Nelson Quilombola visita ONG Ação da Cidadania no Rio de Janeiro

O militante social do movimento negro de Vitória da Conquista, Nelson Quilombola, esteve no Rio de Janeiro esta semana para conhecer a estrutura da ONG Ação da Cidadania, fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993, formando uma imensa rede de mobilização de alcance nacional para ajudar milhões de brasileiros que, segundo dados do Ipea, estavam abaixo da linha da pobreza.

Integrante do Comitê local da organização, na qual atua como representante do Conselho das Comunidades Quilombolas, Nelson Quilombola disse que seu objetivo é fortalecer ainda mais as ações de combate à fome em todo o Território de Vitória da Conquista e espalhar a experiência para outros territórios nos quais atua. Segundo ele, nos últimos quatro anos o Brasil voltou a integrar o Mapa da Fome e é preciso atuar em solidariedade dos povos quilombolas.

O diretor-executivo da Ação da Cidadania, Kiko Afonso, afirmou que a segurança alimentar é pauta diária no Brasil, tendo o país alcançado um patamar de exclusão do Mapa da Fome, mas retomou esta condição em 2016, quando governos não identificados com pautas populares assumiram o poder central. Assim, a ONG que havia inclusive encampado outras lutas pela cidadania, reassumiu seu protagonismo de combate à fome.

“O Natal sem Fome, que a gente havia parado em 2007, voltamos a fazer em 2017, justamente para alertar a sociedade sobre a volta da fome. Infelizmente o alerta não foi ouvido e o que a gente vê hoje é mais gente em situação de fome do que na época em que Betinho lançou sua Ação da Cidadania”, afirmou Kiko Afonso, segundo quem a situação no Brasil tem sido muito complexa nos últimos quatro anos, especialmente para as populações indígenas.

Nelson Quilombola informou que será organizado um seminário ainda no mês de abril sobre a questão da segurança alimentar, envolvendo não apenas comunidades quilombolas, mas associações urbanas e rurais, agentes públicos e militantes sociais para um amplo debate sobre o enfrentamento à fome numa nova conjuntura política, com governos federal e estadual identificados com as causas populares. “Temos que assumir nosso papel de sociedade organizada neste momento tão delicado”, afirmou Nelson.

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