‘É preciso fechar o Brasil para o país não colapsar’, diz neurocientista

Neurocientista e professor, Miguel Nicolelis Foto: Reprodução/TV Globo

A cada dia mais um triste recorde no número de mortes por Covid-19 no Brasil. Na última quarta, 10/3, foram 2349 mortos. E os prognósticos não são nada bons. Neurocientista e professor, Miguel Nicolelis, baseado em estudos e modelos matemáticos, previu que se nada for feito chegaremos aos 3 mil mortos dia ainda em março.

Entrevistado no Encontro, o especialista fez uma análise da situação descontrolada e foi incisivo em dizer que só um lockdown eficiente é capaz de reduzir os números. “É preciso fechar o Brasil para o Brasil não colapsar”, disse ao G1. Segundo Nicolelis, faltou decisão política, visão estratégica e ter os cidadãos como prioridade.

E nesse momento em que pessoas jovens, que se expuseram mais, estão sendo boa parte das vítimas, o neurocientista compara a situação com uma guerra. “Estamos falando de uma guerra de extermínio. Aumentar o número de leitos já não adianta.

A única saída é decretar um lockdown nacional pelas próximas três semanas. Isso é apoiado pela comunidade internacional científica. A velocidade de crescimento do vírus é exponencialmente mais veloz que a capacidade de criar, equipar e por gente no leito de UTI.

Não tem como combater isso criando mais vagas nos hospitais. É preciso decretar lockdown de pelo menos 21 dias e pagar um auxílio financeiro para que as pessoas fiquem em casa”, diz ele, que aplaude o lockdown praticado em Araraquara (SP). “Araraquara é um exemplo claro de que a medida do fechamento funciona, é uma luz no fim do túnel.

Precisamos de gestores que tenham coragem e determinação”. Além do lockdown imediato, Nicolelis aponta outras medidas para achatar a curva: “Criar uma comissão de salvação nacional reunindo a sociedade civil, STF, Congresso, cientistas, governadores e prefeitos para manejar a pandemia da forma adequada, e aumentar em 10 vezes a vacinação, alcançando, pelo menos, 2 milhões de pessoas por dia para que em 90 a 120 dias saiamos da fase mais crítica”.

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