Categoria: Condeúba

As últimas ‘virgens juramentadas’ da Albânia, que vivem como homens

Gjystina Grisha, or Duni
Gjystina Grisha é uma das cerca de 12 virgens juramentadas ns Bálcãs

Para Gjystina Grishaj, “a Albânia era um mundo dos homens e a única forma de sobreviver era tornar-se um deles”.

Ela morava nas montanhas do norte da Albânia e, com 23 anos de idade, tomou uma decisão que mudaria sua vida. Ela fez um voto de celibato e prometeu viver o resto da vida como homem.

A família de Grishaj mora na região de Malësi e Madhe, em Lëpushë (norte da Albânia), há mais de um século. O lugar é um profundo vale encravado entre montanhas escarpadas e uma das poucas regiões onde ainda existe a tradição da burrnesha — uma prática centenária na qual as mulheres prestam um juramento para os anciãos da aldeia e vivem como homens.

Essas mulheres são conhecidas como burrneshat — as “virgens juramentadas”.

“Existem muitas pessoas solteiras no mundo, mas elas não são burrneshat“, explica Grishaj, que agora tem 57 anos.

“Uma burrnesha dedica-se apenas à sua família, ao trabalho, à vida e a preservar sua pureza.”

Gjystina colhendo ervas
Gjystina Grishaj aprendeu com o pai o uso das ervas medicinais

Para muitas mulheres nascidas tempos atrás, trocar sua identidade sexual, reprodutiva e social era uma forma de ter liberdades que apenas os homens podiam experimentar.

Tornar-se uma burrnesha permitia que as mulheres se vestissem como homens, atuassem como chefes de família, movimentassem-se livremente nas situações sociais e aceitassem trabalhos que, tradicionalmente, eram abertos apenas para os homens.

Gjystina — ou Duni, como é conhecida pelos mais próximos — era uma jovem ativa e atlética, decidida a ser independente. Ela nunca imaginou ter uma vida tradicional, com casamento, trabalho doméstico ou usando vestidos.

Em vez disso, após a morte do seu pai, ela decidiu tornar-se uma virgem juramentada, para poder chefiar a família e trabalhar para sustentá-la financeiramente.

“Éramos extremamente pobres… Meu pai morreu e minha mãe tinha seis filhos”, ela conta. “Para facilitar para ela, decidi me tornar burrnesha e trabalhar bastante.”

Grishaj mora em uma aldeia remota. O sinal do celular é esporádico, no melhor dos casos. Invernos rigorosos fazem com que a neve bloqueie a estrada para Lëpushë e cause cortes de eletricidade.

Ela dirige uma pousada, trabalha na terra e cuida dos seus animais. Como burrnesha e chefe da família, Grishaj também pratica a arte das ervas medicinais para fazer chás e óleos de cura. Ela aprendeu a técnica com seu pai.

“Ele tinha muito cuidado com as ervas medicinais e passou as lições para mim. E eu quero que minha sobrinha Valerjana aprenda essa prática, mesmo tendo escolhido outro caminho”, afirma ela.

Valerjana andando em uma rua em Tirana
Para Valerjana Grishaj, a vida das mulheres na cidade tem ‘mais vantagens’ do que na zona rural

“Hoje em dia, ninguém tenta se tornar uma virgem juramentada”, segundo Valerjana Grishaj. “As jovens nem pensam em ser virgens juramentadas. Sou um exemplo real disso.”

Valerjana Grishaj foi criada ao lado da tia em Lëpushë e percebeu que as opções para as mulheres na região eram mínimas. A expectativa era casar-se cedo.

“Sempre recordo um momento quando estava no sexto ano da escola primária. Uma amiga minha estava no nono ano e estava ficando noiva. Ela tinha apenas 14 anos”, recorda ela. “Ela me disse que seu marido não iria permitir que ela continuasse os estudos e que ela precisava ouvir o seu marido, ficar com ele e obedecê-lo.”

Em vez de se casar cedo ou tornar-se uma virgem juramentada, Valerjana Grishaj saiu da casa da família com 16 anos de idade para estudar direção teatral e fotografia na capital da Albânia, Tirana.

“Em Tirana, as meninas e as mulheres têm mais vantagens e são mais emancipadas”, ela conta. “Enquanto, na aldeia, a situação, ainda hoje, é um desastre.”

