O nome e o retrato do farmacêutico químico e ex-intendente interino Jesulindo de Oliveira, falecido em 21 de novembro de 1957, passam a integrar oficialmente a galeria de ex-gestores de Vitória da Conquista, localizada na Casa Memorial Régis Pacheco. A cerimônia que formaliza a entronização do novo personagem foi realizada hoje, sexta-feira, atendendo a uma proposta do vereador Luís Carlos Dudé.
Participaram do emocionante encontro a prefeita Sheila Lemos, a família Oliveira, o deputado federal Arthur Maia e demais convidados. A galeria de ex-gestores inclui imagens das pessoas que ocuparam a chefia do Poder Executivo no município. A lista abrange a fase dos intendentes municipais, que vigorou durante a República Velha (1889-1930), e avança pela era dos prefeitos, iniciada com a Revolução de 1930 e perdurando até os dias atuais.
De acordo com o primeiro volume da “Revista Histórica de Conquista”, escrito por Aníbal Lopes Viana e publicado em 1982, Jesulindo assumiu a presidência do Concelho Municipal (equivalente à atual Câmara de Vereadores) em 1º de janeiro de 1920 e, no mesmo ato, teve de acumular as funções de intendente interino, já que o mandato do então intendente municipal, Ascendino dos Santos Melo, havia se encerrado em 31 de dezembro de 1919.
Por isso, conforme relata Aníbal Lopes Viana em sua obra, Jesulindo ocupou o cargo de forma provisória, “até o meado de janeiro de 1920, quando novamente foi nomeado para o cargo o Cel. Ascendino dos Santos Melo”.
Quem foi Jesulindo de Oliveira
Na “Revista Histórica de Conquista”, Aníbal Lopes Viana afirma que Jesulindo de Oliveira nasceu em Guanambi e se formou como farmacêutico químico em Salvador, “pela Escola de Farmácia da ex-Faculdade de Medicina da Bahia”.
O pesquisador Durval Lemos Menezes, que se dedica a estudos sobre aspectos políticos, culturais e econômicos da história de Vitória da Conquista, descreve Jesulindo como um jovem impetuoso das primeiras décadas do Século 20. “Ele montou num burro e foi para Salvador estudar Farmácia. E se formou e retornou para Vitória da Conquista, e aqui ele se tornou um farmacêutico conceituadíssimo. É o símbolo maior da Farmácia em Conquista”, conta Durval.
“Como se sabe, naquela época, quase todos os remédios eram formulados”, reforça Durval. “Era o farmacêutico quem preparava o remédio, fazia a fórmula do remédio, seguindo a prescrição do médico. Na época em que ele viveu em Conquista, só tinham uns quatro ou cinco médicos na cidade”.
Além de se dedicar à política partidária, sob a liderança política do Coronel Gugé, Jesulindo fundou a Farmácia Oliveira e atuou também no comércio, ao lado de dois outros sócios, Manoel Fernandes dos Santos Silva e João Pereira da Silva, com os quais fundou a Casa Florence.
Adepto da diversificação em seus negócios, ele fundou e dirigiu a Empresa de Luz Elétrica de Conquista e foi proprietário do Cinema Ideal, entre outros investimentos.
Jesulindo era irmão de Juvenal Oliveira, que atuou como advogado, e de Juvino Oliveira, que foi prefeito de Itapetinga entre 1956 e 1959. Era ainda tio de Onildo Pereira de Oliveira, um dos fundadores do Laboratório Oliveira Ltda. (Labo), hoje considerado um dos principais laboratórios de análises clínicas do Sudoeste da Bahia.
Foi casado com Maria Amélia Borges de Oliveira, com quem teve os filhos Inocêncio, Amélia, Iolanda e Rosa.
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