Uma pesquisa realizada em maio revelou que um a cada quatro brasileiros considerou que a quantidade de comida colocada na mesa é inferior para alimentar a família nos últimos meses. Ou seja, a tendência é que os integrantes da família passem fome. A pesquisa foi realizada pelo Datafolha nos dias 11 e 12 de maio, em 146 municípios do país.
Segundo es estudo 88% dos entrevistados afirmaram que a fome cresceu no país. Sendo que mulheres, negros e pessoas com menos escolarização foram maioria nesta resposta.
Outro dado que chama atenção é que 40% das pessoas que tem o ensino fundamental completo tiveram falta de comida. Ainda é possível avaliar que a fome atingiu mais moradores da região Nordeste.
Outros dados sobre a fome no Brasil:
A falta de comida foi mais relatada por famílias que tem um único integrante que compõe a renda; Nas residências onde só um adulto trabalha 29% afirmaram que a comida foi insuficiente;
Nas residências onde nenhum adulto trabalha 35% afirmaram que a comida foi insuficiente;
Das famílias que rebem o auxílio emergencial 41% afirmaram que a comida foi insuficiente;
Um total de 35% das casas com crianças até 6 anos relatou falta de comida;
A margem de erro da pesquisa do Datafolha é de 2% e o nível de confiança de 95%.
“Auxílio da fome”, diz Dieese
O novo valor do auxílio 2021 é insuficiente e, de acordo com os cálculos do Dieese, o poder de compra de uma família com dois adultos e duas pessoas está reduzido. De máximo de R$ 1,2 mil por mês na primeira rodada, o valor caiu para R$ 375.
Com o valor, será possível comprar apenas com o dinheiro menos de meio bife por dia, menos de meio copo de leite, uma concha e meia de feijão e três colheres de arroz. Mais um tomate, meia batata e um pão e meio. E uma banana.
“Como facilmente se conclui dos dados, o novo auxílio não terá a menor condição de garantir segurança alimentar”, diz o Dieese. “Por isso, pode-se considerar que este auxílio é de fome”, completa.
O Dieese ainda alerta para uma questão histórica que gerou a necessidade de um grupo específico. “O grande número de pessoas que precisou desta proteção está diretamente ligado às escolhas econômicas e políticas dos últimos anos: baixo crescimento, forte desregularão dos direitos trabalhistas, redução dos serviços públicos e desestruturação do mercado de trabalho e de políticas de transferência de renda em nome de medidas neoliberais”, alerta.
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