Categoria: Condeúba

Funeral do Papa Bento XVI está marcado para 5 de janeiro; Entenda cerimônia

A partir desta segunda-feira (2), o corpo de Bento XVI será velado na Basílica de São Pedro, no Vaticano - Foto: AP Photo/Andrew Medichini
A partir desta segunda-feira (2), o corpo de Bento XVI será velado na Basílica de São Pedro, no Vaticano – Foto: AP Photo/Andrew Medichini
A partir desta segunda-feira (2), o corpo de Bento XVI será velado na Basílica de São Pedro, no Vaticano – Foto: AP Photo/Andrew Medichini

Papa Bento XVI morreu neste sábado (31) aos 95 anos, de acordo com o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. O Papa Francisco presidirá o funeral do seu antecessor, que está marcado para ocorrer em 5 de janeiro. O porta-voz afirma que o desejo do papa emérito é de que a cerimônia seja realizada com a “maior simplicidade”.

Essa é a primeira vez na história da Igreja Católica, que um papa irá enterrar outro. De acordo com informações do G1, o corpo de Bento XVI ficará exposto a partir desta segunda-feira (2) na Basílica de São Pedro para que os fiéis possam se despedir.

Especialistas em assuntos religiosos ouvidos pelo G1, afirmam que não existe um protocolo específico para a morte de um papa emérito, por isso o seu funeral deve ser semelhante ao de um papa que está ativo. As principais diferenças na cerimônia é que não terá o “assento vago”ou a convocação de um conclave.

Veja o se sabe sobre o funeral até o momento

Até o momento, poucos detalhes da cerimônia foram divulgados. A partir desta segunda-feira (2), o corpo do pontífice será velado sobre uma sóbria tapeçaria, com paramentos litúrgicos, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Segundo as regras da Igreja Católica, o funeral de um papa deve ocorrer entre 4 e 6 dias após a sua morte. A cerimônia já tem data marcada para o dia 5, na Praça de São Pedro.

Horas antes de ser enterrado, Bento XVI será colocado em um caixão que será coberto por outros dois; um exterior, que é feito de madeira de olmo; o do meio, de chumbo; e o interior, que é feito de madeira cipreste.

Saiba as diferenças na cerimônia

Como se trata de um Papa emérito, o ritual após a morte não contará com a tradicional convocação de um conclave, que é uma assembleia na qual a Igreja Católica realiza para escolher quem será o seu novo líder. Cardeais do mundo se reúnem entre 15 a 20 dias após a morte do papa e se isolam na Capela Sistina para escolher um sucessor.

Para o momento da escolha de um novo papa, os cardeais ficam incomunicáveis com o mundo exterior, a votação é feita em segredo e silêncio. Após esse momento, o resultado é anunciado para o público por meio da queima dos papéis de votação. Caso a fumaça for preta, ainda não terá um resultado. Caso seja branca, foi escolhido um novo líder.

Esse procedimento não ocorrerá dessa vez, já que o Papa Francisco foi eleito por um conclave após a renúncia de Bento XVI em 2013. Convencionalmente, no espaço entre a morte de um papa e a escolha de um novo, ocorre o que a igreja católica chama de assento vago (Sede Vacante).

Na ocasião da morte de um papa, todos os altos cargos do governo da Igreja (Cúria Romana) devem pedir demissão de suas funções, de acordo com a Constituição Apostólica promulgada em 1996 por João Paulo II. O único que continua é o camerlengo, que é um cardeal nomeado previamente para assumir o controle da Igreja e as funções de pontífice, mas com poderes limitados.

Rui Costa diz que ACM Neto foi convidado para ser vice de Lula, mas recusou

Rui Costa Governador da Bahia, assumirá o cargo de Ministro Chefe da Casa Civil do Governo Lula

“Esses dias lá em Brasília, eu conversei com o presidente de um partido. Ele veio até mim e disse: ‘Vou te contar um negócio. Chamei o adversário de Jerônimo (Rodrigues) na Bahia para ser candidato a vice-presidente da República. Tive uma conversa com Lula para oferecer o nome dele. Ele (ACM Neto) respondeu que não podia aceitar o cargo porque não podia renunciar ao cargo de governador da Bahia’”, disse Rui Costa, em entrevista à rádio Metrópole.