Prática em extinção

Não existem números exatos, mas estima-se que existam apenas 12 burrneshat remanescentes no norte da Albânia e em Kosovo. Desde a queda do comunismo nos anos 1990, a Albânia vem presenciando mudanças sociais que trouxeram mais direitos para as mulheres.

Valerjana Grishaj considera que o desaparecimento da tradição das burrneshat é algo positivo.

“Hoje, nós, meninas, não precisamos lutar para virar homens”, afirma ela. “Precisamos lutar por direitos iguais, mas sem nos tornarmos homens.”

Em 2019, a ativista dos direitos das mulheres Rea Nepravishta protestou durante os eventos do Dia Internacional da Mulher em Tirana. Ela saiu às ruas com um grande cartaz estampado com a palavra burrnesha riscada com uma grande cruz vermelha. Embaixo, a expressão “mulheres fortes”.

“No idioma albanês, quando queremos descrever uma mulher como sendo forte, usamos o termo burrnesha“, explica ela. “É uma palavra composta de duas partes. ‘Burre’ significa homem… Não deveríamos nos referir aos homens para mostrar a força das mulheres.”

Nepravishta acredita que o país está a caminho da abertura e deu “muitos passos adiante em um curto período de tempo”.

Segundo a ONU Mulheres — a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres —, a participação feminina na tomada de decisões políticas e econômicas na Albânia progrediu recentemente, com melhorias dos códigos e processos eleitorais. Ainda assim, a participação das mulheres permanece limitada e as diferenças salariais não foram combatidas adequadamente.

Em 2017, 23% dos parlamentares e 35% dos legisladores locais eram mulheres.

Os direitos das mulheres têm um longo caminho pela frente. “Sexismo, estereótipos de gênero… E violência de gênero, infelizmente, ainda são muito presentes na Albânia”, afirma Nepravishta.

Os dados da ONU Mulheres indicam que quase 60% das mulheres albanesas com 15 a 49 anos de idade já sofreram violência doméstica. E o Banco de Dados dos Órgãos de Tratados das Nações Unidas revela que apenas 8% das mulheres são proprietárias de terras e elas ainda são marginalizadas em questões relativas a heranças.

Paisagem do vale com névoa e algumas casas
A vida nas aldeias pode ser difícil, especialmente no inverno.
Status especial

As raízes da tradição das burrneshat originam-se no Kanun, uma antiga constituição adotada em Kosovo e no norte da Albânia no século 15, que organizou a sociedade albanesa. Segundo essa lei patriarcal, as mulheres eram consideradas propriedade do marido.

“Elas não tinham o direito de decidir seu próprio destino, nem de escolher suas próprias vidas”, segundo Aferdita Onuzi, etnógrafa que estudou as burrneshat. “Se uma menina fosse ficar noiva, tudo era decidido sem sequer questioná-la; nem a idade em que ela ficaria noiva, nem a pessoa com quem ela ficaria noiva.”

Existem muitos conceitos errôneos que pairam sobre a tradição. Tornar-se uma virgem juramentada, normalmente, não era uma decisão baseada na sexualidade, nem na identidade de gênero, mas sim em um status social especial que era oferecido a quem fizesse o juramento.

“A decisão de uma menina de tornar-se virgem juramentada não tem nada a ver com a sexualidade”, segundo Onuzi. “É simplesmente uma escolha de ter outro papel, outra posição na família.”

Mas tornar-se uma burrnesha também era uma forma de escapar de um casamento arranjado, sem desonrar a família do noivo. “Esta decisão significava que elas poderiam evitar um conflito sangrento entre duas famílias”, afirma Onuzi.

As regras que regiam os conflitos sangrentos haviam sido codificadas há muito tempo no Kanun, que ajudava a trazer ordem para a vida das tribos do norte da Albânia, particularmente durante sua incorporação ao Império Otomano.

Segundo a lei do Kanun, os conflitos sangrentos eram uma obrigação social para proteger a honra. Eles podiam começar com ações pequenas como ameaças e insultos, mas, às vezes, poderiam se intensificar até gerar um assassinato. A família da vítima poderia então buscar justiça, matando o assassino ou outro homem da família da parte culpada.

Para muitas jovens daquela época, o juramento do celibato evitava os conflitos sangrentos. “Era uma forma de escapar”, segundo Onuzi.

As tradições evoluíram ao longo do tempo, transformando as decisões forçadas em escolhas ativas.

“É muito importante observar a diferença entre as burrneshat clássicas, no sentido etnográfico, e as burrneshat atuais… Atualmente, é uma decisão totalmente pessoal”, explica Onuzi.

