Prefeitura investe no ‘abaulamento’ de estradas rurais

De acordo com o dicionário Michaelis, o termo “abaular” significa “dar ou apresentar forma convexa semelhante à da tampa de um baú”. As pessoas do campo, em geral, utilizam outra variação do termo, pronunciando “baluar”. De uma forma ou de outra, esse é o nome da técnica que a Prefeitura começa a utilizar na recuperação das estradas que cortam a zona rural de Vitória da Conquista.

O procedimento é comum em rodovias e vias urbanas pavimentadas. Trata-se de nivelar a estrada de forma que a parte central fique ligeiramente mais elevada que as laterais. Isso evita que a água das chuvas se acumule no meio da via, o que facilita o escoamento. Para adaptar essa lógica às estradas rurais, a Prefeitura se vale de motoniveladoras (as populares máquinas do tipo “patrol”).

O serviço costuma ser feito em três etapas. Na primeira, a máquina se posiciona em uma das laterais da estrada e, enquanto a percorre, vai “raspando” o solo com sua lâmina. A posição da lâmina (suspensa em diagonal e um pouco direcionada para a frente) faz com que a terra retirada na “raspagem” seja jogada para o centro da via.

Na segunda etapa, a motoniveladora repete o mesmo procedimento, só que em sentido contrário. A terceira fase consiste em passar mais uma vez pela estrada – desta vez, pelo centro, compactando ali toda a terra que foi extraída das laterais. Assim, o leito toma a forma convexa – ou seja, “abaulada”.

A duração do serviço varia. Em estradas mais largas, pode ser feito em até cinco etapas. O que não varia, segundo o secretário municipal de Agricultura, Paulo César Oliveira, é a qualidade do resultado. “Isso acarreta na maior durabilidade do pavimento, com a eliminação natural, por gravidade, das águas de chuva”, explica Oliveira.

O método tradicional de recuperação de estradas consistia apenas no “patrolamento”, que oferecia maiores riscos de acúmulo de água e de formação das famosas poças no meio das vias. “Havia um rebaixamento do leito da estrada em relação ao terreno natural”, lembra o secretário.

Saídas de água – Outro recurso a que a Prefeitura vem recorrendo, no serviço de recuperação de estradas, é a implantação de drenagens laterais, também conhecidas como saídas de água. São pequenas valetas, feitas nas laterais das vias recuperadas. Com isso, o objetivo é interromper o curso das águas das chuvas e evitar que elas se acumulem e causem a erosão.

“As saídas de água também favorecem a conservação da estrada. Porque, quando você não tira o curso da água na hora da chuva e da enxurrada, não há alternativa: ele vai provocar erosão em algum lugar. Então, a gente vem tomando essa providência para que as estradas tenham uma qualidade melhor”, informa o secretário.

Segundo Oliveira, o objetivo é estender a técnica do “abaulamento”, de forma gradual, aos mais de 2.700 quilômetros de estradas do interior do município. “A cada vez que recuperamos uma estrada, a gente tenta levantar um pouquinho. Dez, quinze centímetros no centro. E, da próxima vez, a gente faz a mesma operação, para que ela vá tomando um formato abaulado. Aí, sim, a estrada vai ter uma durabilidade maior”, afirma.

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