Explosão em mina de carvão deixa 41 mortos na Turquia

Yasin AKGUL

Quarenta e uma pessoas morreram, e 28 ficaram feridas, em uma explosão de grisu na sexta-feira (14), em uma mina de carvão no noroeste da Turquia.

As equipes de resgate encerraram seu trabalho neste sábado (15), depois de encontrarem o corpo do último mineiro desaparecido.

“Nossa prioridade era encontrar os mineiros na galeria. Chegamos, finalmente, ao último. Ele também estava morto, o que eleva o número de óbitos para 41”, declarou o presidente turco, Recep Tayyip Edogan.

Com isso, foram encerradas as operações de resgate, 20 horas após a explosão na mina de Amasra, no noroeste do país.

Cerca de cem mineiros estavam no fundo da galeria, quando se deu a deflagração, aparentemente devido a uma explosão de grisu, na sexta-feira às 18h15 locais (12h15 em Brasília), pouco antes do anoitecer, o que dificultou as buscas.

Segundo o ministro do Interior, Suleyman Soylu, “58 mineiros conseguiram se salvar, ou foram resgatados pelas equipes”.

Os primeiros mineiros que conseguiram sair e que não estavam feridos participaram dos esforços de resgate.

“Estou bem. Quero ficar aqui para ajudar meus colegas”, disse um homem com o rosto exausto e preto de fuligem, que se negava a entrar em uma ambulância, conforme imagens do canal privado NTV.

“Retiramos os corpos dos nossos companheiros. É uma coisa horrível para nós”, disse outro mineiro ao mesmo canal.

Desde a noite anterior, parentes dos mineiros aguardavam, com angústia, as notícias na entrada da mina, observou um fotógrafo da AFP.

As galerias acidentadas ficam a cerca de 300 metros abaixo do nível do mar.

– Presidente promete investigação a fundo –

Erdogan, que tem uma difícil eleição presidencial no ano que vem, dirigiu-se aos mineiros resgatados e anunciou uma investigação exaustiva sobre “como a explosão ocorreu e quem são os responsáveis”.

“Tudo isso será determinado em um inquérito administrativo e judicial, que já começou”, garantiu o presidente.

Erdogan já havia prometido que o Estado “protegerá as famílias” das vítimas, cujos funerais estavam sendo realizados neste sábado em localidades vizinhas. Ao mesmo tempo, culpou “o destino” pelo que aconteceu na mina, que há três semanas recebeu a visita do ministro da Energia.

“A mina de Amasra é uma das mais avançadas (…) Mas somos pessoas que acreditam no destino, e esse tipo de coisa sempre vai acontecer, é preciso saber disso”, disse Erdogan à multidão de familiares, muitos deles aos prantos.

“Não sei o que aconteceu. Houve uma pressão repentina e não consegui ver nada”, relatou um mineiro que conseguiu sair dos túneis por conta própria, em entrevista à agência pública de notícias Anadolu.

Os acidentes trabalhistas são frequentes na Turquia, onde o forte desenvolvimento econômico da última década se deu, com frequência, às custas das normas de segurança, especialmente nos setores da construção civil e da mineração.

O país sofreu seu pior desastre em 2014, quando 301 trabalhadores morreram na explosão em uma mina de carvão na cidade de Soma, no oeste do território.

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