A FAMÍLIA É A CÉLULA MATER DA SOCIEDADE (Ruy Barbosa)
Reflexões:
“A família é a célula mater da sociedade”. Essa frase de Rui Barbosa é emblemática. Outras citações fazem comentários sobre a família: “A família é ainda a pedra fundamental da sociedade”; “Paz e harmonia – esta é a verdadeira riqueza de uma família” (Benjamin Franklin); “Considero a família e não o indivíduo como o verdadeiro elemento social” (Honoré de Balzac); “A pátria é a família amplificada”.
(Ruy Barbosa); entre outras, Friederich Nietzsche diz: “Ai daquele que não tem lar”.
As citações acima mostram a importância da família na vida do cidadão, constituindo-se numa instituição universal e milenar que dá segurança natural ao indivíduo que tem esse conceito de afinidades familiar.
Aristóteles dizia ser a família uma comunidade de todos os dias, “com a incumbência de atender as necessidades primárias e permanentes do lar” e Cícero criou a expressão, consagrada pelo tempo, segundo a qual a família é “princípio da cidade e origem ou semente do Estado”.
Em períodos de antanho, o ser humano tinha a necessidade biológica e a função reprodutiva da espécie, cabendo à mãe os cuidados com os filhos pela tendência maternal inata. Promíscuo, não distinguia o parentesco e se relacionava com o sexo oposto indiscriminadamente, pelo instinto sexual – uma vida animalesca. Não havia o conceito de família. Com a evolução de espécie houve significativa transformação.
Houve tempo em que o casamento era arranjado pelo pai da moça que escolhia o candidato conforme a sua conveniência, sem que houvesse o consentimento da casadoira. Uma situação inadmissível atualmente. Nessa época predominava a família patriarcal.
As funções de reproduzir e proteger a espécie foram indispensáveis à sobrevivência da humanidade. Nesse particular o papel do cristianismo foi importante ao identificar a família com o casamento e estabelecer a indissolubilidade deste. A multiplicação ou a expansão familiar tem por base o sacramento da igreja e consagrado pelos cristãos, com o dogma de que “o que Deus uniu o homem não separa”.
A formação de um novo casal é essencial para essa nova estrutura familiar que constitui o fundamento das relações sociais e humanas por laços afetivos necessários e o respeito à cultura e os valores ideológicos de cada um. Esse procedimento proporciona a seus membros proteção, companhia, segurança e sociabilização. A família Forja-se, evidentemente, com a participação dos ascendentes e os descendentes.
Entretanto, a família moderna tem variado no que diz respeito a sua forma mais tradicional, bem como nas suas funções, composição, ciclo de vida e nos papéis de pais. Uma das responsabilidades dos pais, além da procriação dos filhos, é a de defendê-los, educá-los e encaminhá-los para uma vida de objetivos positivos a serem alcançados dentro do seu padrão de vida, sempre apoiada no exercício do diálogo. Cabe aos progenitores trabalhar os valores morais e disciplinares a fim de garantir adultos bem educados, equilibrados e saudáveis proporcionando-lhe educação de berço. Esses elementos são valores da ética familiar que deve ser observado.
A mulher se modernizou e obteve muitas conquistas econômicas, políticas, sociais e trabalhistas, dentre elas a independência que começa com o direito de escolher, por alvedrio, uma decisão que só a ela diz respeito, com quem se relacionar. Se o relacionamento, por motivos pessoais e ou de comportamento, não dá certo, a lei lhe dá o direito ao desquite e ao divórcio, permitindo-lhe a oportunidade de uma nova união legal. (A lei que proporcionou o divórcio foi um dos objetivos do baiano e político Nelson Carneiro) que contou com a aquiescência e apoio dos interessados.
As mulheres são fortes e determinadas. Abrigam uma árdua tarefa: são profissionais, cuidam da casa, da educação e encaminhamento dos filhos, das questões sociais, concorrem para a construção do patrimônio familiar, enfim, cuidam dos maridos, observando as suas idiossincrasias. Porém, não se submetem à dominação e ao orgulho embutido no ciúme do macho. São independentes e detêm o poder de liberdade social, por essa condição são consideradas autoritárias, dominadoras, causando ciúme aos maridos.
