A CACHAÇA

Antonio Novais Torres

A cachaça é uma bebida popular brasileira que o povo a denomina por vários nomes: aquela-que-matou-o-guarda, cobertor-de-pobre, forra-peito, a ‘marvada’ e tantas outras denominações da imaginação popular.  É conhecida também por aguardente com referência a bebida obtida pelo processo de fermentação da cana-de açúcar, vulgarmente denominada de pinga. Atualmente beber cachaça de boa qualidade e procedência, é moda, que a elite aprecia.

 Não se sabe ao certo a origem da palavra pinga, mas diz à história que foram os escravos encarregados da destilação que atribuíram esse nome à bebida. Quando o caldo da cana-de-açúcar fervia, o vapor desprendido se condensava no teto e pingava sobre eles, daí a associação.  Nos engenhos era habito dar cachaça aos escravos na primeira refeição do dia. Acreditava-se ser uma maneira eficiente de preparar os homens para o trabalho duro nas fazendas.

 A cachaça se tornou tão popular que passou a concorrer com os vinicultores e produtores da bagaceira, uma aguardente feita da casca da uva, produzida pelos lusitanos.  Para resguardar os interesses dos lusitanos, a metrópole, em 1639, proibiu a fabricação do produto na colônia. Era igualmente essencial ao tráfico negreiro, servia de troca com os líderes africanos, por elementos escravizados.

 Impossibilitado, porém, de combater a fabricação clandestina, feita pelos pequenos produtores de cana-de-açúcar, em 1756 o governo português passou a tributar a cachaça, como os outros gêneros.

 Encontra-se presente em vários lugares, desde os mais humildes botecos, frequentados pela classe de menor poder aquisitivo; nos terreiros de candomblés, velórios, festas populares de rua e ou particular.  É vendida até nas mais sofisticadas casas do ramo de bebidas alcoólicas com rótulos de marcas famosas e preços avultados. É produzida e propagada para exportação como aguardente pura destilada da cana-de-açúcar, produto nacional de primeira qualidade, origem e procedência garantida.

A cachaça por ser uma bebida popular de preço baixo é muito consumida.   Serve de consolação, estímulo e também diversão ao pobre que a ingere para amenizar as mágoas e esquecer as agruras a que está submetido pela sua condição de homem do povo de má sorte e ou por vício.   A cachaça está sempre presente no dia a dia do brasileiro humilde, nos momentos de alegria ou de tristeza.

Em muitos estabelecimentos que vendem a ‘caninha’, em tom de gozação, divulgam     frases filosóficas como esta: “Entrou, pediu, bebeu, cuspiu, pagou, saiu, voltou, repetiu, tropeçou, caiu, levantou, sumiu”. entre outras.

Diz o bebedor inveterado e viciado:  A magia da cachaça é entrar no corpo e fazer todos os problemas desaparecerem.  Eu não preciso de amor, eu já tenho a cachaça. A cachaça é minha companhia em todas as horas, ela sabe mais da minha vida que muita gente.

 Os apreciadores do líquido que passarinho não bebe, dizem, que bebendo moderadamente a cachaça não faz mal e, a usam até como remédio, porém quem bebe exageradamente fica endemoninhado, atordoado pelo efeito que altera e destrói o raciocínio do sujeito. Vicia o elemento que passa a ser dependente da bebida alcoólica.

Há de se registrar que existe a cachaça pura e as misturadas (batizadas) ou baldeadas de procedência desconhecida que prejudicam a saúde do usuário. O consumo precoce de álcool pode acabar levando os jovens ao alcoolismo.

  Frases sobre a cachaça: “Todos bebem, seja homem ou mulher, a solteira atrás da porta, a casada embaixo da cama”. “Bebe chefe de polícia/particular ou escondido, / o padre por mais sabido/ toma seu trago na missa. // Eu também tive notícia/ou por outra ouvir dizer, /e tanto que posso crer/ no dizer de certa gente, / que bebendo o presidente/ não é defeito beber”. A cachaça é destruidora, é a degradação humana, quando consegue dominar e escravizar o homem.

 Entre os apreciadores, frequentadores de botecos, há um rito todo especial para degustá-la: Uns derramam uma pequena quantidade no chão, uma oferta para o santo que o preteje, outros fazem a persignação com o copo antes de ingeri-la e assim outras superstições da invencionice do bebedor.

 Já inspirou, orações, canções e poemas. Destaque-se que a cachaça se presta a várias misturas – com ervas, raízes e frutas (batidas) e são tidas como mezinhas para cura de várias enfermidades, como exemplo,  a famosa caipirinha, (mistura de cachaça, limão, açúcar e  gelo),  que 1918 usaram-na como antídoto para a gripe espanhola,  além da meladinha, mistura da cachaça com mel de abelha e outros ingredientes, servida quando a mulher parida guardava resguardo, ao beberem a meladinha,  exageravam nas doses e não se  sabe,  o que confidenciavam entre elas, pois era proibido a entrada de homens e crianças.

Em 13 de setembro se comemora o Dia da Cachaça. O Instituto Brasileiro da cachaça-IBRAC, foi fundado em 2009. Outros órgãos do governo como a EMBRAPA, estão envolvidos nas pesquisas da melhoria da cana-de-açúcar e base da fabricação da cachaça.

ADVERTÊNCIA:

O habito de tomar bebida alcoólica diariamente, pode levar o indivíduo ao alcoolismo, o consumo deve ser moderado mesmo em ocasiões especiais.

Segundo informações obtidas no site do DETRAN,

 “conduzir veículo é tarefa que requer habilidade e prudência, todavia, estes requisitos são facilmente desrespeitados após o motorista ter ingerido bebida alcoólica. Grande parte dos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil é consequência direta da embriaguez ao volante, isso porque muitas pessoas ainda acreditam no falso poder estimulante do álcool”.

Dizem que as principais paixões do brasileiro são: a cachaça, o futebol e o jogo do bicho.

 FONTES CONSULTADAS:

Sites da Web;

Enciclopédia livre Wikipédia;

Enciclopédia ENCARTA;

Dicionário do Folclore Brasileiro de Luiz da Câmara Cascudo;

https://www.clickpb.com.br/paraiba/especial-cachaca-a-nova-moda-da-elite-brasileira-893.html

Facebooktwitterredditpinterestlinkedinmail