quando delatados para a Coroa Portuguesa, o movimento foi desfeito, resultando no enforcamento de Tiradentes e a prisão ou o degredo dos outros inconfidentes.

Estrada Real entre Livramento e Rio de Contas está passando por revitalização

Foto – Divulgação

O grupo Guardiões Ambientais da Serra das Almas está realizando, desde o dia  31 de maio, a limpeza da  Estrada Real, situada entre Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas. O serviço inclui ainda trabalhos de revitalização. O término de todo processo está previsto para o próximo domingo (02).

“Muito gratificante você vê mais uma área turística da cidade sendo devolvida a população. Área que estava abandonada, repleta de lixo, intransitável por causa do mato, e você vê agora o fluxo de pessoas voltando ao local, é uma sensação gratificante pra gente. Existem ainda outras áreas de lazer que deverão ser trabalhadas, revitalizadas e devolvidas a população. Queremos agradecer também os voluntários que acordam aos domingos e deixam suas casas para contribuir com os trabalhos”, diz um dos líderes da atividade, Carlos Bananinha.

DOIS DE JULHO DE 1823

Por Antônio Santana

Colunista da Folha – Professor, Escritor e Poeta Antônio da Cruz Santana

Parabenizo a nossa querida Bahia, pela passagem do seu aniversário da sua Independência da Corte Portuguesa.

Tenho a certeza de que muitos foram os personagens da nossa história, que derramaram sangue e que lutaram bravamente para que nós pudéssemos chegar até aqui em 2019. Porém, não tenho dúvidas de que ainda não conquistamos à liberdade que à Bahia mereça ter para e com o seu povo. Porque infelizmente, ainda praticamos uma política partidária de 1534, mergulhados e vivendo com o pensamento num contexto imperialista coronelista sem data prevista para finalizar esse Sistema perverso.

Diante do exposto, cabe-nos perguntar a maioria dos baianos(as): aonde está a nossa independência? Quem se sente independente por completo na Bahia?

Obviamente que muitos vão dizer que mudou muita coisa de lá pra cá, e é verdade. Apenas a nossa forma de praticar a política(gem) continua a mesma: de perseguição a quem se opõe a uma ideologia diferente daquela de quem está temporariamente no Poder, da falta de oportunidade a quem tem competência, da marcação e de tantas outras formas de intimidações ao direito democrático que muitos deles desconhecem por maldade.

Por isso, é que eu sonho em um dia ver não somente à Bahia como também o Brasil, caminharem livres e independentes desses coronéis que atrasam a nossa nação brasileira.

a História do Dia 2 de Julho – Independência da Bahia

A comemoração do dia 2 de Julho é uma celebração às tropas do Exército e da Marinha Brasileira que, através de muitas lutas, conseguiram a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal, em 1823. Neste dia as tropas brasileiras entraram na cidade de Salvador, que era ocupada pelo exército português, tomando a cidade de volta e consolidando a vitória.

Esta é uma data máxima para a Bahia e uma das mais importantes para a nação, já que, mesmo com a declaração de independente, em 1822, o Brasil ainda precisava se livrar das tropas portuguesas que persistiam em continuar em algumas províncias. Então, pela sua importância, principalmente para os baianos, todos os anos a Bahia celebra o 2 de Julho. Tropas militares relembram a entrada do Exército na cidade e uma série de homenagens são feitas aos combatentes. Continue lendo

Junho de 2019: 40 anos da morte de Woquiton Fernandes Teixeira

Por André Koehne

Dr. Woquiton Fernandes Teixeira

O dia 26 de junho de 2019 marca quatro décadas da morte de uma das figuras mais emblemáticas da política caetiteense no final do século XX: o médico Woquiton Fernandes Teixeira.
Nascido no dia 17 de maio de 1934, filho de D. Josefina e Franco Fernandes; dizem que era para ser registrado como “Washington”, mas um erro do escrivão consagrou o neologismo “Woquiton” que o tornava até então único. Formou-se em Medicina em Salvador, cidade onde conheceu a esposa Edelweiss Yeda Nunes, com quem teve três filhos: Hasama, Janssen e Jimena.

Em 1962, ano de sua formatura, Woquiton volta para a Caetité natal onde jazia fechado um hospital erguido durante a gestão do governador Antônio Balbino em parceria com a Diocese de Caetité; graças a ele e outros colegas como Carlos, Lely e Zequinha, as instalações foram finalmente inauguradas e a iniciativa colocava Caetité como pioneira na região ao possuir o primeiro hospital digno desse nome no sertão; aquela novidade também gerou um fluxo de pacientes acima do esperado, como o próprio Woquiton narrava, divertindo-se: ora era uma mulher que se queixava de uma dor que, no exame, revelava ter sentido cinco anos antes; ora um senhor que vinha examinar um ferimento já cicatrizado: todos queriam “experimentar” o hospital e os seus novos doutores… Continue lendo

HISTÓRIA: Dorina de Gouvêa Nowill estaria completando 100 anos hoje 28/5/2019

A História de Dorina de Gouvêa Nowill

Dorina Nowill ao lado de Dorinha, personagem da Turma da Mônica criada em sua homenagem (Fundação Dorina Nowill/Reprodução)

Sobre a Dorina
A Fundação Dorina leva o nome de sua idealizadora, Dorina de Gouvêa Nowill. Mais do que uma fundação, ela deixou a oportunidade de viver com dignidade à pessoa com deficiência visual e, às pessoas que enxergam, uma lição de vida.

