Mês: maio 2023

Conheça as 12 novas ações do governo pelo enfrentamento ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes

Iniciativas foram apresentadas pelo MDHC em parceria com diversos órgãos e entidades durante solenidade alusiva ao 18 de maio, no Palácio do Planalto

Por: Redação Fonte: Governo Federal

Conheça as 12 novas ações do governo pelo enfrentamento ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin; e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

A partir deste 18 de maio, o enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes conta com novas 12 ações coordenadas pelo governo federal pela proteção da população infantojuvenil no país. As iniciativas integram a campanha “Faça Bonito. Proteja nossas Crianças e Adolescentes” sob liderança do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Elas foram firmadas em evento no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), no Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Durante os anúncios, estavam presentes o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin; e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. “Nós estamos fazendo bonito hoje, mas é preciso fazer muito mais. O esforço é interministerial, interinstitucional e intersetorial. Este é um governo que respeita, valoriza e somente poderá avançar com efetiva participação da sociedade civil e amplo diálogo com as mais diversas esferas de poderes, instituições e camadas do poder público e privado”, apontou o ministro.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que está em viajem para o Japão, reforçou por meio de um vídeo a integração do governo federal para a entrega das ações. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em parceria com outros ministérios, está trabalhando em políticas públicas que vão colocar novamente os jovens como prioridade absoluta. Contem com o compromisso do nosso governo”, saudou o presidente Lula.

Conheça as 12 ações

Entre as entregas estão a assinatura de pactos para proteção da infância. Os acordos incluem uma parceria com a Childhood Brasil para dar seguimento e aprofundar ações do Programa Na Mão Certa, que tem o objetivo promover esforços conjuntos para erradicar a exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras.

Outra parceria anunciada é a adesão ao Inspire, um conjunto de estratégias para pôr fim à violência contra crianças em um pacote de medidas técnicas para prevenção e enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes. O Inspire é direcionado a entes governamentais e sociedade civil, sendo desenvolvido por dez organismos internacionais especialistas, dentre os quais se destacam a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Banco Mundial.

Com a adesão, o MDHC assume o compromisso de incorporar as recomendações do Inspire na elaboração das suas políticas. A pactuação, no Brasil, se dá por meio da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças Adolescentes. Houve ainda o compromisso com o Pacto Global, uma rede para troca de boas práticas relacionadas ao engajamento do setor privado na proteção de crianças e adolescentes.

Também foi assinado o termo de posse dos integrantes da Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. A recriação do colegiado significa a retomada da instância que integra diferentes setores governamentais com a sociedade civil e o sistema de justiça. O trabalho se dará de forma articulada para enfrentar a violência sexual contra a população infantojuvenil.

Escuta protegida

A modernização dos Centros Integrados de Escuta Protegida também foi contemplada. Os equipamentos públicos garantem a escuta protegida de crianças e adolescentes que vivenciaram situações de violência, em ambiente adequado e por equipe especializada.

O MDHC realizará parcerias com estados e municípios que desejem implantar ou aprimorar os Centros Integrados para fornecimento de mobiliário, equipamentos e utensílios necessários à oferta de um atendimento adequado e seguro. Para a iniciativa, está previsto um investimento de R$ 2,5 milhões e a meta é implantar ao menos um centro em cada região do país.

Serão lançados, em breve, dois documentos orientadores produzidos pelo MDHC em parceria com a Childhood. O primeiro é o Guia Norteador para Implantação dos Centros de Atendimento Integrado de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência e o segundo diz respeito à Escuta Especializada: conceitos e procedimentos éticos e protocolares.

Canais de denúncia

O MDHC está trabalhando na reformulação do Disque 100. Agora, haverá a inserção das regionais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no fluxo do Disque Direitos Humanos (Disque 100) para encaminhamento de denúncias recebidas por meio do canal. Embora seja fundamental para a repressão à exploração sexual, a PRF havia sido retirada do fluxo de encaminhamento. A interlocução foi retomada e a PRF voltou a atuar nos casos ocorridos em rodovias e denunciados ao Disque 100.

O Disque Direitos Humanos passou também a disponibilizar um código para atendimento especializado para orientações e encaminhamentos de crianças e adolescentes vítimas de violações nas rodovias a fim de assegurar o acolhimento por Conselhos Tutelares de cada localidade, bem como a proteção imediata. Os treinamentos contínuos para a equipe de atendentes que atua no Disque 100 também foram reforçados.