O governador prosseguiu: “Os adversários achavam que era só deixar os dias passarem e chegar o dia da eleição como se a pesquisa substituísse a eleição. E eu digo sempre quando as pessoas me perguntam. Na Bahia, a gente tem um combinado. A oposição ganha nas pesquisas, e a gente ganha a eleição”.

Quem é a mãe de Pelé, que tem 100 anos e mora em Santos

Atleta do século celebrou o aniversário de Dona Celeste em novembro

Pelé homenageou a mãe em novembro, quando Dona Celeste completou 100 anos. Foto: Reprodução/Instagram
Pelé homenageou a mãe em novembro, quando Dona Celeste completou 100 anos. Foto: Reprodução/Instagram

Muita gente ficou surpreso ao saber que a mãe de Pelé está viva. Dona Celeste acaba de completar 100 anos. Ela era casada com João Ramos do Nascimento, jogador de futebol mineiro com quem teve três filhos: María Lucia, Jair e Edson.

Edson entrou para a história como Pelé, o craque brasileiro que conquistou três Copas do Mundo, revolucionou o futebol e morreu nesta quinta-feira (29) em São Paulo.

Pouco se sabe sobre Celeste Arantes do Nascimento, a mulher que embalou os sonhos do filho quando ele ainda não havia sido eternizado como o Rei. No dia 20 de novembro, enquanto todos só pensavam na abertura da Copa do Mundo do Catar, Pelé comemorou o centenário da mãe.

“Desde pequeno ela me ensinou o valor do amor e da paz. Tenho mais de cem motivos para agradecer por ser seu filho. Compartilho essas fotos com muita emoção para comemorar este dia. Obrigado por cada dia pelo seu lado, mamãe”, declarou o campeão mundial na Suécia 1958, Chile 1962 e México 1970.

Dona Celeste está longe dos holofotes em Santos e é cuidada por sua filha Maria Lúcia, que -após a morte de Pelé passou a ser a única filha viva.

Celeste casou-se com João Ramos do Nascimento, o Dondinho, como era conhecido. Foi um destacado jogador de futebol mineiro que chegou a jogar no Atlético Mineiro. Tiveram três filhos, criados entre Três Corações e São Lourenço. O do meio era Jair (1942), mais conhecido como Zoca.

Ela foi mãe de Pelé aos 18 anos, na cidade mineira de Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940.

Segundo a lenda, Dona Celeste foi quem recebeu uma visita importante na década de 1950. Waldemar de Brito, um caçador de talentos com passagem pela Copa do Mundo da Itália em 1934, a convenceu de que o pequeno Dico (primeiro apelido de sua infância) largaria o emprego em uma fábrica de calçados e ingressaria no Santos.

“Eu quero que você continue segurando minha saia”, ela resistiu. Ela estava preocupada com a distância, quem cuidaria do filho. “E se ele ficar doente?” Promessas de cuidado a suavizaram: “Bem, você pode ir.” Toda a cena foi reconstruída para o documentário O Rei Pelé (1962), no qual a própria Celeste se coloca no lugar de sua personagem.

Muitos anos depois, outro cortesão veio pedir sua ajuda. Em 1999, após ter ocupado o Ministério do Esporte no governo de Fernando Henrique Cardoso, o Rei queria chegar à presidência do Santos. José Fornos Rodrigues, seu assessor, dirigiu-se a Celeste.

“Eu disse a Dona Celeste que o filho dela estava sonhando. Ele tem que estar acima do bem e do mal, ser presidente não era para ele. Pelé às vezes sonha e eu o abaixo no chão, puxo a perna dele”, lembrou.

Na ocasião, o astro homenageou a mãe. Ele deu seu nome a um dos gêmeos que teve com sua segunda esposa, Assíria Seixas Lemos. A mãe também retribuiu o carinho. Junto com seu irmão Jorge, só com sua memória conseguiram construir o museu Casa Pelé, uma réplica da casa natal do Rei em Três Corações, ambientada nos anos quarenta. A alguns quarteirões dali existe uma estátua de Dondinho e Pelé.

