Dia: 25 de fevereiro de 2023

Zé Raimundo assume presidência da ALBA

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Adolfo Menezes, transmitiu, na noite do último dia 20 de fevereiro, o comando da Casa para o primeiro vice-presidente, deputado Zé Raimundo Fontes (PT). O ato de transmissão do cargo ocorreu no gabinete da Presidência.
A mudança se deu em função de uma viagem que o presidente fez ao exterior, o que regimentalmente abre espaço para o vice-presidente assumir o Legislativo interinamente. O termo foi lavrado pelo secretário-geral da Mesa, Carlos Rocha Machado, e assinado pelos dois parlamentares.
A previsão é que o presidente Adolfo Menezes esteja de volta ao comando do Parlamento já no início de março, quando acompanhará os procedimentos para indicação da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA).
Essa será a primeira vez que o deputado Zé Raimundo Fontes ocupa a Presidência da Casa. Ele foi eleito para o posto de vice-presidente da Mesa Diretora para o biênio 2023/2025. Natural de Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o legislador é formado em Pedagogia pela Faculdade da Bahia (Faceba) e em história pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), possui mestrado em Ciências Sociais também pela Ufba e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP).
O deputado também atuou como docente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, e na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Em sua trajetória como político, foi prefeito de Vitória da Conquista antes de ser eleito deputado estadual pela primeira vez para o mandato de 2011/2015. Foi reeleito, a partir de então, para os quadriênios de 2015/2019, 2019/2023 e 2023/2027.
Na ALBA, foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça e integrou colegiados como Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público; Extraordinária para Discussão/Análise da Reforma Política; Especial da Ferrovia de Integração Oeste-Leste; Conselho de Ética e Decoro Parlamentar; Extraordinária para Acompanhar a Privatização dos Cartórios; Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle; Especial da Verdade; Especial do Complexo Intermodal da Ferrovia Oeste-Leste, Porto Sul e Complexo Viário do Oeste (Ponte Salvador-Itaparica), dentre outras.

Confira os aprovados no vestibular da UESB 2023


Os candidatos que participaram do Vestibular Uesb 2023 já podem conferir o resultado do processo seletivo. Após dois intensos dias de maratona de provas, a lista com os nomes dos aprovados pode ser conferida aqui. A seleção ofertou 915 vagas para 44 cursos de graduação.

O resultado contempla os candidatos aprovados com ingresso no primeiro período letivo de 2023 e, também, para o segundo período letivo, nos campi de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista.

A seleção foi regida pelo Edital 224/2022. Os Editais de matrícula serão publicados posteriormente no site da Uesb, nos quais será possível conferir as datas de matrícula e toda documentação necessária para confirmar a vaga.

Para mais informações sobre o processo seletivo, acesse o site do Vestibular ou entre em contato com a Comissão Permanente de Vestibular (Copeve) pelo (73) 3528-9695e copevejq@uesb.edu.br, em Jequié; (77) 3424-8721 e vestibular@uesb.edu.br, em Vitória da Conquista; (77) 3261-8604copeveit@uesb.edu.br, em Itapetinga.

Feira de Santana: Hospital Clériston Andrade registra caso raro de doença Priônica

Feira de Santana: Hospital Clériston Andrade registra caso raro de doença Priônica Foto: Divulgação/Sesab

Um paciente internado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, com diagnóstico de DCJ (Doença de Creutzfeldt-Jacob), mais conhecida como Doença Priônica, apresenta um quadro clínico grave e raro. A doença, que afeta uma em cada milhão de pessoas, é degenerativa e tem progressão rápida.

O paciente, um homem de 59 anos sem comorbidades, foi admitido na unidade em 20 de janeiro com incoordenação para caminhar, alteração comportamental e de memória, alteração visual, movimentos anormais e crises convulsivas.

Diante da suspeita clínica, foram realizados diversos exames complementares, como Ressonância Magnética de crânio, eletroencefalograma e estudo do líquor com a pesquisa da proteína 14.3.3, que recentemente confirmaram a doença.