Drande olhando para a câmera
‘Sempre me senti como homem’, afirma Drande
Gjystina Grishaj não foi obrigada a tornar-se burrnesha — ela própria decidiu sua vida. Ao crescer na Albânia comunista, ela percebeu que os homens, na época, tinham muito mais liberdade.

“Havia muitos momentos em que você era considerada desigual”, ela conta. “As mulheres eram muito isoladas, limitadas às tarefas domésticas e não tinham direito de falar.”

Sua família — particularmente sua mãe — reprovou a decisão, preocupada porque ela estava sacrificando sua possibilidade de ser mãe e ter sua própria família. Mas, para Grishaj, o sacrifício foi recompensado. “Quando decidi me tornar burrnesha, ganhei mais respeito”, ela conta.

Quanto às demais, elas decidiram tornar-se burrneshat porque se sentiam mais como homens.

“Eu nunca me associei às mulheres, mas sempre aos homens. Em bares, fumando…”, afirma Drande, burrnesha que mora na cidade litorânea de Shëngjin, no noroeste da Albânia, e refere-se a si próprio no masculino. “Sempre me senti como homem.”

Para Drande, adotar a prática foi uma forma de usufruir das liberdades dos homens, como fumar cigarros e beber álcool, elementos enraizados na tradição das burrneshat.

E essas liberdades incluíam beber o tradicional destilado albanês rakia, historicamente restrito aos homens. Agora, Drande não só bebe o destilado, como produz o seu próprio.

Quando chegamos para entrevistá-lo, ele exibe orgulhoso um lote recente, conservado em uma garrafa plástica de água. “Isto vai deixar você mais forte”, afirma.

Drande conta que sua decisão de tornar-se burrnesha trouxe mais aceitação da sociedade.

“Aonde eu fosse, recebia respeito especial e a sensação era boa”, ele conta. “Eu era respeitado como homem e não como mulher… Eu me sentia mais livre dessa forma.”

Drande tem orgulho dos sacrifícios que fez para tornar-se burrnesha, mas também reconhece sentimentos de solidão. Ele conta que já teve dúvidas.

“Pensei por um momento como seria ter um filho que pudesse cuidar de mim…”, ele conta. “Eu estava muito doente e não havia ninguém por perto para me ajudar. Mas foi apenas por um momento, uma fração de segundo.”

Naquele momento, enfrentando uma sociedade com opções limitadas para as mulheres, aquelas que se tornavam burrneshat viam a escolha como uma espécie de empoderamento. Era “um tipo de protesto convertido em sacrifício”, segundo Onuzi.

Mas, ao decidirem ser homens, elas inadvertidamente fortaleciam normas de gênero, aceitando o papel inferior das mulheres.

Gjystina e Valerjana
Gjystina Grishaj ainda espera transmitir parte do seu conhecimento tradicional para sua sobrinha Valerjana, mesmo que ela tenha escolhido uma vida diferente

Mesmo na capital albanesa, a vida das mulheres jovens hoje em dia pode ser difícil. Valerjana Grishaj estabeleceu uma presença online nas redes sociais, para ajudar a ampliar os direitos das mulheres. Mas o envio de mensagens positivas trouxe atenção negativa.

“Recebi muitas mensagens de homens, até mensagens ameaçadoras, questionando por que eu falava sobre os direitos das mulheres”, ela conta.

Valerjana Grishaj vem fotografando sua tia e outras burrneshat, como forma de documentar uma tradição que está morrendo.

“Espero que as gerações futuras se interessem por este tema, pois é parte da nossa história e das nossas tradições”, afirma ela. “Hoje em dia, você não precisa ser uma burrnesha para ter liberdade. Como mulher moderna, não é preciso prestar juramento.”

Gjystina Grishaj não dá importância ao preço que ela pagou para ser respeitada — o sacrifício da sua identidade feminina — mas, sim, à liberdade que sua decisão trouxe para ela.

“Não haverá mais burrneshat, eu serei a última”, afirma ela.

Grishaj admite que, embora talvez não tomasse a mesma decisão hoje, ela faria tudo de novo se pudesse voltar no tempo.

“Tenho orgulho de ser uma burrnesha. Não tenho arrependimentos.”

Esta reportagem faz parte do especial BBC 100 Women, que todos os anos destaca 100 mulheres inspiradoras e influentes ao redor do mundo.

