Natal e a História do Presépio
É Natal, tudo diferencia e muda seus hábitos na sociedade Cristã, são as famílias se preparando, montando seus presépios, botando em suas casas algum enfeite alusivo ao Natal, rezando as Novenas Natalinas nas residencias daqueles que se encontram com dificuldades de se locomover até a Igreja. As ruas e praças das cidades são enfeitadas a caráter. O comercio também se destinam seus produtos para essa finalidade cristã. Tudo isso e mais um pouco em preparação para a grande festa do nascimento do Menino Jesus no dia 25 de dezembro.
História do presépio
História do presépio
Quando começa o mês de Dezembro, muitas igrejas e lares cristãos decoram os seus interiores com representações do nascimento de Jesus Cristo. Mas como começou este costume? Quem montou o primeiro presépio? Quais as figuras que aparecem representadas?
História do presépio
Devoção de Natal. – Não sorrio quando te vejo fazer as montanhas de musgo do Presépio e dispor as ingênuas figuras de barro em volta da gruta. – Nunca me pareceste mais homem do que agora, que pareces uma criança. (Caminho, 557)
Quando começa o mês de Dezembro, muitas igrejas e lares cristãos decoram os seus interiores com representações do nascimento de Jesus Cristo. Também os estabelecimentos comerciais e empresas seguem esta tradição que foi se introduzindo, com o passar do tempo, na cultura de cada país. Quer a cena de São José, Maria e o Menino, ou a representação de várias cenas bíblicas relativas ao nascimento de Jesus, ajudam a nos colocar na vida de Jesus Cristo, como dizia São Josemaria: “Para aprender dEle, é necessário conhecer a sua vida: ler o Santo Evangelho, meditar no sentido divino do caminhar terreno de Jesus”. (É Cristo que passa, 14)
Nas origens do Cristianismo encontram-se vestígios da representação da Virgem Maria com o Menino. É o caso das pinturas marianas das catacumbas de Priscila, em Roma: uma delas mostra Nossa Senhora com auréola e o Menino ao colo, e um profeta (talvez Isaías) ao seu lado. Por isso, uma das interpretações que se dá a esta pintura, ao longo da história, são as palavras do profeta Isaías em que se pode vislumbrar um anúncio messiânico: “Ouçam agora, descendentes de Davi! Não basta abusarem da paciência dos homens? Também vão abusar da paciência do meu Deus? Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel”. (Is 7, 13-14)
Greccio e o primeiro presépio
Noite de Natal de 1223. Greccio, Itália. São Francisco de Assis celebra, em uma gruta próxima da capela desta aldeia, a cena do nascimento de Cristo, mas não representada com as figurinhas e miniaturas dos objetos de todos os dias, nem com pessoas, se bem que na ocasião São Francisco utilizasse animais.
Celebrou-se a Missa da Noite acompanhada de uma representação simbólica da cena do nascimento, mediante uma manjedoura sem menino, com o boi e o burro, baseando-se na tradição cristã e nos evangelhos apócrifos, bem como na leitura de Isaías: “O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada sabe, o meu povo nada compreende” (Is. 1, 3). Estes animais já aparecem no presépio do século IV, descoberto nas catacumbas da Basílica de São Sebastião de Roma, no ano 1877.
Depois da Missa, São Francisco entoou o Evangelho e fez um sermão sobre o nascimento de Jesus em circunstâncias tão humildes como as que viviam naquele momento: uma fria noite de inverno, no interior de uma gruta, resguardado, no lugar onde comiam os animais que, próximos do Menino, o aqueciam com o seu bafo. Depois desta primeira ocasião, que mais que um presépio pode ser considerado como um drama litúrgico, foi-se popularizando a instalação de presépios durante o Natal com figuras de terracota, cera ou madeira.
Difusão pela Europa e América
A partir do século XIV, a montagem de presépios pelo Natal tornou-se tradição na Itália e foi passando para o resto da Europa, a princípio como prática eclesiástica, difundindo-se depois por todo o povo. Em concreto, os franciscanos encarregaram-se de divulgar a tradição, levando-a no século XIV para Espanha e durante o século XV para a italiana Nápoles, onde se elabora o primeiro presépio de barro.
Em meados do século XVIII o rei Carlos VII, de Nápoles, passou a ser rei da Espanha e promoveu a difusão dos presépios em todo esse pais e, depois, na América.
Os antigos presépios napolitanos e espanhóis dessa época caracterizam-se por serem cheios de simbologia, segundo o tamanho das figuras e passagens bíblicas, conforme a sua importância. O objetivo era o de transmitir a mensagem da redenção através da representação do nascimento de Jesus.
O presépio português adquiriu características próprias, nacionais, sendo tradicionalmente feito em barro, retratando com fidelidade as personagens e os costumes populares. De Portugal, o presépio chegou ao Brasil colonial, como elemento da catequese.
Figuras e personagens
Toda a humanidade, de certo modo, está representada no presépio: “Nosso Senhor dirige-se a todos os homens, para que caminhem ao seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso, tinha enviado aos pastores de Belém, não já uma estrela, mas um de seus anjos. No entanto, quer uns quer outros – sejam pobres ou ricos, sábios ou menos sábios – devem fomentar na sua alma uma disposição humilde que permita escutar a voz de Deus.” (Cristo que passa, 33)
As figuras imprescindíveis no presépio são: José, Maria e o Menino Jesus. O burro e o boi. O anjo (e os pastores que adoram o Menino) recorda que um destes seres celestiais anunciou aos pastores a chegada do Messias (Lc, 2, 8-15).
A presença dos Reis Magos tem tido várias interpretações na história para simbolizar diferentes significados, por vezes a Trindade, em outras ocasiões o mundo conhecido (daí que um fosse branco, outro moreno e outro de pele escura), ou as três idades do homem (juventude, maturidade e velhice). De qualquer modo, a presença destas três personagens apoia-se na passagem evangélica que São Mateus relata (Mt 2, 1-12).
Fotos: Oclides/JFC
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