A DCJ é uma doença priônica, ou seja, causada pela alteração da proteína priônica, que leva à formação de agregados insolúveis que afetam o cérebro e levam à degeneração neuronal.

De acordo com a médica Renata Nunes, coordenadora do serviço de neurologia do HGCA, a forma esporádica da doença é a mais comum e não tem relação com o consumo de carne bovina.

“As outras formas incluem a hereditária, a iatrogênica (transmitida por alguns procedimentos neurocirúrgicos com material contaminado) e a variante bovina, que é a “Doença da Vaca Louca”. Independentemente da causa, a evolução clínica é muito semelhante, com rápida progressão da patologia e sem opções terapêuticas disponíveis”, explicou a médica.

Ela ainda acrescentou que infelizmente, a DCJ é uma doença sem cura e o tratamento consiste principalmente em aliviar os sintomas. Ao contrário do que muitos pensam, a DCJ não é uma doença contagiosa que pode ser transmitida pelo contato com a pessoa acometida.

“O eletroencefalograma do paciente já havia mostrado o padrão de alteração típico da doença, no entanto somente esta semana foi recebido o resultado do estudo do líquor, que confirmou o diagnóstico de DCJ. Infelizmente, como já mencionado, a doença não tem cura e a progressão é muito rápida”.

“Embora a DCJ seja uma doença rara, é importante destacar que é uma condição muito grave e que infelizmente não há muito que possa ser feito para tratá-la. A conscientização sobre a doença é importante para que as pessoas possam entender melhor o seu quadro clínico e os sintomas associados”, informou a médica.

Divulgado resultado dos concursos para professores na Bahia

Divulgado resultado dos concursos para professores na Bahia Foto: Divulgação/SEC

O resultado final dos concursos públicos para professores da educação básica, profissional e indígena e a mediadores do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITEC) foi publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia (DOE) (veja aqui).

Os nomes podem ser conferidos a partir da página 22, da edição desta sexta-feira (24). O anúncio foi feito pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Foram ofertadas 1.800 vagas para professores, sendo 1.119 para a educação básica, 626 para a educação profissional e 55 para a educação indígena.

Para os mediadores do EMITEC foram ofertadas 315 vagas. De acordo com os editais das seleções, os contratos de trabalho serão sob o Regime Especial de Direito Administrativo (REDA), pelo prazo de 36 meses, que podem ser renovados por igual período, com carga horária de trabalho de 20 horas semanais.

Um ano de guerra na Ucrânia: refugiados ucranianos vivem sem perspectiva de voltar para casa

Victoria Antonenko levava uma vida tranquila com a família na pequena cidade de Smela, a 250km de Kiev, quando a Rússia invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro do ano passado. Aos 54 anos, ela e o marido, Vladimir, de 52, tinham um pequeno negócio e moravam com os dois filhos em uma casa de 80 metros quadrados que haviam acabado de construir.

Quando o conflito eclodiu, ela confessa que não acreditou que duraria muito tempo. Foi só depois de um mês se escondendo com a família de porão em porão — apavorados com o barulho ensurdecedor das sirenes de risco de bombardeio —, que ela enfim decidiu vir com a filha Sofia, de 18 anos, para o Brasil. Vladimir e o filho Marko, 20, ficaram, impedidos de sair da Ucrânia por causa de uma lei marcial que proíbe homens em idade adulta de cruzar a fronteira.

Diferentemente de algumas nações europeias que adotaram várias políticas específicas para atender ao grande volume de refugiados da Ucrânia, o Brasil está longe de ser um dos principais destinos das mais de 8 milhões de pessoas que fugiram do país desde o início da guerra, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). No último ano, o número de pessoas forçadas a se deslocar internamente chega a quase 6 milhões, informou a agência da ONU — a população do país no início da guerra era estimada em 41 milhões.

Segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública responsável por deliberar os pedidos de refúgio no Brasil, apenas 24 solicitações foram protocoladas desde 24 de fevereiro, apesar de os refugiados ucranianos terem o direito a visto e residência humanitária no país desde uma normativa de março de 2022 do governo.

Para Victoria Antonenko, a escolha pelo Brasil como novo lar surgiu após ela ter conhecido pela internet uma comunidade religiosa que se ofereceu para ajudar com sua documentação e arcar com todos os custos da viagem. Mesmo com esse apoio, deixar um país em guerra não foi nada fácil.

— A viagem foi muito difícil. Foram mais de 18 horas de estrada sem ficar de pé, [só] as crianças se levantavam à noite e pediam às mães que as colocassem na cama. As pessoas se deitavam no chão, [por isso] não havia lugar para andar no corredor, tudo estava lotado de gente saindo do país — descreveu Antonenko ao GLOBO. — Nos lembramos da Segunda Guerra Mundial, quando os alemães levavam as pessoas em carroças.

Segundo Silvia Sander, que esteve em missão humanitária em Kiev pelo Acnur nos primeiros meses da guerra, histórias como a de Victoria são comuns e demandam assistência de diversas frentes.

— As pessoas saem com quase nada, então precisam ser apoiadas em quase tudo — disse a funcionária da ONU ao GLOBO. — No início, a primeira preocupação era conseguir retirá-las dos locais atingidos de maneira mais grave, sobretudo mais ao Leste, e garantir que pudessem ter abrigo seguro, itens de primeira necessidade, acesso à informação, comunicação com familiares e também apoio psicológico, pensando que são sobretudo famílias de mulheres sozinhas se deslocando.

Com o passar do tempo, porém, outras necessidades se tornaram urgentes para os que atuam junto aos refugiados, como a elaboração de uma resposta para vítimas de violência de gênero da guerra, assistência jurídica, inclusão de crianças no sistema de ensino de outros países e de adultos no mercado de trabalho, explicou Sander.

— O que mais me chamou atenção foi o impacto na saúde mental. Quando se deixa tudo para trás, há uma série de rupturas para além da casa e dos objetos, mas com toda sua rede de segurança — afirmou Sander, destacando a “resiliência profunda” e o “senso de solidariedade” entre os ucranianos apesar do contexto de vulnerabilidade. — Há uma enorme falta de previsibilidade no contexto de uma guerra como essa, que acontece abruptamente por ataques aéreos. A gente não sabia se as escolas e hospitais iam ser bombardeados e precisávamos lidar com o ruído das sirenes que alertavam para o risco iminente de bombardeio — descreveu.

Embora ao longo dos últimos 12 meses o fluxo de refugiados tenha passado por diferentes ondas, inclusive com um número de pessoas retornando para suas casas em regiões menos atingidas por bombardeios, Sander assegura que “a situação segue gravíssima” e muitas pessoas continuam deixando o país.

— Principalmente no Oeste, tinha-se a percepção de que os bombardeios haviam cessado, então algumas pessoas decidiram voltar [para casa], mas logo em seguida havia um novo episódio e saíam de novo — explicou, destacando que a decisão de retornar geralmente é tomada sem muito planejamento, conforme as informações são divulgadas no dia a dia. — Muitas pessoas que se deslocaram ficaram sem renda ao longo do ano ou querem buscar familiares, por isso voltam, mas de maneira geral não há um cenário que permita um retorno seguro ao país.

Para a ucraniana Antonenko, que hoje vive com a filha em Guarapuava, no Paraná, é uma “benção” não precisar ouvir “sirenes, tiros e explosões” desde que deixou a Ucrânia há quase um ano. No entanto, o sonho de voltar para casa ainda faz parte de um futuro incerto.

— Acredito que a guerra vai acabar e eu vou poder retornar para o meu país, mas não faço ideia de quando — disse Antonenko.