Sete de abril, dia do Jornalista, data oportuna para reflexões sobre a ética profissional e resgate da credibilidade
POR: José Aparecido Ribeiro – Jornalista, Licenciado em Filosofia.
Em 1983, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou os princípios que regem a ética profissional no Jornalismo. O Código Internacional de Ética Jornalística proclama que o dever supremo do jornalista é servir a causa do direito à informação fidedigna, através da dedicação honesta à missão de retratar a realidade de forma objetiva, isenta e responsável, considerando a relevância, a utilidade pública e a imparcialidade, sem interferir no contexto, mantendo, portanto o distanciamento que confere ao jornalista o desapego, se não à verdade, e que resulta na credibilidade para o exercício profissional.
Ao trazer o tema para a realidade brasileira percebe-se que a banda tem tocado na contramão do que manda a ética profissional. No momento em que o Brasil mais precisa do jornalista, da sua isenção, e da sua imparcialidade, ao invés de fazer jornalismo, a categoria – salvo honrosas exceções – parece estar profundamente engajada no ativismo político. Mas a obediência ao código de conduta profissional não deveria jamais ser alienada, pois ao romper com a ética do coletivo em prol da ética individual, nós jornalistas colocamos em risco a fiabilidade – a credibilidade – conquistada ao longo de muito tempo, por meio de acordos tácitos e históricos com a sociedade à qual pertencemos.
Assistimos hoje, entre assombrados e indignados, ao desvario escandaloso e inaceitável do factual dando lugar ao opinativo, para atender interesses editoriais inconfessáveis, e muito pouco republicanos. Recai então sobre nós os jornalistas a responsabilidade do resultado não só do trabalho individual, mas de toda a nossa categoria. Sendo assim, ainda que isso pudesse ser justificado pela necessidade de sobrevivência, o jornalista não pode se furtar ao trato com a verdade. E nem abdicar do seu compromisso coletivo, sob pena de estar sendo incoerente, omisso e – até – criminoso. É o mesmo dilema do médico: a quem ele deve servir? À medicina e à humanidade? Ou ao dono do hospital e seus interesses mercantis?
Momento de reflexão e resgate da credibilidade
A categoria deveria aproveitar a data para refletir, deixando as vaidades e as idiossincrasias de lado em nome do princípio coletivo que deve prevalecer sobre o individual, sobretudo aqueles que professam a fé cristã. Não se manda as favas a ética e o caráter para atender caprichos de empresários acostumados a regalias em governos corruptos. O Brasil atravessa uma tormenta e nela o jornalismo se faz presente na condição de testemunha privilegiada, registrador fiel dos fatos, pois é da caneta ou dos teclados de computadores dos bons e dos maus jornalistas que a sociedade toma ciência, aproxima-se ou afasta-se da verdade.
O jornalismo que tem sido praticado no Brasil não é motivo de orgulho, mas de desonra. Cabe ao jornalista a neutralidade, o distanciamento prudenciais nas brigas políticas que dividem o país, pelo menos enquanto ele exerce a profissão. Exemplos do mau jornalismo estão aí diuturnamente para endossar o imperativo proposto neste texto. Faço dois recortes para ilustra-los: Jornal Nacional do dia 23 de março e o editorial da TV Band do dia 20 do mesmo mês. No primeiro um massacre a honra de um presidente eleito por 58 milhões de pessoas, sem direito ao contraditório. Por 90 minutos o desrespeito imperou tendo como alvo o Presidente da República. A bancada do JN virou oráculo da maldade e da soberba, dirigida por dois talentos inquestionáveis, Willian Bonner e Renata Vasconcelos, que não fizeram questão de esconder uma ira que parecia ser pessoal.
O segundo expressado na virulência do editorial endereçado a um deputado federal que por acidente é filho do presidente, (Eduardo Bolsonaro) seguido de uma covarde retaliação e açodado ultraje a um embaixador (Ernesto Henrique Fraga Araújo), que fez valer a soberania e o direito a livre expressão de um parlamentar em solo brasileiro, para atender a um malfadado embaixador estrangeiro, cujo histórico por si só deveria servir de referencia e demérito. O vírus que apavora o planeta e destrói economias é sim chinês e o mundo não tem dúvida de que por trás desta pandemia há interesses escusos dos chineses.
Exemplos de profissionais que devem ser lembrados
Crescemos assistindo Sergio Vieira Chapelin, Alcides Alves Moreira (Cid Moreira), Ricardo Carlini, Leda Nagle, Paulo Francis, Alexandre Garcia, Lucas Mendes, e tantos outros que entraram e continuam entrando nos nossos lares como porta-vozes da noticia. Eles jamais foram questionados sobre veracidade dela. Fiamos a estes profissionais irretocáveis da comunicação credibilidade em um pacto tácito de confiança que até aqui foi zelado pela emissora, mas que de uma hora para outra foi quebrado.
Será que não podemos mais confiar no que vemos nos telejornais? Acordos espúrios entre dirigentes da mídia e políticos eram feitos em bastidores, hoje não aceitá-los virou motivo de vingança com o aval e a cumplicidade de jornalistas credenciados e consagrados. O jornalismo não pode servir a dois senhores de acordo com a conveniência do patrão, seja ele quem for inclusive as Organizações Globo. Com efeito, o ativismo precisa devolver ao jornalismo o protagonismo roubado pelo espetáculo manipulador, em nome da democracia e do imperativo da verdade dos fatos.
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Nesse caso da pandemia, Bolsanaro tem razão. O isolamento tem de ser vertical. Idosos em casa, doentes no hospital e sadios no trabalho. O pobre já está condenado à morte, se sair pode pegar o virus, se ficar em casa sem trabalho, pode morrer de fome. A bem da verdade, está sendo assim. Vertical. Parte do comércio aberto: padarias, supermercados, farmácias, indústria farmacéutica, etc.parte fechado: sapatarias, lojas, material de construção. Desemprego? Muito. Então, precisa haver o equilíbrio. Oremos para que a vacina ou o remédio apareça o mais rápido possível.