Nas fotos postadas pela família durante a internação no Hospital Albert Einstein, Dona Celeste não apareceu em nenhum momento já que segue reclusa na cidade de Santos.

Lula debocha de Bolsonaro após ida do presidente para os Estados Unidos. Confira!

Jair Bolsonaro vai para os Estados Unidos e presidente Lula debocha no Twitter. Confira a reação!
O presidente Jair Bolsonaro vai passar as últimas 24 horas de seu mandato bem longe do Brasil. Confira a reação de Lula!
O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Brasil pouco mais de 24 horas antes de encerrar seu mandato. O atual chefe do Executivo embarcou no avião presidencial no início da tarde e a expectativa é que ele desembarque na Flórida, nos Estados UnidosQuem parece ter adorado a notícia foi o presidente eleito Lula (PT), que assume o cargo neste domingo (01).

Através do perfil oficial no Twitter, Lula postou o clipe completo da faixa “Tá na hora do Jair já ir embora”, hit de Juliano Maderada e Tiago Doidão que se tornou viral na época das Eleições e chegou ao topo dos charts no Spotify. A música foi muito cantada pelos apoiadores do petista e até por famosos, como Xuxa Meneghel.

“Eu bem que te avisei, você não quis me ouvir / Agora tá sabendo quem é esse Jair / Ele te fez sofrer, ele te fez chorar / Arrume as malas dele, bota ele pra vazar”, diz um trecho da letra. Minutos depois, Lula voltou atrás e decidiu apagar a publicação debochada do Twitter.

SAIBA POR QUE BOLSONARO NÃO VAI PASSAR A FAIXA PARA LULA

De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro não vai passar a faixa para Lula neste 1º de janeiro após concordar com aliados, que argumentaram que uma participação na posse de Lula desagradaria seus apoiadores, que realizaram inúmeras manifestações antidemocráticas ao redor do Brasil para contestar o resultado das eleições.

Houve quem insistisse que ele participasse, como um gesto de apreço e respeito à democracia, mas o presidente frisou que o ato não faria com que os adversários mudassem de opinião sobre ele.

Mourão confirma que assumirá a Presidência após viagem de Bolsonaro

Mourão ficará na cadeira de chefe de estado do Brasil até a posse de Lula

Mourão confirma que assumirá a Presidência após viagem de Bolsonaro (AP Photo/Leo Correa)
Mourão confirma que assumirá a Presidência após viagem de Bolsonaro (AP Photo/Leo Correa)
  • Mourão ficará na cadeira de chefe de estado do Brasil até a posse de Lula;

  • A cerimônia está marcada para a tarde de domingo (1º), no Congresso Nacional;
  • Mourão disse que não cabe a ele passar a faixa presidencial a Lula.

Tão logo o avião – que levará Jair Bolsonaro aos Estados Unidos – deixe o espaço aéreo brasileiro, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, assumirá a presidência do Brasil.

Mourão confirmou que ficará na cadeira de chefe de estado do Brasil até a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cerimônia está marcada para a tarde de domingo (1º), no Congresso Nacional. Em contato com o G1, Mourão afirmou que tudo ficará tranquilo até lá.

“Assumo o cargo assim que o avião do Bolsonaro sair do espaço aéreo brasileiro. Tudo vai ficar tranquilo e calmo no país até a posse do presidente Lula”, disse Mourão.

Apesar de confirmar que ficará no cargo até o sábado 31, Mourão disse que não cabe a ele passar a faixa presidencial a Lula. De acordo com o vice-presidente, esta tarefa é delegada a Jair Bolsonaro, que não estará no Brasil para cumprir o papel.

Sem Bolsonaro, quem entrega a faixa?

Sem Bolsonaro, que não admite que perdeu a disputa presidencial que ocorreu em outubro, existe a possibilidade de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional, entregar a faixa presidencial ao presidente eleito.

Por lei, cabe ao presidente do Congresso abrir a sessão solene, e entregar ao presidente eleito e ao vice o termo de posse para que assinem. A previsão é de que, no evento, Pacheco discurse logo depois de Lula.

