Categoria: Cultura

Passo

POR Ed tattoo

Passo

Às vezes perdemos o passo e nesse embaraço compasso de laço sem culpa refaço o caminho que nos torna fraco. Por hora serve a lembrança na herança passada pois aqui a criança perdeu o riso.
Estabeleceu nesse novo tempo o castigo penoso que nos fere sem culpa, o pássaro abandonou o ninho à procura de abrigo .
É preciso encontrar a saída para cura de nós, pois somos rebeldes, imaturos e destrutíveis. Infinito é a equação do que definimos como tempo, esse introito nos leva a descoberta da realidade castradora que nos impede de seguir em frente, perdemos os pensadores e poetas no labirinto de nossas mentes, tornamo nos adultos, tristes e rebeldes.
Precisamos voltar a ser luz para formarmos o passo.
Aqui vinga a paixão fulminante que na insensatez reflete o ego que domina, a culpa nos desvia do caminho reto que na rebeldia do interesse alheio nos torna cegos.
Essa partida involuntária transmite para aquele que observa a paisagem tensa, e na sua fragilidade sentes a dor.
É preciso interpretar nas lacunas do dia as verdades, mergulhar para dentro de nós e reconhecendo que somos irmãos de um só tempo.

Morre o músico cearense Evaldo Gouveia, aos 91 anos, vítima de Covid-19

Por Felipe Gurgel/Diário do Nordeste

Natural de Orós e autor de sucessos como “Sentimental Demais” e “Somos Iguais”, artista faleceu nesta sexta-feira (29), deixando farto legado na cultura brasileira

Evaldo Goveia. Foto: Kid Júnior

Morreu nesta sexta-feira (29), em um hospital particular de Fortaleza, vítima de Covid-19, o músico compositor, cantor e violonista cearense Evaldo Gouveia. A informação foi confirmada pelo biógrafo do artista, Ulysses Gaspar. O corpo de Evaldo Gouveia foi sepultado, na manhã deste sábado (30), no Cemitério Jardim Metropolitano, com a presença da esposa, a cantora Liduína Lessa, seguindo todas as normas recomendadas para sepultamento nesta época de pandemia.

Livro de memórias do compositor Evaldo Gouveia será lançado nesta quarta-feira (28)
Autor de “Sentimental Demais” e do samba-enredo “O Mundo Melhor de Pixinguinha”, dentre outras canções que ganharam espaço na memória dos ouvintes dos tempos áureos do rádio até cá, Evaldo Gouveia teve sua obra bastante interpretada e revisitada.

Conforme Ulysses, Evaldo estava com a saúde debilitada desde o fim de 2017, quando apresentou um quadro de pneumonia, em São Paulo. Na época, o artista se internou e no hospital teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC). De volta a Fortaleza, Evaldo ficou em tratamento até contrair o novo coronavírus, que debilitou ainda mais seu quadro.

Com 1.200 composições e cerca de 700 músicas gravadas, o estouro de seu repertório, na frequência radiofônica, foi impulsionado pela voz de cantores como Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Alaíde Costa e Maysa Monjardim. Antes de emplacar carreira solo, o cearense fez parte de formações como a do lendário Trio Nagô, ao lado de Mário Alves e Epaminondas Souza. Continue lendo

Levon Nascimento, escritor baiano radicado em Taiobeiras/MG., teve seu texto classificado em 10º lugar no concurso nacional de novos escritores

Tenho a honra de anunciar que meu texto “As guerreiras negras da divisa da Bahia com Minas”, que retrata a história de minha bisavó Feliciana Martins do Nascimento, recebeu menção honrosa, figurando em 10º lugar entre os mais de 300 inscritos, de todo o Brasil, no Concurso Nacional de Novos Escritores de 2019, na categoria “Histórias Humanas”. O texto vai figurar no livro-coletânea Histórias Humanas do Conselho Nacional de Novos Escritores.

“Nós do Jornal Folha de Condeúba, parabenizamos este grande escritor baiano radicado em Taiobeiras/MG. Levon Nascimento, pelo seu grande talento na escrita. Justiça foi feito com esta 10ª colocação a nível nacional, neste maravilhoso texto de sua autoria, “As guerreiras negras da divisa da Bahia com Minas”, que concorreu com mais de 300 autores. Para tanto, e com o intuito de homenageá-lo, republicamos a seguir a matéria na integra que foi publicada originalmente em 18/11/2018″. 

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Câmara Aprova Auxílio De R$ 3 Bi Para A Cultura Durante A Pandemia Do Coronavírus

A Câmara dos Deputados aprovou hoje (26) projeto de lei que concederá R$ 3 bilhões em ações emergenciais para a área da cultura enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. O texto da lei foi batizada de Aldir Blanc em homenagem ao compositor morto este mês, agora precisa ser apreciado pelo Senado. A informação foi divulgada pelo O Globo.

A deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) é a relatora do Projeto de Lei 1075/2020 que prevê aos trabalhadores informais no setor cultural uma complementação mensal de renda no valor de R$ 600. Na proposta os espaços culturais teriam direito a uma quantia que varia entre R$ 3 mil e R$ 10 mil até o fim da quarentena.

Dos R$ 3 bilhões, 20% deverão ser usados na manutenção de espaços artísticos e micro e pequenas empresas culturais, cooperativa e instituições que tiveram as suas atividades interrompidas por força das medidas de isolamento social.

AMOR DO SERTÃO

 

 

 

 

 

 

AMOR DO SERTÃO

NO Pé de uma roseira
Nasceu um beija – flor
No beijo dessa menina
Nasceu o meu amor

Não vivo para pensar
Mas beijo pra te amar
Se vivo para sonhar
Não vejo você passar

Moro no Sertão
Não vejo confusão
Gosto de uma uva
Que vem de Condeúba

Com jeito safado e sereno
A boca molhada e pequena
Pegando areia no chão
Que sai do rio Gavião

Antônio Santana
Poeta

Cultura e sua importância para o Novo Normal!

Por Ildazio Jr.

Foto: Henriqueta Alvarez / Divulgação

A cada dia que converso com um amigo, conhecido ou até nas entrevistas diárias que faço pela Radio Excelsior FM em meu programa, o “Conectados”, ouço o seguinte: “já li alguns livros nessa pandemia e minha filha também”; “ fiz uma playlist para faxinar com vários sons que não ouvia há séculos”; “revi pelo menos 5 filmes e mais 10 novos nas madrugadas”; “amigo, fiz um tour virtual no Louvre maravilhoso nesse fim de semana com as crianças”; “cara, que live maravilhosa a de fulana e da banda tal na sexta, foi balada em casa”; “ minha mãe se emocionou assistindo comigo o ‘Lago do Cisnes’ com o Balé de Bolshoi”; “comprei pela internet a coleção inteira em quadrinhos do Batman”… enfim.

E daí, quando você vai atrás dos números, se depara com a informação de que as compras de livros na Inglaterra cresceram 33%, que o entretenimento online ente 09 e 22 de março de 2020 cresceu em 22,8%, que milhões de pessoas se cadastraram na Netflix, Deezer, Amazon, Disney, Globo Play, entre outras, e que as lives se multiplicaram com palestras, debates e shows arrecadando milhões e ajudando os mais necessitados! Continue lendo

Conheça Rubem Alves, o melhor cronista do Brasil

Rubem Alves Escritor e teólogo brasileiro

Biografia de Rubem Alves
Rubem Alves (1933-2014) foi teólogo, educador, tradutor, psicanalista e escritor brasileiro. Autor de livros de filosofia, teologia, psicologia e de histórias infantis.

Rubem Alves nasceu na cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais, no dia 15 de setembro de 1933. Em 1945 muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Criado em uma família protestante, tornou-se pastor.

Formação
Entre 1953 e 1957 cursou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas, São Paulo. Em 1958 mudou-se para a cidade de Lavras, Minas Gerais, onde exerceu a função de pastor até 1963.

Ainda em 1963, Rubem Alves foi estudar em Nova York, retornando em 1964, com o título de Mestre em Teologia, pela Union Theological Seminary. Continue lendo

Resenha sobre o livro “Vidas Interrompidas”, de Levon Nascimento

Resenha sobre o livro “Vidas Interrompidas”, de Levon Nascimento

pelo jornalista João Renato Diniz Pinto

Prezado Levon,

A primeira vez que ouvi a palavra Taiobeiras foi no segundo grau quando estudava no Colégio Padrão/Pitágoras nos idos de 1995, 1996 e 1997. Fui colega de Nikolas, sobrinho da professora de Português, Rosane Bastos, um dos negros da turma. Cruzeirense e muito inteligente. Depois só retornaria a ter contato com Taiobeiras e o Alto Rio Pardo de Minas pelo blog (diário virtual) do sociólogo Levon Nascimento nos idos de 2003 e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

O professor da Escola Estadual Presidente Tancredo Neves retirou a conjunção “de” do nome. Na minha opinião, o “de” representa a linguagem da população norte-mineira e sua generalidade. O “do” ou o “da” é mais específico. Em fevereiro de 2007, voltei a ter contato com Taiobeiras na posse do padre diocesano, negro e baiano Inivaldo Fernando de Lima na Paróquia São Sebastião. Dom Geraldo Majela de Castro passava o comando da Arquidiocese de Montes Claros a dom José Alberto Moura. Continue lendo

Tudo passa…

POR Paulo Henrique

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tudo passa…

Sabe aquela impressão de que temos tudo?
Ilusão nossa, pobre impressão
Nada temos neste mundo
Tudo vem e vai em um mistério profundo…

E quando acordamos e pisamos no solo?
Olhamos para o céu, para o horizonte…
E vem aquele desejo de eternidade aqui no mundo, já agora, de imediato
Isso é saudável? Nos faz bem?
Ilusão de almas, pensamento em vão, abstrato.