Perseverança, caridade, resignação e paciência são as lições deixadas por esta paulista que enxergava o mundo com os olhos da alma.

Mas quem foi essa mulher e quais eram suas motivações? Saiba mais sobre nossa presidente emérita e vitalícia, que conviveu durante 74 anos com a cegueira e fez disso sua missão de vida.

Quem foi
Dorina nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio de 1919 e acabou ficando cega aos 17 anos de idade, vítima de uma doença não diagnosticada.

Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, e conseguiu a integração de outra menina cega num curso regular da mesma escola. Posteriormente, Dorina colaboraria para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956. Continue lendo

Carolina Maria de Jesus, a escritora estaria completando 105 hoje se fosse viva

Carolina Maria de Jesus, estaria completando hoje 105 anos de idade

Carolina Maria de Jesus (Sacramento, 14 de março de 1914 — São Paulo, 13 de fevereiro de 1977) foi uma escritora brasileira, conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada publicado em 1960.

Carolina de Jesus é considerada uma das mais importantes escritoras do Brasil, e também uma das primeiras escritoras negras do Brasil.[1] A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Em 1958, tem seu diário publicado sob o nome Quarto de Despejo, com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um enorme sucesso e chegou a ser traduzido para quatorze línguas.

Carolina de Jesus era também compositora e poetisa. Sua obra permanece objeto de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.

Juventude
Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais,[2][3] numa comunidade rural, de pais analfabetos.[4] Era filha ilegítima de um homem casado e foi maltratada durante toda sua infância.[5] Aos sete anos, sua mãe a obrigou a frequentar a escola, depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar seus estudos,[5] mas ela interrompeu o curso no segundo ano, tendo já conseguido aprender a ler e a escrever e desenvolvido o gosto pela leitura.[4] Continue lendo

Essa estória de história com “H”

Por Nando da Costa Lima

Isto faz parte da história. É claro que a gente, além de aumentar um poquinho, só revela o milagre! É que os fatos e a imaginação se misturam na memória, tem muito tempo que escutei! Foi em 1950, quando Getúlio Vargas, em campanha presidencial, veio parar aqui em Conquista. Os “cumpade” Cabo Thiago, Dória e Alfredinho foram os responsáveis pela segurança da ilustre visita. Tinha gente de tudo que é canto: Guigó, Piripiri, Ibicuí, Iguaí, uma comitiva de poetas de Poções, Lagoa da Pedra, Jequié… Tinha gente até do norte de Minas. O Bicho de Pedra Azul não veio não, é mentira. Ele estava numa passeata em São Paulo. O evento se tratava de um ex-presidente concorrendo novamente à presidência. Uma das imprensas mais tradicionais da Bahia já naquela época, a de Condeúba, veio cobrir o evento, não era qualquer coisa não! A cidade se preparou, tava um brinco. O candidato chegou num dia e se picou no outro, foi o presidente que mais demorou em Conquista. Tinha que sair catando votos e apagando a fama de ditador Brasil afora. Aqui em Conquista o foguetório em sua homenagem foi comentado até em Salvador. O comício foi na Praça Barão do Rio Branco, que faz parte da história política de Conquista. A praça tava lustrando! Parecia uma capital no feriado de 7 de Setembro, só tinha gente arrumada! Mas, como em todo comício, tinha vendedor de tudo o que se pode imaginar: mariola, quebra queixo, taboca, rolete de cana, doce de umbu, pirulito…”Olha o pirulito enfiado no palito”. E é claro, não podia faltar doido, como a Terra do Frio sempre foi carente de doidos, mandaram buscar dois numa cidade vizinha. Comício sem doido não é comício. Um discursando a favor e o outro contra o presidente. Correu tudo como planejado pelas senhoras da terra, o comício foi impecável e o ex-presidente ficou muito grato com a simpatia e os prováveis votos obtidos no Planalto da Conquista. A Terra do Frio parece que votou fechado com Getúlio Vargas, tem até um busto dele na Serra do Maçal (quanto à votação unânime, eu não tenho certeza. Dr. Rui Medeiros pode informar melhor sobre isso e sobre o caso seguinte). Continue lendo