Brumado: Pais e alunos se revoltam contra o programa de tempo integral na Escola Idalina Azevedo

 

escolaFoto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Após inúmeras reclamações de pais e alunos, a direção da Escola Idalina Azevedo, no Bairro Malhada Branca, em Brumado, foi obrigada a liberar os estudantes mais cedo, ao meio dia desta quinta-feira (17). Um protesto aconteceu na porta da escola, onde pais e alunos disseram que não aceitam mais o programa de ensino integral na unidade.

Os manifestantes relataram ao site Achei Sudoeste que, desde o início do ano, apresentaram as reclamações de falta de estrutura na unidade de ensino para a manutenção do tempo integral, mas nada foi feito para as devidas adequações. Eles deram o benefício da dúvida ao prefeito Eduardo Lima Vasconcelos e à secretaria municipal de educação, que prometeram estruturar a escola durante o ano letivo.

Nossa reportagem registrou que os banheiros são pequenos para a proposta do programa e estão sem chuveiros. Assim, os alunos não estão tomando o banho da tarde para regressarem para casa, conforme determina o projeto.

Outro agravante são as portas quebradas. Para usar os sanitários, um aluno vigia a entrada para que o colega possa fazer suas necessidades fisiológicas. Com os bebedouros quebrados, os alunos estão bebendo água das torneiras, até mesmo nas torneiras dos banheiros. Há muita insatisfação também com a quantidade da merenda servida.escola 1Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Os alunos relataram a nossa reportagem que a comida é regrada e há ocasiões em que falta comida para todos os alunos. “Não é a qualidade, a comida é até boa, mas estamos reclamando da quantidade. É pouco o que vem para suprir a demanda da escola e, mesmo quem consegue pegar a merenda, fica com muita fome até o próximo horário de merendar.

Tem dias que é servida apenas uma fruta ou um pão com suco no café da manhã”, reclamou uma estudante. “Falaram uma coisa e está sendo outra, meu filho tem bom apetite e está levando merenda porque a servida na escola é pouca.

Várias vezes ele já chegou em casa reclamando de fome. Não posso ver isso e aceitar calada, se a prefeitura não der o suporte adequado para a escola, nós não vamos aceitar que nosso filhos fiquem presos aí passando privações e necessidades”, disse a mãe Silene da Silva. “Minha filha tem que trazer água de casa pra não ter que beber essa água duvidosa daqui. Semana passada ela adoeceu, então não vou esperar a coisa piorar.

De tempo integral nessas condições ela não fica mais na escola”, reforçou a dona de casa Elaine Cristina. “Enquanto Eduardo tá comendo caviar na casa dele, meu filho vai ficar na escola comendo concreto? De forma alguma, somos pobres, mas em casa tem feijão para alimentar meus filhos. Ele volta amanhã pra escola, mas não fica mais em tempo integral”, afirmou a doméstica Cida de Souza Lobo.escola 2Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

Nossa reportagem ouviu também a diretora Vera Tânia de Oliveira Carvalho, que reconheceu as carências na estrutura da unidade e disse que precisam ser feitas melhorias e adequações nas instalações para suprir as propostas do projeto de ensino em tempo integral. “Não posso responder pela reestruturação que precisa ser feita no prédio.

A escola tem uma boa estrutura física que pode comportar o programa de tempo integral, no entanto precisa de melhorias. Não podemos maquiar e dizer que está tudo joia quando não está e a secretaria de educação está a par das nossas carências, a coisa não está fluindo.

A prefeitura e a secretaria já se posicionaram em buscar medidas para resolver essas pendências”, declarou a diretora, que se reunirá com uma comissão de pais e alunos e a secretária municipal de educação, Acácia Gondim, a fim de se chegar a um entendimento quanto a uma possível pausa no programa na Escola Idalina Azevedo até que sejam feitas as adequações necessárias.

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