Brasil empobreceu durante governo Bolsonaro, dizem economistas

Economistas e especialistas apontam que o Brasil empobreceu durante governo Bolsonaro. Foto: REUTERS/Adriano Machado.

O PIB (Produto Interno Bruto) per capita fechou 2021 em US$ 7,5 mil, ou seja, cerca de US$ 5,7 mil a menos que o pico, registrado em 2011;

De acordo com o IBGE, o rendimento médio do brasileiro caiu de cerca de R$ 2,8 mil, no começo de 2019, para R$ 2,6 mil no trimestre de março a maio deste ano;

O programa Bolsa Família sofreu a pior queda da história em 2019, retrocedendo de 14 milhões para 13 milhões de famílias.

O PIB (Produto Interno Bruto) per capita, que indica a produção de riqueza dividida pelo número de habitantes, terminou 2021 em US$ 7,5 mil, o equivalente a quase R$ 41 mil na cotação atual. Ou seja, cerca de US$ 5,7 mil, por volta de R$ 31 mil, a menos que o pico, registrado em 2011.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), relacionados à renda média brasileira, houve um empobrecimento do começo de 2019 até o trimestre de março a maio deste ano, com o rendimento médio caindo de R$ 2,823 para R$ 2,613.

Ainda em 2019, o Bolsa Família enfrentou a pior queda de sua história, retrocedendo de 14 milhões de famílias beneficiárias para 13 milhões. Enquanto isso, a fila de espera já passou de 1,5 milhão.

A economista Débora Freire, professora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), afirma que a crise atual é resultado de um modelo de política econômica que “não prevê estímulos para a recuperação” e “deixa de lado a área social”.

Segundo a professora, crises econômicas acontecem e geram impactos danosos, mas alega que, ainda assim, “faz muita diferença a forma como se lidam com ela”.

Para o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), o empobrecimento do Brasil está associado à incapacidade governamental de ajustar as contas públicas.

Os pesquisadores Carlos Bastos e Julia Braga do Grupo de Economia do Setor Público da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão finalizando um estudo sobre os efeitos do teto de gastos desde sua criação até a aplicação do Orçamento.

“O teto foi muito bem-sucedido em segurar os aumentos, mas fica claro também que as despesas com menos apoio político ou interesse do comando da vez são mais sacrificadas”, alega Bastos. Ou seja, gastos sociais “foram espremidos”.

A economista Sandra Brandão, que possui dados sobre os gastos sociais desde quando atuava como chefe de gabinete de informações da ex-presidente Dilma Rousseff, aponta que a diminuição de recursos na rede de apoio aos benefícios assistenciais caiu à metade no governo Bolsonaro, recebendo apenas R$ 2 bilhões em 2021.

Outro indicador mostra mais uma faceta do empobrecimento do Brasil. Em um levantamento feito pela Nielsen Media Research, empresa global de informação, dados e medição, em 100 países, 64% dos brasileiros entrevistados alegaram que depois da pandemias passaram a viver com restrições orçamentárias. Enquanto isso, na amostra geral, 46% disseram que começaram a sofrer limitações financeiras.

*As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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