Outras opções também estão sendo discutidas pelos integrantes da equipe que organiza a cerimônia de posse.

Uma delas, ainda segundo a jornalista Malu Gaspar, é a faixa ser entregue por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara; por um cerimonialista; ou por um grupo de pessoas representando diversos setores da sociedade brasileira.

Brumado ultrapassa 70 mil habitantes, mostra prévia do Censo 2022

Vista aérea de Brumado – Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

De acordo com a prévia, Brumado já ultrapassou 70 mil habitantes, contando até o momento com uma população de 70268. Essa é a prévia da população calculada com base nos resultados do Censo Demográfico 2022 até 25 de dezembro de 2022.

A divulgação tem como objetivo cumprir a lei que determina ao Instituto fornecer, anualmente, o cálculo da população de cada um dos 5.570 municípios do país para o Tribunal de Contas da União (TCU) para fins de cálculo de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), feita de acordo com o número de habitantes.

Seguindo um modelo estatístico, o IBGE entrega um resultado prévio do ano de 2022 a partir dos 83,9% da população recenseada. “Este modelo adotado foi bastante estudado e aprovado pela Comissão Consultiva do Censo 2022, que olhou detalhadamente o processo desenvolvido para fornecer ao TCU e à sociedade os melhores dados técnicos e reais possíveis”, afirma o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.

Mãe e filha são encontradas degoladas dentro de residência em Casa Nova

Uma mulher e a filha foram encontradas degoladas em cima de uma cama, na cidade de Casa Nova, no norte da Bahia. Segundo a Polícia Civil, o ex-companheiro da vítima, pai da menina, é o suspeito de cometer o crime.

De acordo com o G1, a polícia informou que o caso aconteceu na tarde de quarta-feira (28), no bairro Vila Isabel. O suspeito é procurado por policiais militares.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher foi identificada como Edileuza Carvalho Rodrigues, de 24 anos. Já a menina, que se chamava Lívia Thauane, tinha 7 anos.

A polícia foi acionada por vizinhos das vítimas, que acharam estranho a falta de movimentação na casa em que Edileuza morava.

Os corpos de mãe e filha foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Juazeiro. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Idosa de 62 anos é encontrada morta na zona rural de Tanhaçu

Uma idosa de 62 anos, identificada como Dolores de Jesus Silva, foi encontrada morta nesta quarta-feira (28), no povoado de Lagoa do Boi, no distrito de Sussuarana, zona rural da cidade de Tanhaçu.

Segundo apurou o site Achei Sudoeste, a família encontrou a mulher caída em sua propriedade rural. Ela chegou a ser socorrida por um amigo, que levou a mulher até a sede do distrito de Sussuarana.

No local, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) detectou o óbito de Dolores. A 34ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi acionada e isolou a propriedade da vítima até a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O corpo de Silva foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em Brumado para ser necropsiado. De acordo com a polícia, a idosa teria ingerido produto agrícola altamente venenoso. Segundo a família ela sofria com quadro depressivo. O sepultamento ocorreu na quinta-feira (29).

Com Tebet e Marina, Lula anuncia novos ministros; veja lista

A senadora Simone Tebet e a deputada eleita Marina Silva ficaram com Planejamento e Meio Ambiente, respectivamente; oficialização dos futuros chefes de ministérios aconteceu no CCBB, em Brasília

Lula (Foto: Reprodução)
Lula (Foto: Reprodução)

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta quinta-feira (29) os nomes que faltavam para compor os ministérios do seu futuro governo, que começará a partir de 1º de janeiro de 2023. A oficialização dos futuros chefes de pastas aconteceu no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília.

A equipe de transição do petista já havia anunciado que seriam 37 ministérios —atualmente, no governo de Jair Bolsonaro (PL), existem 23. Veja os nomes anunciados hoje:

Ao anunciar Simone Tebet, o petista reconheceu a importância da senadora em sua campanha durante o segundo turno da disputa presidencial.

“Companheira que teve um papel extremamente importante na campanha. Ela foi adversária nossa no primeiro turno e foi uma aliada extraordinária no segundo”, declarou.

