EDUCAÇÃO CONCEPÇÃO PLENA DE CIDADANIA
A declaração do Conselho de Centro do Centro de Educação da PUC-SP, em 21 de março de 1900, ao jornal folha de São Paulo, a meu ver e crítica, continua atual. ‘A baixa qualidade do ensino público em nosso país é conhecida por todos e suas nefastas consequências têm sido constantemente denunciadas. Umas das preocupações atuais dos educadores compromissados com a transformação desta situação é o desenvolvimento da consciência crítica dos profissionais que usam na área educacional” […].
É importante destacar que os professores têm esse compromisso educacional, porém, não contam com o devido apoio dos governos, quer no oferecimento de cursos de atualização, quer condições dignas de trabalho – escolas bem cuidadas e bem equipadas, e o mais importante salários justos, menos imorais, necessários, para que o profissional possa exercer a profissão dignamente.
Há de se ressaltar que muitos profissionais da área educacional estão migrando para outras atividades que lhes ofereçam melhores salários e segurança, haja vista, que eles têm sofrido dentro da escola, nas salas de aulas, agressões de alunos, uns envolvidos com o uso de drogas e outros por falta de uma educação familiar de respeito e consideração aos mestres, que em tempos de antanho, eram considerados como “pais” dos alunos.
A situação lastimável do ensino público é visível, professores dão aulas sem o menor estímulo e os alunos não têm compromissos com o aprendizado, enganam a todo mundo, são os chamados cabeças de vento, vão para escola namorar, ocupar o tempo com coisas de somenos importância, quando não excedem no tratamento inadequado intimidando os professores quando quando repreendidos por atos abusivos.
Tempos idos, revoltada, uma professora, professora antiga, confessou-me que por medo das agressões, de estudantes alcoolizados ou drogados, que as notas eram dadas conforme o desejo do educando, ela encolhia os ombros, ou seja, mostrava indiferença pelas atitudes de desinteresse desses alunos que saiam da escola diplomados e ignorantes. Não se sentia culpada, “quem quer aprende, que não quer, ignorante fica”.
Embora o que foi dito acima seja verdade, não se justifica esse procedimento. Há escolas que utilizam maior rigor com relação aos alunos, tem diferencial. Diretores, professores, são compromissados com o aprendizado e com a educação de qualidade, dá de si, o que melhor podem desenvolver em salas de aulas, não só com a competência da matéria que ensina como a imposição disciplinar, moral e ética.
São críticos e emitem o seu pensamento, a sua opinião pessoal, têm liberdade para discutir política, procedimentos de ética e compromissos sociais. Que cada aluno faça a sua reflexão, para opinar se concorda ou não com o entendimento do professor, a isso se chama democracia opcional.
PAULO FREIRE REGISTROU OS SEGUINTES PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO:
1º – O educador é o sujeito da sua prática, cumpre ele criá-la e recriá-la através d reflexão sobre o cotidiano; 2º – a formação do educador deve ser permanente e sistematizada, porque a prática se faz e refaz; 3º – a prática pedagógica requer a compreensão da própria gênese do conhecimento, ou ejá, de como se dá o processo de conhecer; 4º – o programa de formação dos educadores é condição para o processo de orientação curricular da Escola.
Para que o programa de formação de educadores tenha êxitos é preciso que tenham os seguintes compromissos:
1º – A fisionomia da escola que se quer, enquanto horizonte da proposta pedagógica; 2º – a necessidade de suprir elementos de formação básica aos educadores nas diferentes áreas do conhecimento humano; 3º – a apropriação, pelos educadores, dos avanços científicos do conhecimento humano que possam contribuir para a qualidade da escola que se quer. Este é ou era o pensamento de Paulo Freire.
Paulo Freire era um grande admirador da pedagogia do educador baiano de Caetité, Anísio Spínola Teixeira (1900-1971), missionário e mártir da educação democrática no Brasil, de quem se considerava discípulo e com o qual concordava na denúncia do excessivo centralismo, ligado ao autoritarismo e ao elitismo da educação brasileira.
Hermes Lima assim opinou sobre Anísio Teixeira “A posição de Anísio Teixeira no sentido de tornar a educação uma experiência cultural acessível a todos, assinala efetivamente a índole fundamentalmente democrática de seus trabalhos e reformas. Na verdade, ele não pensa apenas que deve ser assim. Ele procede efetivamente para que assim seja. Onde ele vive mais ativamente seu pensamento é justo quando trabalha. Não formula pensamentos e ideias para parecer inteligente, ou erudito. Pensa para realizar uma obra”.
Anísio, foi o idealizador e criador da Escola-Parque de Salvador, inaugurada em 1950, como parte integrante do Centro de Educação Carneiro Ribeiro, uma inovação educacional, uma escola de tempo integral e que serviu de modelo a tantas outras. Anísio, foi realmente, o baluarte da educação brasileira, a ele os professores devem a sua orientação abalizada de mestre superior – Pensador, filósofo e educador.
Ao comentar sobre educação não poderia deixar de mencionar Anísio Teixeira, cujo trabalho em prol da modernização democrática do ensino público da Bahia e do Brasil, porquanto, dedicou toda a sua vida a esse trabalho que honra e dignifica a sua terra.
Pois bem, amigos, se quisermos uma escola pública com professores capacitados e de qualidade técnica para o ensino, bem como a parte física e estrutura operacional adequado, é preciso exigir dos administradores públicos, moires compromissos com a educação, porque sem ela não há salvação, seguir os exemplos e orientações de Anísio Spínola Teixeira e Paulo Freire. Eis o busílis da questão.
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