Sem a devida atenção das autoridades políticas, seca assola sertão brumadense
A seca que assola mais de 180 municípios da Bahia tem sido severa também nas comunidades rurais do município de Brumado. Muitas delas, embora estejam localizadas nas margens do Rio do Antônio, estão convivendo com o rio totalmente seco e sem expectativa de chuva. O site Brumado Notícias visitou a região das comunidades do Campo Seco e do Espinheiro e pode registrar o cenário da estiagem prolongada na região. Mesmo com as fortes chuvas que caíram no início do ano, chegando a um acumulado de quase 600 ml no mês de janeiro, as águas logo evaporaram por conta do intenso calor registrado no decorrer do ano.
Nossa equipe de reportagem percorreu a pé pela margem do rio, que em 2013 registrou uma das maiores cheias de sua história. Porém, agora, convive com o solo rachado. A estiagem tem refletido diretamente na produção rural, pois, sem água, as lavouras não vingam e os produtores ficam sem os produtos para comercialização.
Por outro lado, feirantes são obrigados a comercializar produtos mais caros, vindos de outros estados, o que mexe diretamente no orçamento familiar do consumidor final. Brumado convive há mais de 10 anos com o decreto de emergência de seca. A maioria das mais de 20 mil pessoas que moram nas comunidades rurais depende de água tratada operação pipa coordenada pelo exército brasileiro.
Algumas famílias, mesmo com cisternas em casa, acabam consumindo água sem tratamento, provindas clandestinamente de caminhões pipas, e chegam a pagar R$ 120 por tanque. Há comunidades em que as mães não conseguem água para dar banho nos filhos e o pano úmido é o único momento que pode ser chamado de banho.
Na criação animal, a situação só não é mais precária porque os criadores estão conseguindo ração balanceada e água de pequenos açudes para manter os animais. A sede do município só não passa por dificuldades por causa da Barragem de Cristalândia, que armazena água do Rio das Contas.
Em meio ao cenário desfavorável, há anos que as comunidades rurais tentam, através dos representantes da política, a elevação ou construção da segunda etapa da barragem, o que aumentaria o acúmulo do reservatório, de 14 milhões de metros cúbicos, para cerca de 35 milhões de metros cúbicos de água.
A obra seria a melhor saída para os períodos de convivência com a seca e ainda daria para abastecer todas as comunidades rurais do município e sustentaria o agronegócio do pequeno produtor rural, com garantia de fortalecimento da economia e bons produtos na região. Porém, até o momento, as alternâncias de governo só produziram falsas promessas e desilusões ao sofrido sertanejo brumadense.
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