Parcerias com MS, MDS e MJSP

Uma articulação com o Ministério da Saúde (MS) resultou no relançamento do Boletim Epidemiológico sobre casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. De outro lado, o governo anuncia o programa Mapear 2.0 em parceria com a PRF, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O programa realizará levantamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes às margens das rodovias federais, elaborando relatório bienal sobre tais ocorrências.

A partir desse levantamento, e com a utilização de sistemas de tecnologia para o cruzamento de dados, a PRF desenvolve ações educativas, preventivas, de inteligência e de repressão no combate a exploradores, bem como ações que proporcionem o resgate de crianças e adolescentes em situação de risco.

Por intermédio de parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o governo também anuncia que a rede SUAS (Sistema Nacional de Informação do Sistema Único de Assistência Social) passará a divulgar os dados do Senso SUAS com panorama dos atendimentos de violência sexual nos equipamentos de assistência social em todo o Brasil.

A novidade irá orientar ações e políticas públicas específicas para cada região de maior vulnerabilidade, com base em evidências. Ainda, será realizado encontro de profissionais da Rede SUAS para troca e avaliação de experiências no atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

Mais ações

Por iniciativa do governo, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) aprovou uma resolução que orienta os Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente a criarem Comitês de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e Proteção Social das Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência nas suas localidades. A resolução será enviada a todos os estados do país com ações de sensibilização.

Por fim, nesta quinta-feira (18), o MDHC instituiu o Programa Cidadania Marajó. Voltado à promoção de cidadania e direitos e ao enfrentamento à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes no Arquipélago do Marajó, no Pará, o programa representa um novo marco da execução de políticas públicas do governo federal na região. O programa Abrace o Marajó, instituído pela gestão anterior, será revogado.

Brasil teve 23 ataques a escolas; mais da metade nos últimos 4 anos

No total, 45 pessoas morreram e 137 ficaram feridas

Por: Redação Fonte: Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil
© Fernando Frazão/Agência Brasil

O primeiro ataque a escolas de que se tem notícia no Brasil ocorreu 21 anos atrás e, desde então, houve outros 23 casos parecidos. No total, os episódios fizeram 137 vítimas e 45 pessoas morreram. Os dados foram apurados pelo Instituto Sou da Paz, em um mapeamento inédito divulgado hoje (22).

O levantamento evidencia o maior potencial destrutivo de armas de fogo, que se tornaram mais acessíveis com a flexibilização de regras promovida em 2019. Revólveres e pistolas foram usados em 11 dos episódios e causaram três vezes mais mortes do que armas brancas, como facas, que apareceram em dez ocorrências. As armas de fogo foram responsáveis pela morte de 34 pessoas (76%), enquanto as brancas mataram 11 pessoas (24%) em ataques a escolas.

Segundo os dados, a arma mais empregada foi o revólver .38, apontada pelo instituto como a mais vendida no mercado brasileiro, por décadas, e, até hoje, largamente usada por empresas de segurança privada. De acordo com a entidade, tal revólver apareceu em 53% dos ataques. Outras armas de fogo utilizadas foram pistola .40 (20%), revólver .32 (13%), garrucha .38 (7%) e garrucha .22 (7%). A garrucha se assemelha ao revólver e à pistola, também tendo como característica o cano curto.

Ao todo, 80% das armas se enquadram nas categorias que, até maio de 2019, eram de uso permitido para civis. Das três pistolas de calibre .40, que antes de 2019 eram de uso restrito, duas eram de propriedade de parentes que trabalhavam nas forças de segurança e uma delas era registrada por uma pessoa com certificado de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador).

Em pelo menos dois dos casos envolvendo armas de fogo, há relatos de que o pai do agressor o havia ensinado a atirar, mesmo ele sendo menor de idade, conforme destacada o Sou da Paz.

Em seis de cada dez casos, os autores dos crimes já tinham à mão as armas de fogo utilizadas nos ataques, já que pertenciam a familiares que residiam na mesma casa que eles. Em 40% das ocorrências, as armas pertenciam a um agente de segurança e em 20% foram roubadas do proprietário e revendidas ou vendidas diretamente por ele.

Em relação ao período dos ataques, o que o instituto mostra é um aumento das ocorrências a partir de 2019. Entre 2002 e 2019, foram registrados sete atentados e, nos últimos quatro anos, de 2019 até este ano, o número mais do que dobrou, passando para 17. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, foram de seis casos, mesmo número registrado em todo o ano passado.