França aposta em continuidade para novamente ser campeã da Copa

Antoine Griezmann, Kylian Mbappe e Theo Hernandez durante as semifinais da Copa do Mundo. Foto: Juan Luis Diaz/Quality Sport Images/Getty Images
Antoine Griezmann, Kylian Mbappe e Theo Hernandez durante as semifinais da Copa do Mundo. Foto: Juan Luis Diaz/Quality Sport Images/Getty Images
buscar o terceiro título de sua história, o segundo consecutivo. A atual campeã mundial manteve a base de 2018 e confirmou o favoritismo no Catar, perdendo apenas uma partida na competição, na qual jogou com time reserva.
A França volta à final da Copa do Mundo para Nove jogadores que participaram da campanha há quatro anos atrás, na Rússia, foram convocados para ir ao Catar, e oito deles ainda seguem com a seleção: Hugo Lloris, Steve Mandanda, Alphonse Areola, Benjamin Pavard, Raphael Varane, Antoine Griezmann, Olivier Giroud, Kylian Mbappé e Ousmane Dembelé. Destes, apenas os goleiros Mandanda e Areola não são titulares, posição ocupada por Lloris. O lateral-esquerdo Lucas Hernández, campeão em 2018, chegou a entrar em campo, mas se lesionou na primeira partida da competição e deixou a delegação.

A continuidade do elenco e do técnico, Didier Deschamps, que comanda a seleção há 10 anos, é um dos principais trunfos dos franceses para ir em busca do segundo título seguido. Apenas duas vezes na história a Copa do Mundo foi vencida pela mesma seleção de maneira consecutiva, com a Itália em 34 e 38, e o Brasil em 58 e 62.

A própria França ao ser eliminada ainda na fase de grupos da Copa de 2002, apesar de ainda contar com boa parte do elenco campeão em 98, foi vítima da “maldição de campeã”, um mal acomete algumas equipes que após vencer uma competição não conseguem repetir o desempenho na edição seguinte. No Catar a ‘zebra’ passou longe da França, que se classificou com tranquilidade na fase de grupos. Os franceses ainda passaram sem dificuldades pela Polônia nas oitavas, e contaram com a infelicidade de Harry Kane para eliminar a Inglaterra nas quartas. Na semifinal nova vitória, desta vez sobre a surpresa da Copa, o Marrocos.

Sem precisar jogar prorrogações, ao contrário dos argentinos, a França chega à final para consagrar de vez a geração de Lloris, Griezmann, Varane, Giroud, e claro, Mbappé. Seria também o terceiro título para Didier Deschamps, campeão como jogador em 98 e como técnico em 2018. Ele ainda se igualaria ao italiano Vittorio Pozzo como único a conquistar mais de um título como treinadores.

França e Argentina se enfrentam neste domingo (18), ao meio-dia (horário de Brasília).

O “rebelde” Messi em busca da consagração em sua melhor Copa do Mundo

Messi comemora gol na Copa do Mundo. Foto: Clive Brunskill/Getty Images
Messi comemora gol na Copa do Mundo. Foto: Clive Brunskill/Getty Images
Lionel Messi chega a sua segunda final de Copa do Mundo em busca do único título que ainda lhe falta, entre clubes e seleção. Após uma sequência de derrotas em três finais seguidas, entre Mundial e Copas América, Messi conseguiu tirar os argentinos da seca de títulos com uma vitória sobre o Brasil, em pleno Maracanã, na final da Copa América do ano passado. E agora quer o título mundial para se colocar ao lado de Diego Armando Maradona no panteão dos maiores ídolos do futebol argentino.

Se a vida e carreira de Maradona fossem transpostas para uma forma artística, poderiam ser cantadas como se fossem um tango: intenso, vulnerável e dramático. Enquanto isso Messi se aproxima mais de um bom rock argentino, sempre muito correto e confiável, com alguns grandes arroubos de rebeldia.