Nada aqui é eterno…
De graça recebemos e de graça devemos dar.
Somos os administradores do tempo presente
Somos os gestores de dons e talentos.

E os anos cruéis que não nos oferecem perdão
Vão virando as folhas do calendário em rápida ação
Mêses e semanas que vivenciamos
Tempos de alegrias, tempos de tristeza, tempos de missão

Será que valeu a pena?
Será que basta nascer, crescer e ser gente?
É preciso ser mais, bem mais
Precisamos ir além… Precisamos ser eternos também

E somos chamados a ficar em um mundo que passa
Ficar aqui depois que partirmos
Ficar em pensamento, em sentimento, com aquilo que nós fizemos

Não deixemos que tudo passe em vão
Vamos perceber a graça que permanece
A beleza do sagrado que prevalece
O eterno de um mundo passageiro, mas que será eterno em forma de prece que se eleva ao eterno da luz que tudo amanhece…

Eu nasci poucos anos depois do fim da última grande guerra

Texto: Adriana GiampietroEu nasci poucos anos depois do fim da última grande guerra, e desde pequena ouço falar que a Terceira Guerra Mundial provavelmente iria dizimar grande parte da raça humana.

Acho que chegamos nela e nem nos demos conta disso.

A diferença é que eu, na minha inocência, acreditava que seria uma briga de algum país rico, contra outro país rico, em busca de alguma riqueza maior ainda. Que esses países inventariam bombas terríveis e com toda força bélica iriam demonstrar quem era o mais forte… Errei… Errei feio…

Descobri que o país mais forte na terceira guerra mundial, não é o que tem mais armas de fogo. Não é o que investiu em força bélica, ou armamento nuclear.

O país que vai ganhar a guerra é aquele que soube investir na *ciência, na saúde e em sua infraestrutura hospitalar*, porque o inimigo não morre com um tiro, ele é invisível.

Mas, em uma coisa eu estava certa…Muitos vão morrer.

Essa guerra está aí para inverter valores.

Veja:

O petróleo, sem consumo, não vale nada, não é mais ouro negro como sempre disseram…

O ouro hoje é em gel, e transparente… E só serve pra desinfetar.

Shoppings fechados, lojas desertas. Pra que comprar, se ninguém vai ver a bota nova comprada na loja cara logo no lançamento da Coleção outono-inverno?

Carros caros que não saem das garagens. Viagens desmarcadas.

A Disney perdeu o encanto e o Donald, dessa vez o Trump, pede para que os americanos fiquem em casa.

Em todas as línguas a palavra mais falada é essa mesmo “casa”… Que ganha um novo significado, além de morada vira “abrigo”.

A muralha da China não impediu que o vírus se espalhasse. Deixamos todo o trabalho em cima das mesas e de um dia para o outro, tudo parou…

Tenho a sensação de que não me despedi de ninguém… Fico imaginando que eu não posso perder ninguém, nem ir embora desse mundo sem me despedir.

Será que abracei o suficiente? Será que disse a todos o quanto eu os amo… Não sei…

Essa Guerra me deixou sem chão, verdades tão óbvias apareceram e quebraram paradigmas.

Precisou que o mundo parasse e o vírus ameaçasse nossa sobrevivência para que os pais percebessem que educação se faz em casa. E que escolas são centros de socialização.

Que ensinar não é fácil e que professores são muito mais heróis do que aqueles que o cinema mostra.

Que os mitos estão nos hospitais, de máscaras e sem condições de trabalho e não no Planalto onde a idiotização das pessoas toma forma humana e sem escrúpulos.

Se você aprendeu com a sabedoria dos mais velhos, sorte a sua, o mundo depois dessa tsunami será mais jovem, com menos rugas e menos sábio…
Ou talvez a sabedoria apareça nesse tempo, desde que ele sirva para entendermos que viagens foram canceladas porque a grande viagem que deve ser feita é pra dentro de nós mesmos.

Para que você entenda que o importante não são os custos, mas os valores.

Que essa guerra sirva pra que você reveja seus conceitos, entenda que rico é o trabalhador, sem ele não existe riqueza.

Que sem o homem a natureza é mais feliz e o céu mais azul.

Que amigos usam a tecnologia pra se fazer perto, e que não existe distância para aqueles que se amam.

Que vencer uma guerra no sofá é uma bênção, e está em suas mãos. Sua casa é sua trincheira e na terceira guerra mundial a granada mais perigosa é água e sabão.

E quando passar, olhe pra essa quarentena e veja que ela foi apenas o tempo de incubação, que você precisou para renascer.