Gênero

Outra revelação do mapeamento diz respeito à identidade de gênero dos autores dos ataques. Todos os atos tiveram como responsáveis homens ou meninos, o que sugere, para diretora-executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo, a necessidade de mobilização para desassociar a noção de masculinidade da de imposição e demonstração de força.

“A gente sabe que, claro, a arma, sozinha, não é um grande motivador, mas é um catalisador e, em alguns casos, a gente identificou também que o agressor buscou, tentou adquirir a arma. Nesse caso dos ataques, ela é muito mais letal, gera muito mais mortes, é um artefato de interesse dos agressores, porque, justamente, aumenta o potencial letal e torna esses agressores mais poderosos, se é que assim dá pra se dizer”, diz.

“A arma, na mão de um civil, muito mais do que garantir uma legítima defesa, acaba sendo usada para fins equivocados, errados”, complementa.

Ainda sobre o perfil dos autores dos atentados, 88% foram cometidos por apenas uma pessoa, com média de idade de 16 anos, que era aluno ou ex-aluno da escola alvo do ataque.

Além disso, ao concebê-los, os agressores colocam no centro, como alvos, pessoas com quem têm algum vínculo, como alunos (59%).

Recomendações

Como sugestões para se enfrentar a gravidade e a complexidade de fatores que permeiam os atentados a escolas, o Instituto Sou da Paz indica o seguinte:

– Corresponsabilizar plataformas digitais.
– Criar equipes policiais treinadas em monitoramento de redes sociais com capacidade de realização de análise de risco, para triagem e atuação preventiva.
– Fortalecer a ronda escolar, e os vínculos entre a direção da escola e batalhões locais.
– Treinar e estabelecer um protocolo de ação para que policiais militares possam responder a estes eventos de modo a eliminar a ameaça mais rapidamente possível, preparar socorro e evacuação das vítimas.
– Estabelecer programas específicos para a saúde mental dos estudantes e de mediação e justiça restaurativa nas escolas para lidar com conflitos ebullying, que devem ser conduzidos por profissionais dedicados a esta atividade, sem sobrecarregar professores com mais estas atribuições.
-Treinar professores e funcionários para conseguirem identificar comportamentos que precisam despertar ações da comunidade escolar.
– Criar ações para instruir as pessoas a evitarem repassar boatos e mensagens sem procedência identificada, para evitar pânico.
– Endurecer o controle e fiscalização da compra de armas de fogo e munições para restringir o acesso a instrumentos mais letais por parte dos agressores.
– Rever facilitações dadas para permissão de adolescentes (a partir de 14 anos) a clubes de tiro, ainda que acompanhados de um responsável.

Governo lança canal de denúncias sobre preço de combustíveis

Plataforma receberá informações de valores abusivos cobrados em postos

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançou nesta segunda-feira (22) um canal de denúncias específico para cobrança de preços abusivos nos postos de combustíveis. Os consumidores poderão registrar reclamações em um formulário online, que já está disponível.

A iniciativa é mais um desdobramento das ações para tentar fazer valer a decisão da Petrobras, que reduziu nesta semana o preço dos combustíveis vendidos às distribuidoras. A redução foi de R$ 0,44 por litro do preço médio do diesel, que caiu de R$ 3,46 para R$ 3,02, e de R$ 0,40 por litro da gasolina, passando de R$ 3,18 para R$ 2,78.

Apesar disso, consumidores de diversas partes do país reclamaram que as reduções nos valores não foram repassados e, em alguns casos, o preço até subiu para em seguida voltar ao patamar anterior, como forma de fraudar uma redução.

Para verificar se os postos de abastecimento estão repassando de forma adequada as variações de preço ao consumidor final e se estão cumprindo as normas e regulamentações vigentes, a Senacon coordenará, na próxima quarta-feira (24), o Mutirão do Preço Justo, em todo o Brasil.

Com apoio dos Procons, será feito o monitoramento da precificação dos combustíveis nas cidades brasileiras, com envio para a Senacon do maior e do menor valor encontrado nos estabelecimentos. O relatório com os dados será apresentado ao público no dia 30 de maio.

Curso

Em outra iniciativa, o governo está com inscrições abertas, até o dia 29 de maio, para o curso Conhecendo o Mercado de Combustíveis. A formação pretende apresentar o funcionamento do mercado de combustíveis, possibilitando conhecer as características dos produtos comercializados e como o poder público age para regular essa atividade por meio da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

Segundo o governo, o curso tem carga horária de 20 horas e foi desenvolvido visando, prioritariamente, os consumidores, agentes públicos de órgãos vinculados à proteção da defesa do consumidor e agentes de mercado.