Bom-moço fora dos campos, a personalidade de Messi sempre despertou comentários de que não seria o líder ideal para levar a Argentina adiante em qualquer competição. Foi questionado enquanto liderança e até como jogador, acusado de preferir jogar pela seleção da Espanha, país onde vive desde a adolescência e onde fez boa parte de sua carreira profissional. Não repetia as atuações pelo Barcelona quando jogava pela Albiceleste,

Foi então que a rebeldia juvenil tão representativa do rock deu as caras. Ainda em campo, em lágrimas, se “aposentou” da seleção ao perder a Copa América Centenário para o Chile, nos pênaltis, em 2016, um ano depois de ter perdido a mesma final para o mesmo adversário da mesma forma. Rebelou-se contra o técnico Jorge Sampaoli e liderou uma ‘revolta’ dos jogadores contra o comandante durante a Copa de 2018, com a imprensa argentina chegando a afirmar que era Messi quem escalava o time. Ano passado saiu do Barcelona, após 21 anos no clube, para se aventurar no futebol francês.

O jogador que provocou holandeses nas quartas-de-final e é capaz de fazer gestos provocativos diante do técnico da seleção rival é a versão Messi rock ‘n roll em seu estado puro. Se Maradona era Lanús, Buenos Aires, tango; Messi é Rosário, Santa Fé, rock.

Mural com os rostos de Messi e Maradona. Foto: LUIS ROBAYO/AFP via Getty Images
Mural com os rostos de Messi e Maradona. Foto: LUIS ROBAYO/AFP via Getty Images

A maior cidade da província de Santa Fé, Rosário deu ao mundo o camisa 10 que se mantém no topo há mais de 15 anos, que ganhou sete vezes o prêmio de melhor do mundo, mas também muito mais. De lá veio um dos maiores representantes do rock argentino, o cantor Fito Páez. E é das músicas do conterrâneo que Messi pode ter tirado algumas lições.

“Cada dia é uma oportunidade para sair à rua e enfrentar o vento. Os sonhos às vezes se realizam, dê tempo ao tempo”, diz a letra de “Tiempo al Tiempo”, do cantor rosariense.

E foi dando tempo ao tempo que Messi superou todas as dúvidas, as acusações de espanholismo, a pouca fé da torcida argentina em sua capacidade de liderar. É saindo para enfrentar o vento todos os dias que Lionel Messi, aos 35 anos, faz sua segunda final de Copa do Mundo, sempre correto, sempre confiável, mas com todos arroubos de rebeldia e genialidade necessários para encerrar qualquer discussão que permeie sua carreira na seleção argentina.

Jogando sua quinta Copa, Messi disse no Catar que essa será sua última partida em mundiais, mas, como bom rebelde, pode ser que mude de ideia a qualquer momento e apareça na Copa de 2026. Não seria nada mal.

Condeúba: A Secretaria de Saúde informa o boletim da covid-19 hoje dia (17), aumentou DOIS casos

Coordenação da Vigilância Epidemiológica, informa que  aumentou de 2340 para 2342 os que foram infectados pelo covid-19 no município sede de Condeúba. Sendo 31 óbitos, 2305 já foram curados e 6 os casos ativos. Notificados 5.545, aguardam coleta 11, aguarda resultado ZERO e descartados laboratorialmente 3.192.

Novo governo Lula terá 37 ministérios, anuncia futuro chefe da Casa Civil

Rui Costa confirmou neste sábado (17) que o próximo governo de Lula contará com 37 ministérios. Foto: EVARISTO SA / AFP / Getty Images.
Rui Costa confirmou neste sábado (17) que o próximo governo de Lula contará com 37 ministérios. Foto: EVARISTO SA / AFP / Getty Images.
  • Rui Costa disse que o governo de Lula será composto por 37 ministérios a partir de 2023;
  • A informação foi divulgada por Rui Costa após reunião com Lula, Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante;
  • No governo de Jair Bolsonaro (PL), o Executivo está separado em 23 pastas.

O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse neste sábado (17) que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será composto por 37 ministérios a partir de 2023.

A informação foi divulgada pelo governador da Bahia após reunião sua com Lula, com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e com o próximo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

Neste momento, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Executivo está separado em 23 pastas. Costa afirmou que não haverá criação de cargos, apesar do desmembramento das pastas.

“Foi um pedido do presidente, que foi, ao desmembrar os ministérios, não haver ampliação de cargos. Ou seja, o custo e o volume de gastos se manter independente da quantidade de ministérios. Então nós estamos finalizando a estrutura com 37 ministérios”, disse o futuro ministro da Casa Civil.

Ele também esclareceu que os ministérios da Pesca, Cidades e Esporte retornarão, e que pastas ainda mais específicas serão criadas, como as dos Povos Originários e Gestão.

Costa disse também que o atual ministério da Infraestrutura será desmembrados em dois: transportes, responsável por cuidar de rodovia e ferrovias; e portos e aeroportos.

