Anti-hipertensivos para todos os pacientes?
A hipertensão arterial tem sido a responsável por ceifar muitas vidas, principalmente de jovens, ou deixar pessoas sequeladas, inválidas, improdutivas e onerando suas famílias e a sociedade com os custos de suas necessidades especiais.
Trata-se de uma entidade clínica traiçoeira, que, a princípio não apresenta sintomas. Muitas pessoas acabam descobrindo que são portadoras de hipertensão arterial através de campanhas em praças públicas, nas empresas onde trabalham (durante a realização do exame periódico), ou de outras maneiras, quase sempre ocasionais.
Um relatório médico publicado recentemente pela Universidade de Oxford -EUA afirma que menos pessoas morreriam se os médicos lhes prescrevessem drogas anti-hipertensivas. Especialistas médicos analisaram os resultados provenientes de mais de 100.000 pacientes em duas décadas.
Até agora, os médicos começaram a prescrever medicamentos quando os pacientes apresentavam pressão arterial máxima acima de 140 mmHg. O estudo descobriu que a redução da pressão arterial em 10 mmHg reduz o risco de ataque cardíaco em 20%. Especialistas em pesquisa dizem que os médicos devem tentar manter a pressão arterial máxima de seus pacientes abaixo de 130 mmHg.
Os médicos da equipe de pesquisa dizem que os pacientes de risco – aqueles que fumam, têm níveis elevados de colesterol ou diabetes, seriam mais beneficiados se tomassem drogas anti-hipertensivas em uma idade precoce. Isso reduziria o risco de ataques cardíacos e derrames. Alguns até recomendam que as drogas sejam administradas a todos os adultos, independentemente dos seus níveis pressóricos regulares.
Os resultados dizem que o tratamento da hipertensão arterial a um nível mais baixo poderia salvar milhões de vidas. Hoje, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo sofre de pressão alta. 10 milhões deles morrem todos os anos. Prescrever drogas anti-hipertensivas para pacientes de alto risco custaria comparativamente pouco, mas, tratar a todos, sem distinção de riscos teria efeitos mais positivos, ainda que mais oneroso.
Especialistas em coração argumentam que existe uma maneira natural de combater a hipertensão arterial. As pessoas devem adotar uma dieta saudável e fazer muito exercício, claro, respeitando a possibilidade individual. Fumar e beber álcool, por outro lado, aumenta os níveis de pressão arterial. Eles afirmam também que há efeitos colaterais que devem ser considerados se a pressão sanguínea, no decorrer do tratamento, apresentar-se baixa demais.
Então, ao se prescrever anti-hipertensivos para pacientes assintomáticos, deve-se monitorar os níveis pressóricos de tal forma que o paciente não fique apresentando episódios de hipotensão arterial. Sem sombra de dúvida, estas medidas representarão um grande avanço no controle da hipertensão arterial.
Fonte: The New England Journal of Medicine
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