Lula já tinha anunciado outros 21 nomes. Veja a lista:

Mais cedo, no Twitter, o presidente eleito afirmou que o novo governo terá muito trabalho e precisará “ter muita competência para reconstruir o país” nos próximos anos.

Líderes do governo

Além dos ministros, Lula anunciou os líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso: José Guimarães (PT-CE) e Jaques Wagner (PT-BA), Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente.

“Jaques e Gleisi [Hoffmann] são duas pessoas com quem tive a liberdade de dizer: vocês não serão ministros. O Wagner porque precisava dele no Senado, e a Gleisi porque o partido precisa dela”, falou.

Maior número de mulheres

Serão 11 ministras no governo Lula, superando o maior número de mulheres em ministérios que o país já teve. A gestão de Dilma Rousseff (PT), segundo o portal g1, chegou a ter dez mulheres simultaneamente nos cargos.

“Eu estou feliz porque nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras. Nunca antes. E estou feliz porque nunca antes na história do Brasil, tivemos uma indígena ministra dos Povos Indígenas”, ressaltou Lula.

Sem anunciar nomes, o petista garantiu que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal serão presididos por mulheres.

Pelé não deu apenas gols e títulos ao Brasil. Deu um lugar no centro do mundo

Soccer Football - FIFA World Cup Qatar 2022 - Round of 16 - Brazil v South Korea - Stadium 974, Doha, Qatar - December 5, 2022 Fans inside the stadium hold up a banner of former Brazil player Pele with the message get well soon REUTERS/Paul Childs TPX IMAGES OF THE DAY
Homenagem a Pelé durante jogo do Brasil contra a Coréia do Sul na Copa do Qatar. Foto: Paul Childs/Reuters
Sabia muito pouco ou quase nada sobre futebol quando o Brasil foi eliminado da Copa da Itália em 1990, gol de Caniggia, jogadaça de Maradona.

Mas, aos sete anos de idade, já tinha dimensão do que significava o Pelé para o futebol. A ponto de protestar, durante dias após a derrota para a Argentina, pelo fato de o maior atleta de todos os tempos não ter sido convocado para salvar a seleção de seu destino: a desclassificação precoce nas oitavas-de-final.

Os adultos me explicavam que Pelé já tinha quase 50 anos, celebrados meses depois em um amistoso em que vestiu mais uma vez a camisa da equipe canarinho.

A imagem, na TV, de Pelé em campo alimentou minha obsessão por anos. Perdemos em 90. E em 86. E 82. E 78. E 74. Poderíamos ter ganhado todas aquelas Copas com uma fórmula simples, eu imaginava: bastava botar o Pelé em campo.

Meus amigos da rua e eu não tínhamos ideia ainda do que era linha de impedimento, falta para cartão, esquema tático. A gente não sabia sequer a diferença de um meia e um atacante. De um 9 de um 7. De um ponta e um lateral. Tudo isso era um universo ainda acessado, com códigos próprios que levaríamos um tempo para assimilar.

Que o Pelé era o maior de todos a gente sabia.

Definir o momento exato em que aprendemos isso, assim como assimilamos o ato involuntário de respirar, era um mistério.

Pelé estava reinava por essas terras muito antes de a gente nascer. Estava em todos os lugares, como o Cristo Redentor aos olhos de um visitante: no boneco de plástico que meu avô guardava em cima da estante na sala desde a Copa de 70. Nas figurinhas do meu pai e dos meus tios. Nos pôsteres. Nas capas de revistas. Nas reportagens da TV.

Pelé simplesmente existia e era onipresente, sem que nos fosse apresentado formalmente. Ele simplesmente estava lá, como estavam as estrelas acima de nossas cabeças, o sol, o vento, o mar, a areia.

Um brasileiro, quando nasce, aprende a respirar na marra, chorando. E aprende na sequência que Pelé foi o maior de todos e quanto a isso não existe questionamento. Maior no esporte? Não, maior em tudo.

Aos poucos as testemunhas que um dia viram Pelé em campo foram saindo de cena. Em qualquer roda de adultos havia sempre alguém disposto a contar os feitos do Atleta do Século em alguma partida no estádio de nossa cidade, a Fonte Luminosa.