Carteira Meu INSS+ dá desconto em farmácias, cinemas, shows e serviços

Aplicativo virtual beneficia aposentados e pensionistas da Previdência

Aposentados, pensionistas e beneficiários de algum auxílio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já podem acessar a carteira virtual do beneficiário e o cartão Meu INSS+, que dá acesso a dados sem necessidade de impressão do comprovante.

A nova modalidade de acesso virtual foi lançada nesta segunda-feira (22) e também concede aos beneficiários descontos em farmácias, cinemas, shows, serviços, telemedicina, seguros, viagens, entre outros. Para isso, basta acessar o aplicativo ou site Meu INSS e clicar no ícone “carteira do beneficiário”, informou o governo.

Brasília (DF) 22/05/2023 - (Reproduçāo do Telão) - Lançamento da carteira virtual do beneficiário Meu INSS+.  A carteira servirá como comprovação de beneficiário do INSS. Também vai oferecer um
Totalmente virtual, o cartão, desenvolvido pela Dataprev, está disponível no aplicativo Meu INSS – Joédson Alves/Agência Brasil

O clube de vantagens do Meu INSS+ é fruto de uma parceria entre o Ministério da Previdência, o INSS e os bancos do Brasil e Caixa Econômica Federal, que vão disponibilizar serviços aos usuários, correntistas ou não.

A Portaria que institui a carteira do beneficiário e o Meu INSS+ foi assinada pelo ministro da Previdência Carlos Lupi durante cerimônia de lançamento ocorrida no auditório do INSS, em Brasília.

Segundo Lupi, pelo menos 19 milhões de pessoas terão acesso aos descontos oferecidos. Além disso, o ministro destacou que bancos privados já mostraram interesse em participar da parceria. “Alguns benefícios na área de farmácia têm desconto de até 70%”, destacou.

Fórum de Segurança: 183 pessoas desaparecem por dia no Brasil

Maioria é jovem, negra e do sexo masculino

Rio de Janeiro – O Programa SOS Crianças Desaparecidas faz ato público para divulgar imagens de crianças e adolescentes desaparecidos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

De 2019 a 2021, mais de 200 mil pessoas desapareceram no Brasil, o que dá uma média de 183 desaparecimentos por dia. Os dados são do estudo Mapa dos Desaparecidos no Brasil, divulgado hoje (22) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os números, no entanto, podem ser ainda maiores. Isso porque o Brasil não conta hoje com um cadastro nacional para contabilizar esses casos. “Esse é um número muito elevado e, quando a gente verifica, por exemplo, as taxas de reencontro de pessoas produzidas pelas polícias, elas são muito menores. Ou seja, a gente nem consegue hoje dimensionar a quantidade de pessoas que efetivamente estão desaparecidas no Brasil”, disse Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista hoje (22) à Agência Brasil e à TV Brasil.

Durante esse período, 112.246 pessoas foram localizadas. O número parece alto, no entanto, segundo Samira, é importante destacar que as pessoas que foram localizadas nesse período não necessariamente desapareceram entre os anos de 2019 e 2021.

“No último ano, tivemos um total de 34 mil pessoas localizadas, uma taxa de 16,6%. Mas, veja, desaparece quase o dobro [de pessoas] todo ano. E temos mais um problema nessa estatística: quando a gente olha o número de pessoas localizadas, precisamos ter a clareza de que essa pessoa não necessariamente desapareceu naquele ano. Então, não podemos fazer uma conta em relação ao total de pessoas desaparecidas naquele ano e o total de pessoas localizadas porque essas pessoas localizadas podem estar perdidas há mais de dez anos”, destacou ela.

Perfil dos desaparecidos

Do total dos desaparecimentos nos anos de 2019 e 2021, quase 30% foram crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos.

“Esse é o grupo populacional que mais desaparece no Brasil. E isso pode estar vinculado a uma multiplicidade de fenômenos porque engloba desde aquele adolescente que é vítima de algum tipo de crime e acaba sequestrado, vítima de trabalho escravo ou exploração sexual até aqueles casos de desaparecimentos voluntários em que o adolescente sai de casa por maus-tratos ou desavenças familiares.”