Já o ministério da Economia será dividido em Fazenda, Planejamento, Gestão e Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O futuro ministro-chefe da Casa Civil disse que o modelo utilizado para escolher a divisão de pastas foi o segundo mandato do petista, que se encerrou com 37 ministérios.

Rui Costa disse que Lula deve divulgar o nome dos futuros ministros ao longo da próxima semana.

Vigilantes suspeitos de integrar milícia em Piatã são investigados pela Operação Cold

Foto: Divulgação/MP-BA

Nesta sexta-feira (16), o Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), em conjunto com a Força Tarefa de Combate a Grupos de Extermínio e Extorsão da Secretaria de Segurança Pública, cumpriu dois mandados de busca e apreensão no município de Piatã, na Chapada Diamantina.

O cumprimento faz parte da segunda fase da Operação Cold. Os alvos foram os endereços residenciais de dois vigilantes investigados por suposto envolvimento em milícia privada que promove crimes patrimoniais para gerar pânico e insegurança na cidade.

O objetivo é coagir comerciantes e a população a contratar serviço de vigilância noturna. As investigações apontam, inclusive, indícios da prática de homicídio por integrantes da milícia.

Os mandados expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Piatã visam colher provas do esquema investigado. Os vigilantes são investigados por prática de crimes patrimoniais, comércio ilegal de armas de fogo e crimes contra a vida. 

3ª maior cidade da Bahia, Vitória da Conquista decreta estado de emergência por causa da chuva

Foto: Divulgação/PMVC

A prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União Brasil), decretou estado de emergência, nesta quinta-feira (15), por causa do forte temporal que atinge o município desde a noite de quarta (14).

Vitória da Conquista é a terceira maior cidade do estado. O temporal deixou casas, estabelecimentos comerciais e ruas alagadas. O volume de água foi tão elevado, que carros e motos foram arrastados pela correnteza no centro da cidade.

“Infelizmente, estamos novamente em situação de emergência no nosso município por conta das chuvas que vêm assolando a nossa cidade. Já choveu, de outubro pra cá, 400 mm, quando a média anual do nosso município normalmente é 800 mm. Ou seja, já choveu a metade do esperado para o ano inteiro. Isso é muita chuva num curto período de tempo, o que causa muitos transtornos”, disse a prefeita.

De acordo com os pluviômetros instalados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) na cidade, entre a noite de quarta e a manhã desta quinta, foi registrada uma média de 62,23 mm de chuva.

No decorrer do dia, segundo a Defesa Civil Municipal, o acumulado foi superior a 100mm na área urbana. O ponto de medida que registrou maior precipitação foi o da Patagônia: 73,85 mm.

“Queremos pedir às pessoas que ao perceberem qualquer situação de risco, como rachadura na parede de casa, saiam imediatamente e acionem a Defesa Civil por meio do 199 ou pelo WhatsApp (77) 98856-5070. Estamos com todas as equipes trabalhando 24h para atender os cidadãos”, pediu a prefeita.

Por causa do volume de água além do esperado, além de estragos causados no asfalto e em sistemas de drenagem de avenidas, como a Yolando Fonseca e São Geraldo, e em bairros, como Conveima I e Vila América, foi registrado o alagamento de uma casa no Alto do Panorama.

Assim que acionada, ainda durante a madrugada, a Defesa Civil Municipal foi até o local e encaminhou os moradores para a casa de familiares.

MPF denuncia 11 pessoas por desvios de recursos da educação no sudoeste da Bahia

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, na segunda-feira (12), denúncia contra 11 pessoas, entre prefeito, agentes públicos e empresários, investigados por desvio de recursos públicos da educação na cidade de Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia.

O G1 tentou contato com a Prefeitura de Ribeirão do Largo e aguarda posicionamento do órgão sobre o caso. Segundo o MPF, o esquema foi inicialmente investigado na Operação Lateronis, iniciada em 2013, que apontou a ocorrência de fraudes a licitações, por meio da criação de empresas de fachada e direcionamento de contratos para empresas previamente escolhidas.

A denúncia oferecida pelo MPF abrange ilícitos ocorridos entre 2013 e 2015, além de crimes licitatórios de desvio de dinheiro público e lavagem de capitais cometidos entre os anos de 2010 e 2017.

A acusação elenca nove contratos com indícios de irregularidades, cuja soma dos valores ultrapassa R$ 2,4 milhões.

