Políticos lamentam assassinato de dirigente do PT por apoiador de Bolsonaro em Foz do Iguaçu

Marcelo Arruda foi morto com dois tiros durante comemoração da festa de aniversário de 50 anos. (Foto: Reprodução/Facebook)

O assassinato de Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, durante a comemoração do seu aniversário de 50 anos, que teria sido morto por um apoiador de Jair Bolsonaro insatisfeito com a festa que tinha o PT como tema, repercutiu entre os pré-candidatos à Presidência. Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Luciano Bivar (União) lamentaram o crime em suas redes sociais. O presidente ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

Em sua conta no Twitter, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou o fato, ressaltando a necessidade de se manter o diálogo e de se ter mais tolerância, e afirmou que o discurso de ódio tem sido estimulado por “um presidente irresponsável”. Além de demonstrar solidariedade à família de Marcelo, o petista também pediu compreensão com os familiares de José da Rocha Guaranho, que cometeu o crime.

“Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda. Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”, escreveu Lula.

Ciro Gomes destacou a necessidade de se conter o ódio político para evitar o que chamou de “tragédia em proporções gigantescas”.

rou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenha“É triste, muito triste, a tragédia humana e política que timos uma tragédia de proporções gigantescas. Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito.”, publicou o pedetista no Twitter.

A senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, em sua conta no Twitter, se solidarizou com os familiares dos dois envolvidos no caso e pontuou que “esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade”. Ela também divulgou uma nota onde afirmou que o caso de Foz do Iguaçu deve fazer “soar um alerta” para que não se admita mais “demonstrações de intolerância, ódio e violência política”.

“Adversário não é inimigo. Que o caso de Foz do Iguaçu/PR faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política. Me solidarizo com as famílias de ambos. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando. Tenho certeza que nós, brasileiros, temos todas as condições de encontrar um caminho de paz, harmonia, respeito, amor e dignidade humana para reconstruir o Brasil”, tuitou.

Luciano Bivar também usou sua conta no Twitter para comentar o crime, que definiu como “inadimissível”.

“Esta doença “política” contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina”, escreveu Bivar.

Já o deputado federal André Janones afirmou que ninguém explica uma pessoa odiar outra por “convicções políticas diferentes”. Ele também chamou o atual cenário político polarizado entre apoiadores de Bolsonaro e Lula de “idiotização”.

“O debate ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje nós vamos lamentar, desejar condolências às famílias. Mas e amanhã? Amanhã nós vamos esquecer como esquecemos o Genivaldo assassinado brutalmente em uma viatura? Aplaudir e agradecer agressores durante discursos em cima de palanques, como feito ontem? Nós vamos nos chocar só com o agora? Não vamos mudar essa mentalidade? Nós vamos esperar que a tragédia, a barbarie chegue dentro das nossas casa pra combatê-la? Essa idiotização (que muitos chamam de polarização) não pode prevalecer. O Brasil precisa cuidar dos seus problemas reais, não criar novos.”, publicou o parlamentar.

Guaranho invadiu a festa de aniversário, que ocorreu em um clube de Foz do Iguaçu PR com uma criança de colo e uma mulher. Ele adentrou o espaço gritando: “Aqui é Bolsonaro!”. Depois de um tempo, o bolsonarista retornou ao espaço armado e sozinho. A esposa de Arruda, que é policial, se identificou e solicitou que o invasor se retirasse da festa, quando ele sacou a arma e desferiu dois tiros no aniversariante, que revidou. Os dois foram levados para o hospital, mas não resistiram aos ferimentos.

A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, também lamentou a morte de Arruda.

“Uma tragédia fruto da intolerância dessa turma”, lamentou a petista no Twitter

O caso
De acordo com o boletim de ocorrência, o agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa do guarda municipal Marcelo Arruda e o matou com dois tiros neste sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR). O homem celebrava seu aniversário de 50 anos ,cuja temática era o PT. A Polícia Civil investiga se o crime foi motivado por discordância política.

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