O estudo também revelou que a maioria dos desaparecidos são do sexo masculino (62,8% dos casos) e negros (54,3% do total). “Quando a gente olha para o perfil do desaparecido e vemos que são majoritariamente jovens, pretos e pardos, do sexo masculino, muitos dos quais em situação de vulnerabilidade, é mais um fator que nos leva a ter que priorizar esses casos porque isso pode incluir componentes criminais como homicídios, sequestros e tentativas de homicídios. E, muitas vezes, a gente só vai encontrar essas pessoas depois em valas clandestinas ou em cemitérios clandestinos”, disse a diretora do Fórum.

Outro dado interessante é que, durante a pandemia de covid-19, o número de pessoas desaparecidas caiu 22,3% em 2021 na comparação com 2019. “Na pandemia, todos os estados apresentaram redução no número de pessoas desaparecidas. Mas teve uma faixa etária que mostrou crescimento [nesse período] que foi a faixa etária entre 40 e 49 anos, especialmente homens”, ressaltou Samira.

Segundo ela, isso pode estar relacionado a outro fenômeno: a população em situação de rua. “Uma das hipóteses que a gente traz para o crescimento entre pessoas de 40 e 49 anos é que aumentou o desemprego, caiu a renda e muita gente ficou em situação de rua. A gente teve um crescimento significativo da população em situação de rua no Brasil nesse período e é comum que pessoas que perdem emprego e renda, fiquem envergonhadas e, enfim, não tendo para quem pedir ajuda, acabem indo para a rua”, ressaltou ela.

Política nacional

Segundo o Mapa dos Desaparecidos, o estudo demonstrou que dois graves problemas dificultam ainda mais o trabalho de localização de pessoas no Brasil. O primeiro deles é a falta de um banco de dados unificado que integre os estados e as informações sobre as pessoas que desaparecem no país.

“O que a gente percebe pelas estatísticas disponíveis é que todo ano o número de pessoas desaparecidas é muito mais elevado do que o número de pessoas localizadas. E como não temos um banco nacional que consolide essas informações, na prática, não conseguimos dimensionar de fato quantas pessoas estão desaparecidas hoje no Brasil.”

Para Samira, outra dificuldade é que o desaparecimento no Brasil não é um crime: “o desaparecido é toda pessoa cujo paradeiro não é conhecido, tenha sido de forma voluntária ou não esse desaparecimento. O que acontece é que essa tipificação é muito ampla e não é um tipo penal, ou seja, o desaparecimento não é um crime. Como o desaparecimento não é um crime, não necessariamente vai haver o registro de um boletim de ocorrência que vai levar a uma investigação ou instauração de um inquérito. Então isso vai depender muito da prioridade dada por aquela delegacia”.

Sem políticas públicas e um cadastro nacional, e torcendo para que um delegado investigue determinado caso, o resultado é que muitos pais acabam em uma longa busca por seus filhos desaparecidos. É o caso de Ivanise Esperidião da Silva, que fundou o movimento Mães da Sé, após sua filha de 13 anos ter desaparecido a poucos metros de sua casa, em 1995.

Em entrevista à TV Brasil, Ivanise disse que continua à espera da localização de sua filha. “Isso é lidar com uma dor e uma busca solitária. Te falo com a experiência de uma mãe que há 27 anos procura uma resposta ao que aconteceu com minha filha e até hoje não teve resposta. São mais de 12 mil mães que passaram ao longo da minha vida no movimento e todas elas têm a mesma sensação de descaso, de abandono e de invisibilidade. O desaparecimento – na minha opinião como mãe e como militante de uma causa – deveria ser tratado como um problema de segurança pública. Mas ele não é. Nossos filhos fazem apenas parte de uma estatística: são apenas um número”, lamentou ela.

Lei Nacional

Em 2019, o governo federal sancionou a Lei da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas. Essa lei previa a criação de um cadastro nacional que ainda não está em funcionamento.

“Em 2019 a gente teve a sanção de uma lei que cria a Política Nacional de Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas e que determina a criação de um cadastro de pessoas desaparecidas. No entanto, não tivemos destaque orçamentário para essa política. Embora a política tenha sido sancionada em 2019, ela não teve nenhum recurso orçamentário entre 2019 e 2022. Na prática, se você não tem recursos financeiros para implementar a política, nada aconteceu”, disse Samira.

Para Ivanise, se o cadastro estivesse em funcionamento, teria ajudado muitas famílias. “Mas nem isso nós temos”, criticou ela. Ela também defendeu a tipificação do desaparecimento.