O MPF pediu a condenação dos investigados, na medida de suas participações, pelos crimes de fraude em licitação, contratação direta ilegal, desvio de verbas públicas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de R$ 2 milhões a título de reparação pelos danos causados.

O caso será analisado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que vai decidir se aceita a denúncia. O órgão ministerial solicitou, ainda, o levantamento do sigilo da peça.

Veja as armas apreendidas pela PF em operação contra bolsonaristas

Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas(Foto: Polícia Federal)
Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)
  • PF apreende ao menos 15 armas em operação contra organizadores de atos golpistas;

  • No arsenal, havia submetralhadora, fuzil, rifles com luneta e munição;
  • Operação foi realizada ontem (15).

A Polícia Federal (PF) apreendeu ao menos 15 armas de fogo na operação contra bolsonaristas suspeitos de organizar atos antidemocráticos. Entre o arsenal, há fuzil, submetralhadora, rifles com luneta, capazes de disparar a longas distâncias, e munição.

A operação foi realizada nesta quinta-feira (15), após autorização do ministro Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Agentes cumpriram mais de 100 mandados de busca e apreensão em sete estados e Distrito Federal.

Os armamentos foram localizados em Santa Catarina, onde são cumpridos 15 mandados. Em um só endereço, a PF encontrou 11 armas. Não havia ninguém na casa.

Em outro endereço, os agentes encontraram quatro armas regulares e uma sem registro. Nesse caso, uma pessoa foi presa em flagrante.

Os nomes dos responsáveis não foram divulgados, nem o volume total de armas apreendidas.

Veja as armas apreendidas pela PF

Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)
Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)
Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)
Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)
Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)
Armas apreendidas pela PF em operação contra organizadores de atos golpistas (Foto: Polícia Federal)

O que se sabe sobre a operação

  • O ministro Alexandre de Moraes autorizou a operação que mira apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de organizar atos golpistas que contestam o resultado das eleições;
  • Além dos mandados, Moraes autorizou o bloqueio de contas e a quebra do sigilo bancário dos envolvidos;
  • A PF fez operação no Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal;
  • No Espírito Santo, além dos mandados de busca e apreensão, foram cumpridos quatro mandados de prisão. Dentre os alvos estão dois deputados estaduais capixabas, segundo o portal UOL: Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL). Eles não foram detidos, mas precisaram colocar tornozeleira eletrônica;
  • De acordo com o portal Metrópoles, foram bloqueados 168 perfis em redes sociais de suspeitos de organizar e financiar as manifestações.

PF prende ‘Sarneyzinho do Maranhão’, que ameaçou Moraes: ‘Coloquei homens para executar’

Homem publica ameaças contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF

A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira, Antônio José Santos Saraiva por ameaçar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em vídeos publicados nas redes sociais, Saraiva, conhecido como “Sarneyzinho do Maranhão”, diz que colocou seus “homens à disposição para executar” o magistrado. A prisão aconteceu na cidade maranhense de Dom Pedro, a cerca de 324 km da capital São Luís. Apesar do apelido, no entanto, homem não tem parentesco com o ex-presidente José Sarney.

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A prisão aconteceu após pedido do Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi motivada por uma representação feita contra Saraiva e movida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nos vídeos, Saraiva chama Moraes de “bandido do PCC” e incita a violência contra o ministro.

— Será que neste país não tem homem para entrar lá e fuzilar esse vagabundo, esse bandido? Cadê os caminhoneiros desse país, que não faz nada? Que não para na ação, que não vai em cima desse bandido? Cadê as Forças Federais deste país, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, que não fazem nada? Será que só tem frouxo nesse país? Será que só tem covarde nesse país? — diz.

Em seguida, Saraiva, que se identifica como Sarneyzinho do Maranhão, diz que colocou “homens de olho” em Alexandre de Moraes.

— Eu quero mandar um recado aqui para o bandido do Alexandre de Moraes. Aqui quem vos fala é o Sarneyzinho do Maranhão. Cuidado, meu amigo, meus homens já estão de olho em ti, já está te rodeando em Brasília e São Paulo. A minha ordem é para te executar. Eu afirmo, eu Sarneyzinho do Maranhão, já coloquei meus homens à disposição para te executar — ameaça.

Candidato a deputado estadual pelo PSDB em 2018 e eleito como suplente, Saraiva foi expulso da sigla pelo diretório estadual no Maranhão, após publicar as ameaças contra o ministro do STF.