BRASÍLIA (Reuters) – A bancada de deputados do PT irá apoiar a reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira o líder da bancada, Reginaldo Lopes (PT-MG), sinalizando o movimento do próximo governo para a construção de uma base de sustentação na Casa.
Aliado de outrora do presidente Jair Bolsonaro, Lira construiu uma forte candidatura a um novo mandato no comando da Câmara e recebeu o apoio dos partidos de esquerda PT e PSB.
“Nós decidimos pelo apoio à reeleição do presidente Arthur Lira, compreendendo que nós temos uma agenda de país, uma agenda de construção do Brasil”, disse Lopes a jornalistas, lembrando que Lira foi a primeira das autoridades a se pronunciar publicamente reconhecendo o resultado das urnas no segundo turno da eleição presidencial.
“Entendemos que é fundamental essa estabilidade institucional”, acrescentou.
O líder acrescentou que iniciará ainda nesta terça as conversas com os demais partidos que integram a equipe de transição –seriam pelo menos 15– para a construção de um bloco aliado do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Compreendemos que é possível construir um bloco de governo que possa dar ao país, dar ao presidente Lula, estabilidade, governabilidade, uma base sólida, para implementar aquilo que foi contratado pelo povo brasileiro nas urnas no dia 30 de outubro”, avaliou o líder petista.
O PT já viveu, no passado, experiências desastrosas envolvendo a presidência da Câmara. Em 2015, a tentativa fracassada do PT de derrotar Eduardo Cunha (MDB-RJ, à época) na eleição para a presidência da Câmara gerou um mal-estar ,
Foi a ruptura de aliança política entre os petistas e o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ, à época), que resultou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Na ocasião, Cunha figurava como a principal liderança do centrão. Hoje, é Lira quem ocupa o posto, poderio alcançado, em parte, apontam adversários do deputado, pelo fluxo de recursos abastecido pelo chamado Orçamento Secreto.
O aceno a Lira, aliás, pode ajudar o PT e o governo eleito na articulação da PEC da Transição quando ela chegar à Câmara. A Proposta de Emenda à Constituição viabiliza o pagamento do Bolsa Família de 600 reais em 2023, entre outros pontos, a partir da excepcionalização do teto de gastos.
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