“Pelo fato de o desaparecimento, juridicamente falando, não ser considerado um crime, o problema é tratado com descaso, com invisibilidade. As pessoas não enxergam os crimes que acontecem por trás de um desaparecimento. E assim vamos vivendo à mercê da própria sorte porque não temos, até hoje, políticas públicas voltada para a causa do desaparecimento.”

“Minha filha era uma adolescente de 13 anos. Então o Estado me deve essa resposta. A Constituição é bem clara quando diz que a criança e o adolescente é responsabilidade do Estado, da sociedade e da família. Mas quando acontece um fato desse é como se a família fosse a única responsável. O Estado, por sua vez, é ausente, negligente e omisso. E a sociedade prefere olhar para a gente com o olhar de piedade. Nós não queremos isso. Queremos empatia com a nossa causa”, completou Ivanise.

Dia Mundial da Tartaruga: confira curiosidades sobre a espécie nas praias do Piauí

Por Andrê Nascimento, g1 PI

Tartaruga da espécie oliva — Foto: Assessoria/Tamar
Tartaruga da espécie oliva — Foto: Assessoria/Tamar

Você sabia que o litoral do Piauí, apesar de ser o menor em extensão do Brasil, é o mais querido pelas tartarugas marinhas? E que elas gostam da areia grossa das nossas praias? No Dia Mundial da Tartaruga, o g1 reuniu curiosidades sobre essa espécie tão dócil e querida, e a relação delas com a costa do estado.

Nesta segunda-feira (23) é comemorado o Dia Mundial da Tartaruga. A data foi instituída pela American Tortoise Rescue, uma entidade norte-americana de proteção às tartarugas e cágados, para ser um dia de conscientização e divulgação de informações sobre essas espécies, que estão entre as mais antigas do planeta.

  • Tartaruga de pente
  • Tartaruga oliva
  • Tartaruga de couro (ou gigante)
  • Tartaruga verde
  • Tartaruga cabeçuda

Praias ideais para a espécie

Tartaruga verde — Foto: Globo Repórter
Tartaruga verde — Foto: Globo Repórter

O litoral do Piauí está recortado geograficamente por estuários e efluentes do rio Parnaíba, o que deixa esse ambiente com áreas produtivas no ecossistema marinho. O encontro dos rios com o mar faz a mistura de nutrientes, que vêm e vão com as marés trazendo esses elementos dos estuários e misturando com as águas costeiras.

Segundo o Instituto Tartarugas do Delta, contribuem também as praias com relevo diferentes, praias erosivas, íngremes, a granulometria da areia grossa e a presença de bancos de gramas marinhas.

Tartaruga-gigante encontrada no litoral do Piauí recebeu equipamento de monitoramento via satélite — Foto: Instituto Tartarugas do Delta
Tartaruga-gigante encontrada no litoral do Piauí recebeu equipamento de monitoramento via satélite — Foto: Instituto Tartarugas do Delta

São essenciais para o ecossistema

Segundo o Instituto Tartarugas do Delta, as tartarugas marinhas prestam um serviço ambiental gratuito: elas se alimentam de algas e ajudam no controle da população delas.

Sem as tartarugas, a população de algas bloqueia a passagem da luz, e a luz solar é essencial para a produção de oxigênio para as demais espécies de vida marinha.

Tartaruga de Pente também é considerada em extinção no estado — Foto: Rui Rezende/ Sema
Tartaruga de Pente também é considerada em extinção no estado — Foto: Rui Rezende/ Sema

Além disso, as tartarugas marinhas agregam valor turístico. A presença dela nas praias piauienses é um sinal de que estamos em um ambiente sustentável.

Seis tartarugas-cabeçudas (Caretta caretta), que receberam tratamento médico após serem capturadas acidentalmente por pescadores, foram levadas à praia nesta quinta-feira (11) em Gnejna Bay, em Malta. Técnicos auxiliaram os animais no retorno ao mar. — Foto: Darrin Zammit Lupi/Reuters
Seis tartarugas-cabeçudas (Caretta caretta), que receberam tratamento médico após serem capturadas acidentalmente por pescadores, foram levadas à praia nesta quinta-feira (11) em Gnejna Bay, em Malta. Técnicos auxiliaram os animais no retorno ao mar. — Foto: Darrin Zammit Lupi/Reuters

Riscos à vida das tartarugas

Instituto Tartarugas do Delta faz palestra para estudantes em Parnaíba, no Piauí — Foto: Instituto Tartarugas do Delta
Instituto Tartarugas do Delta faz palestra para estudantes em Parnaíba, no Piauí — Foto: Instituto Tartarugas do Delta

Nesta segunda, os biólogos do Instituto Tartarugas do Delta, que trabalham duro para proteger as espécies que vivem no Piauí, fizeram palestras para crianças em escolas da região.

