Aeronave cai no Bairro Caiçara, em Belo Horizonte
Piloto morreu em acidente, após avião ter decolado do Aeroporto Carlos Prates; tráfego aéreo na região preocupa moradores
DL Déborah Lima* Gabriel Ronan
HorizonteCarlos Henrique Diniz
O piloto de um avião morreu após a aeronave cair na Rua Minerva, no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte na tarde deste sábado (13). A perícia confirmou que apenas uma pessoa estava a bordo. Contudo, não soube identificar a vítima, pois o corpo ficou totalmente carbonizado.
Apesar da mobilização, o tráfego aéreo permanece na região. A aeronave de modelo francês Socata ST-10 Diplomate tem capacidade para quatro passageiros, no entanto, só havia o instrutor de vôo no momento do acidente. O avião bateu em um poste e arrastou parte da fiação da Rua Minerva. Segundo uma testemunha, o avião desviou de um prédio antes de cair.
Segundo o coordenador do 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros, tenente Arthur Henrique Santos Ferreira, o avião decolou do aeroporto Carlos Prates. Segundo ele, conforme o plano de voo, a suspeita é que um homem de “meia idade” seja o piloto morto. Contudo, ainda não é possível garantir a identidade dele.
Ainda de acordo com o tenente, um perito da Aeronáutica vai sair do Rio de Janeiro para avaliar as condições do acidente. O militar não soube especificar, por enquanto, qual era o plano de voo da aeronave.
Apesar da ocorrência não deixar vítimas em terra, uma casa da Rua Minerva, número 428, teve seu portão danificado. A orientação para os moradores é que eles preservem a cena do acidente para não prejudicar o trabalho da perícia.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) precisou desligar a energia na região por causa da danificação nos cabos de alta tensão.
Medo
O médico Ricardo Coutinho passava pela Rua Minerva, local do acidente, no momento que o avião caiu. “Eu só ouvi o barulho. Vi o povo gritando e desci. O bom foi que a polícia e os outros órgãos chegaram rápido”, contou.
Para Maria Elisa, que mora na Rua Francisco Bicalho, paralela à Minerva, a queda do avião era um desastre anunciado. “Eu já fiz contato com o aeroclube, que é aqui no Carlos Prates, e com a Infraero. Os aviões passam muito baixo. São vôos rasantes, que causam preocupação para quem mora perto”.
A situação poderia ser pior se o avião caísse em uma subestação da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) situada a poucos quarteirões do local do acidente. “Imagine o tamanho da tragédia que seria? Não deveria existir escola de pilotagem próximo a residências. Agora começou a ter treinamento de helicóptero também, que é ainda mais perigoso”, conta César Morais, morador do Caiçara.
Um susto marcou o sábado de Izilda da Silva Lopes, de 65 anos. Ela mora em frente ao ponto que o avião caiu. “Ouvi dois estrondos muito grandes e o fogo estava bem alto. Eu e um vizinho saímos de casa com mangueiras para tentar conter as chamas. Quando os bombeiros chegaram, já não havia fogo”, disse.
Confusão
Um homem foi detido pela Polícia Militar (PM) por entrar na área restrita ao trabalho dos órgãos de segurança. Filho de um morador da Rua Minerva, o homem foi preso sob vaias dos moradores, que acusaram a PM de abuso de poder.
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