Dele soubemos sem ver, embora vimos muito, graças ao trabalho incansável, de ourives, de cineastas como Aníbal Massaini Neto.

Sabíamos do dia em que ele chapelou metade do time do Juventus, na rua Javari. Nós reconstituíamos as cenas em nossas cabeças muito antes de o gol ser reproduzido pelo computador.

Sabíamos do tri, dos passes, dos mais de mil gols e dos quase gols no México, em 70.

Pelé era a imagem de um país possível, que falava orgulhoso lá fora e em qualquer lugar. Viemos do país de Sua Majestade.

Quantas e quantas vezes um brasileiro não viu as portas se abriram por andar longe de casa, nessas ilhas cheias de distância, com uma camisa amarela de seu país? Essas portas abertas são apenas algumas das muitas dívidas que jamais pudemos pagar em vida a Pelé.

Como definiu o rapper Emicida, o artista que hoje talvez expresse melhor os conflitos do Brasil contemporâneo, a memória sobre os feitos de Pelé era tão poderosa que parecia que ele ainda estava em campo. Por isso muitos de nós –ele, inclusive – nos revoltávamos quando o técnico, qualquer técnico, não o escalava, mesmo muito tempo depois de ele se aposentar para o futebol.

Em uma fala iluminada, feita alguns anos atrás, Emicida lembrou que Pelé ousou ser rei no país mais racista do mundo. Um país destruidor de super-heróis. Um país onde o sucesso é ofensa pessoal – e um crime hediondo quando se trata de alguém com pele escura.

Em torno de Pelé, a ofensa muitas vezes o levou a ser acusado de se omitir no campo das questões sociais – postura que rendeu a ele um mito que ele não mereceu, o de homem alienado.

Essa imagem, recordou Emicida, foi construída por homens brancos da imprensa esportiva e suprime diversos momentos em que Pelé se posicionou, sim. Como quando disse que nunca tirou a pele para jogar. Ou quando afirmou que se política virou sinônimo de corrupção no país, essa culpa não era do negro. (Mais recentemente, uma foto de Pelé vestindo a camisa das Diretas Já voltou a circular pelas redes sociais).

“Pelé deveria ser mais celebrado como essa figura que parou uma guerra. Ele fez uma geração que veio antes da nossa sonhar com algum reconhecimento”, disse Emicida.

A fala resume o tamanho da perda de Pelé.

Ninguém fez mais pelo Brasil do que ele. Nelson Rodrigues, um dos primeiros cronistas a reconhecer sua majestade ainda no nascedouro, lembra dos tempos em que os brasileiros tremiam, em campo e fora dele, diante da presença dos europeus, então o centro do mundo. Andávamos com a cabeça baixa, com o olhar desviante dos vira-latas.

Pelé destronou a todos, um a um, e deu a um país inteiro a possibilidade de andar com o peito estufado.

Haverá um dia em que não haverá testemunhas de seus feitos para ligar os pontos dessa história.

Esses herdeiros agora somos nós, que já ouvimos de nossos filhos se o Rei do Futebol era mesmo tudo isso.

É uma responsabilidade e tanto para quem recebeu a missão da continuidade pela tradição oral, aqui e ali ajudada pelos registros de um naco do que Pelé produziu em campo quando não estávamos por aqui.

Parte dessa missão diz respeito ao respeito à memória de um herói tantas vezes simplificado, preso a um não merecido rótulo de alienação.

Os antigos nos fizeram entender que com Pelé entre nós nenhuma derrota sairia barata – já que vencer todas não poderíamos, embora ele tenha nos acostumado tanto a vencer.

Alguém voou tão longe antes dele em algum outro campo que não o futebol? Penso em Machado de Assis, o Pelé entre nossos autores, que se dedicou a descrever os vira-latas habitantes de um país num tempo em que éramos ainda menores e ninguém olhava para cá.

Depois de Pelé, todos nós, Machado inclusive, pode ser visto, admirado, reconhecido.

Porque Pelé fez algo mais do que compreender o modo acanhado dos brasileiros estar no mundo. Ele o derrotou.

Sua morte nesta quinta-feira (29/12), aos 82 anos, é a maior derrota que jamais estivemos preparados para absorver.