“É um momento para iniciar a construção do conceito de sustentabilidade. Estamos situados no menor litoral do Brasil, e é uma área que precisa de muito cuidado para garantir que continue sendo esse berçário. Nosso objetivo é criar essa consciência ambiental”, informou a entidade.

Tartaruga vítima de rede de pesca, no litoral do Piauí — Foto: Instituto Tartarugas do Delta
Tartaruga vítima de rede de pesca, no litoral do Piauí — Foto: Instituto Tartarugas do Delta

Condeúba: É com pesar, que noticiamos o falecimento da Sra. Aurelina Rosa de Carvalho aos 82 anos de idade

 

Sra. Aurelina Rosa de Carvalho, faleceu aos 82 anos de idade

É com tristeza e grande pesar, que noticiamos o falecimento da Sra. Aurelina Rosa de Carvalho aos 82 anos de idade, ocorrido nesta segunda-feira dia 22 de maio de 2023 às 12:00 horas. Segundo informações de familiares, a causa da morte foi natural. Sra. Aurelina era viúva do Sr. Raul Ribeiro de Carvalho e deixou 2 filhos:  Vldino e Maria Hilda além de 10 netos e 15 bisnetos. O corpo está sendo velado na sua residência à Rua Agnaldo José Pereira, nº 23 Bairro Divino. O sepulto será amanhã a tarde dia 23 às 13:00 horas, no Cemitério Municipal Jesus Bom Pastor. A família agradece a todos que comparecer a esse ato de fé e solidariedade Cristã.

Atendimento: FUNERÁRIA SÃO MATHEUS

Nós do Jornal Folha de Condeúba, neste momento de muita dor e luto, prestamos nossos mais sinceros sentimentos de solidariedade e amor à família da Sra. Aurelina, na esperança de que Deus nosso Pai, dê todo o conforto e consolo necessário aos parentes e amigos. Que permaneçam as boas lembranças, carinho e afeto para com a memória dela, descanse em paz, nas graças de Deus Sra. Aurelina.

Mais Médicos lança edital com 5.970 vagas

Mais Médicos lança edital com 5.970 vagas

A partir da próxima sexta-feira (26), o Programa Mais Médicos abre inscrições com prioridade para profissionais brasileiros formados no país. O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (22) edital com 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios em todas as regiões do país.
Também poderão participar brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com Registro do Ministério da Saúde (RMS) em vagas não ocupadas por médicos com registro no país. As inscrições seguem abertas até 31 de maio e a previsão, segundo a pasta, é que os profissionais comecem a atuar nos municípios no fim de junho.
Para se inscrever, basta acessar o Sistema de Gerenciamento de Programas entre os dias 26 e 31 de maio pelo endereço eletrônico do Mais Médicos. Após a validação da inscrição, de 1º a 5 de junho, os candidatos poderão indicar até dois locais de atuação da sua preferência. Na alocação dos profissionais, serão considerados critérios relacionados à titulação, formação e experiência prévia no projeto.
E, para desempate, terão prioridade os candidatos de residência mais próxima do local de atuação no Mais Médicos, os com maior tempo de formado e os de maior idade. Todos os participantes poderão receber incentivos pela permanência no programa, sendo que os que forem alocados em regiões de extrema pobreza e vulnerabilidade, de acordo com a oferta do edital, recebem um percentual maior.

Após G7, Lula mantém posição sobre guerra na Ucrânia

20.05.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Sessão de trabalho do G7 + países convidados e organizações internacionais: “Trabalhando juntos para enfrentar múltiplas crises”. Hiroshima, Japão. Foto: Ricardo Stuckert

Presidente ainda defende negociação sem envolvimento no conflito

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite deste domingo (21), em declaração à imprensa, após participar da Cúpula do G7, no Japão, que mantém sua posição sobre a guerra na Ucrânia. O conflito militar no país europeu, invadido pela Rússia, foi um dos temas centrais do encontro, que contou a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

“Ouvi atentamente o discurso do Zelensky no encontro. Ele certamente ouviu o meu discurso atentamente no encontro. E eu continuo com a mesma posição que estava antes. Estou tentando com a Índia, a China, a Indonésia e outros países, construir um bloco para a política de paz no mundo”, afirmou o presidente a jornalistas, ainda em Hiroshima, antes de embarcar de volta ao Brasil.