Ao se separarem, apenas um dos cônjuges detém a guarda dos filhos e aí pode ocorrer o desamor pelo distanciamento das afinidades que teriam em comum. São pais solteiros (pela separação), o que implica consequentes brigas pela guarda das crianças, sobrevindo birras de ambas as partes, que não levam em conta o bem-estar dos menores. A mãe ou o pai, por arrogância e capricho, assume o duplo papel de mãe e ou pai, não permitindo que a outra parte se relacione com os filhos.
Os descasados e com filhos, casam-se novamente e a convivência dos filhos parece ser natural. Essa colcha de retalhos familiar costuma dar muita dor de cabeça, daí ser necessária muita compreensão e tolerância de ambas as partes para administrar o problema, porém o amor supera todas as dificuldades.
Entregam aos avós a responsabilidade de cuidá-los. Estes, muitas vezes, por excesso de carinho, são muito permissivos. Todos esses fatores podem desencadear complicação no desenvolvimento educacional e emocional e social das crianças. Entretanto, os avós têm uma participação fundamental na vida desses netos por dedicar-lhes o amor e a segurança que não encontraram nos pais. Outros são enviados para creches, ficam aos cuidados de babás ou de parentes remunerados. Dessa forma a educação é transferida para terceiros e quando maiores a função educativa passa a ser exercida pela escola, cujo papel não lhe cabe, mas assume por solidariedade.
Ultimamente o relacionamento entre pais e filhos da elite social tem mudado muito. A justiça tem contribuído para que isso ocorra. Orientam o casal para um procedimento respeitoso e conveniente com relação à guarda dos filhos. A figura paterna é importante. O pai transfere para os filhos o papel masculino da dominação e do respeito. A figura paterna serve de exemplo para os filhos. Os pais devem esclarecer aos filhos a decisão da família e propor a aceitação com compartilhamento das responsabilidades.
Por dificuldades diversas os genitores pobres sentem-se impedidos de habilitar os filhos com a educação necessária par o enfrentamento da vida e também por omissão do Estado que não oficializa os valores que dignificam o ser humano.
Os jovens, que estão abandonados, encaminham-se para a prostituição e o submundo do crime, das drogas, uma delinquência assustadora. Mazela social que se espalha de forma espantosa pelo país afora, corrompendo a juventude, cuja derrocada está consumada pela ausência ou negligência dos pais e de políticas públicas que objetivem a inclusão social. Esse quadro evidencia, igualmente, a indiferença da sociedade que não se mobiliza para reverter tal situação.
A entidade familiar é um fenômeno milenar que envolve os impulsos da alma humana, a empatia e simpatia, as emoções e particularidades de cada um, portanto o casal deve cultivar esses valores, para uma convivência saudável com tolerância e harmonia. Nesse contexto há de se considerar a família que gera conflitos de comportamento e de intolerância por não se entenderem. Ocorrem desavenças fazendo com que outros membros sejam afetados por tais ações deturpadas.
“A família é o templo sagrado onde cada ser humano aprende no amor a seus pais e irmãos, a amar a Deus e a seus semelhantes e é, ao mesmo tempo, a oficina insubstituível onde se forjam as bases da unidade humana. A espécie humana só poderá subsistir e manter sua elevação hierárquica enquanto existir a família, que é o meio vital e a força moral que sustém e ampara os homens, distinguindo-os de todas as demais espécies que povoam o mundo.” (Do acervo da Pedagogia Logosófica).
A liberdade alcançada pela mulher, com o surgimento do divorcio, da pílula anticoncepcional, entre outros meios de libertação pessoal, o controle da natalidade, tem se constituído, por muitos, numa visão humana de procedimentos que afetam, corrompe e desmoraliza a sua dignidade por envolver interesses sociais, físicos e moral.
A realidade social do relacionamento começa com Adão e Eva.
Viva a família! Viva a moral! Viva o respeito! Viva a maternidade! Viva a mulher séria e honesta!
Antonio Novais Torres
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