Após tremor de terra, governo homologa situação de emergência em São Miguel das Matas
Após tremores registrados no final do mês de agosto na cidade de São Miguel das Matas, na região do Vale do Jiquiriçá, o governo do Estado homologou situação de emergência para o município. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), desta sexta-feira 25.
De acordo com o DOE, a medida foi tomada considerando os danos decorrentes de tremor de terra, que afetou as atividades econômicas e atingiu a população da cidade.
Também foram consideradas as informações prestadas pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec). A situação de emergência na cidade vale por 180 dias.
O Estado prevê que a homologação tem objetivo de preservar o bem-estar da população e, nesse sentido, adotar as medidas que se fizerem necessárias.
Tremor na Bahia
No dia 30 de agosto, diversos moradores do interior e da capital baiana informaram sentir o tremor de terra. Na ocasião, o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) registrou um tremor de magnitude 3.7, na escala Richter (mR), na cidade de São Miguel das Matas, e dois abalos de magnitude 4.2 e 3.7 mR, na cidade de Amargosa, ambas no Centro Norte baiano.
De acordo com o mestre em geologia Henrique Assumpção, os abalos sísmicos ocorreram por conta da interferência humana em locais que antes eram ocupados apenas pela natureza, como o crescimento das cidades e a utilização de poços artesianos.
As cidades estão crescendo e a identificação de tremores vai aumentando. As pessoas estão ocupando espaços que os tremores já acontecia. A própria população também pode dar essa consequência dos tremores”, pontua o geólogo.
Henrique explica que isso acontece, principalmente, pela utilização dos poços artesianos, já que, com a retirada da água da terra, a consequência é o espaço vazio.
“Esse tremor é devido a acomodação de terra, ou seja, quando a terra colapsa no subterrâneo. No Recôncavo, temos rochas, chamadas de sedimentares, que são arenosas. Esse tipo de situação se tem rios subterrâneos, chamados de aquíferos, que são utilizados para abastecimento de água com os poços artesianos. Devido a esse rebaixamento do nível de água do aquífero, vai criando este vazio nas regiões. Vai chegar o momento que todas as extensões nessa terra vão colapsar de forma rápida e gerar o abalo sísmico”, constata o geólogo.
Fonte: atarde.uol
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