“O mundo não está precisando de guerra, o mundo está precisando de paz, de tranquilidade, para o mundo voltar a crescer e distribuir riqueza para quem passa fome no mundo”, acrescentou. Muito questionado sobre o assunto na coletiva de imprensa, o presidente respondeu que não foi ao encontro do G7 para discutir a guerra. Afirmou que foi debater economia e questões climáticas, e que há um foro específico, a Organização das Nações Unidas (ONU), para resolver o conflito entre russos e ucranianos.

“Eu disse no meu discurso que a discussão da guerra devia estar sendo feita na ONU. Eu sou presidente há cinco meses e nunca fui convidado para uma reunião na ONU para discutir a guerra. É na ONU que tem que ter [o debate]”, disse. Em seguida, fez uma provocação ao Conselho de Segurança da entidade.

“Por que o Conselho de Segurança não discute? Porque os que se envolvem na briga são membros. Então, não tem ninguém para discutir paz, porque estão todos envolvidos. São os membros do conselho que vendem armas, são os membros que fazem guerra. É preciso mudar a lógica de funcionamento das Nações Unidas”.

Mais cedo, o próprio governo brasileiro havia informado que a organização da reunião bilateral entre Lula e Zelensky não foi possível por dificuldade na conciliação das agendas dos dois líderes mundiais. O governo brasileiro sugeriu mais de um horário, mas não houve acerto.

“O fato é muito simples. Tinha um encontro bilateral com a Ucrânia, aqui nesse salão, às 15h15 [de domingo]. Esperamos e recebemos a informação de que eles tinham atrasado. Enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã e quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente teve outros compromissos, não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu”, explicou.

Em entrevista, o presidente ucraniano confirmou a dificuldade. “Encontrei todos os líderes. Quase todos. Todos têm suas agendas próprias. Acho que é por isso que não pudemos encontrar o presidente do Brasil”. Questionado se ficou decepcionado por não ter conseguido realizar essa reunião, Zelensky respondeu: “Acho que ele que ficou decepcionado”.

Cúpula

O G7 reúne lideranças dos sete países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Até 2014, a Rússia integrava o grupo, que era conhecido como G8. Ela, no entanto, foi expulsa devido à anexação da Crimeia, até então vinculada à Ucrânia.

As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Nesta edição, o Brasil é o único representante sul-americano. Também foram convidados Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, Índia, Indonésia, Comores e Ilhas Cook. O governo brasileiro chegou a ser informado pelos japoneses há algumas semanas que a ida de Zelensky a Hiroshima era uma possibilidade.

O presidente ucraniano aproveitou a oportunidade para buscar mais apoio na guerra contra a Rússia. A organização de uma reunião bilateral entre Brasil e Ucrânia foi inicialmente um pedido do país europeu.

Neutralidade

O Brasil é um dos países, como a Índia e a China, que vem proclamando publicamente uma postura de neutralidade na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Por isso, países europeus e os Estados Unidos, que apoiam os ucranianos no conflito, faziam pressão para que Lula e Zelensky se reunissem. Embora não tenha conversado pessoalmente com o presidente brasileiro, Zelensky chegou a ter um encontro com o premiê da Índia, Narendra Modi.

Durante a coletiva, Lula foi questionado sobre o formato desse coletivo de países que querem atuar pela paz na Ucrânia, e o presidente brasileiro falou da necessidade de um cessar-fogo imediato.

“Só é possível discutir a paz quando o Zelensky e o Putin quiserem discutir a paz. Não é possível construir uma proposta em guerra. O que nós queremos é que, primeiro pare a guerra, parem os ataques e vamos tentar dialogar para construir uma saída entre Ucrânia e a Rússia”.

Ainda segundo o presidente, no momento, não há interesse das partes em falar sobre a paz. E, para que haja uma negociação, os dois lados terão que ceder em alguma medida. “O Celso Amorim [assessor internacional da Presidência] foi lá na Rússia e depois na Ucrânia. E o Amorim falou que, por enquanto, eles não querem conversar sobre paz. Se um tem uma proposta, é a rendição do outro, se o outro tem uma proposta, é a rendição do primeiro. E ninguém vai se render. Negociação não é rendimento. E vai ter um momento que vão querer uma negociação”.