Dia: 30 de dezembro de 2022

Brumado ultrapassa 70 mil habitantes, mostra prévia do Censo 2022

Vista aérea de Brumado – Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste

De acordo com a prévia, Brumado já ultrapassou 70 mil habitantes, contando até o momento com uma população de 70268. Essa é a prévia da população calculada com base nos resultados do Censo Demográfico 2022 até 25 de dezembro de 2022.

A divulgação tem como objetivo cumprir a lei que determina ao Instituto fornecer, anualmente, o cálculo da população de cada um dos 5.570 municípios do país para o Tribunal de Contas da União (TCU) para fins de cálculo de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), feita de acordo com o número de habitantes.

Seguindo um modelo estatístico, o IBGE entrega um resultado prévio do ano de 2022 a partir dos 83,9% da população recenseada. “Este modelo adotado foi bastante estudado e aprovado pela Comissão Consultiva do Censo 2022, que olhou detalhadamente o processo desenvolvido para fornecer ao TCU e à sociedade os melhores dados técnicos e reais possíveis”, afirma o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.

Mãe e filha são encontradas degoladas dentro de residência em Casa Nova

Uma mulher e a filha foram encontradas degoladas em cima de uma cama, na cidade de Casa Nova, no norte da Bahia. Segundo a Polícia Civil, o ex-companheiro da vítima, pai da menina, é o suspeito de cometer o crime.

De acordo com o G1, a polícia informou que o caso aconteceu na tarde de quarta-feira (28), no bairro Vila Isabel. O suspeito é procurado por policiais militares.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher foi identificada como Edileuza Carvalho Rodrigues, de 24 anos. Já a menina, que se chamava Lívia Thauane, tinha 7 anos.

A polícia foi acionada por vizinhos das vítimas, que acharam estranho a falta de movimentação na casa em que Edileuza morava.

Os corpos de mãe e filha foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Juazeiro. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Idosa de 62 anos é encontrada morta na zona rural de Tanhaçu

Uma idosa de 62 anos, identificada como Dolores de Jesus Silva, foi encontrada morta nesta quarta-feira (28), no povoado de Lagoa do Boi, no distrito de Sussuarana, zona rural da cidade de Tanhaçu.

Segundo apurou o site Achei Sudoeste, a família encontrou a mulher caída em sua propriedade rural. Ela chegou a ser socorrida por um amigo, que levou a mulher até a sede do distrito de Sussuarana.

No local, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) detectou o óbito de Dolores. A 34ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi acionada e isolou a propriedade da vítima até a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O corpo de Silva foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em Brumado para ser necropsiado. De acordo com a polícia, a idosa teria ingerido produto agrícola altamente venenoso. Segundo a família ela sofria com quadro depressivo. O sepultamento ocorreu na quinta-feira (29).

Com Tebet e Marina, Lula anuncia novos ministros; veja lista

A senadora Simone Tebet e a deputada eleita Marina Silva ficaram com Planejamento e Meio Ambiente, respectivamente; oficialização dos futuros chefes de ministérios aconteceu no CCBB, em Brasília

Lula (Foto: Reprodução)
Lula (Foto: Reprodução)

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta quinta-feira (29) os nomes que faltavam para compor os ministérios do seu futuro governo, que começará a partir de 1º de janeiro de 2023. A oficialização dos futuros chefes de pastas aconteceu no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília.

A equipe de transição do petista já havia anunciado que seriam 37 ministérios —atualmente, no governo de Jair Bolsonaro (PL), existem 23. Veja os nomes anunciados hoje:

Ao anunciar Simone Tebet, o petista reconheceu a importância da senadora em sua campanha durante o segundo turno da disputa presidencial.

“Companheira que teve um papel extremamente importante na campanha. Ela foi adversária nossa no primeiro turno e foi uma aliada extraordinária no segundo”, declarou.

Lula já tinha anunciado outros 21 nomes. Veja a lista:

Mais cedo, no Twitter, o presidente eleito afirmou que o novo governo terá muito trabalho e precisará “ter muita competência para reconstruir o país” nos próximos anos.

Líderes do governo

Além dos ministros, Lula anunciou os líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso: José Guimarães (PT-CE) e Jaques Wagner (PT-BA), Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente.

“Jaques e Gleisi [Hoffmann] são duas pessoas com quem tive a liberdade de dizer: vocês não serão ministros. O Wagner porque precisava dele no Senado, e a Gleisi porque o partido precisa dela”, falou.

Maior número de mulheres

Serão 11 ministras no governo Lula, superando o maior número de mulheres em ministérios que o país já teve. A gestão de Dilma Rousseff (PT), segundo o portal g1, chegou a ter dez mulheres simultaneamente nos cargos.

“Eu estou feliz porque nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras. Nunca antes. E estou feliz porque nunca antes na história do Brasil, tivemos uma indígena ministra dos Povos Indígenas”, ressaltou Lula.

Sem anunciar nomes, o petista garantiu que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal serão presididos por mulheres.

Pelé não deu apenas gols e títulos ao Brasil. Deu um lugar no centro do mundo

Soccer Football - FIFA World Cup Qatar 2022 - Round of 16 - Brazil v South Korea - Stadium 974, Doha, Qatar - December 5, 2022 Fans inside the stadium hold up a banner of former Brazil player Pele with the message get well soon REUTERS/Paul Childs TPX IMAGES OF THE DAY
Homenagem a Pelé durante jogo do Brasil contra a Coréia do Sul na Copa do Qatar. Foto: Paul Childs/Reuters
Sabia muito pouco ou quase nada sobre futebol quando o Brasil foi eliminado da Copa da Itália em 1990, gol de Caniggia, jogadaça de Maradona.

Mas, aos sete anos de idade, já tinha dimensão do que significava o Pelé para o futebol. A ponto de protestar, durante dias após a derrota para a Argentina, pelo fato de o maior atleta de todos os tempos não ter sido convocado para salvar a seleção de seu destino: a desclassificação precoce nas oitavas-de-final.

Os adultos me explicavam que Pelé já tinha quase 50 anos, celebrados meses depois em um amistoso em que vestiu mais uma vez a camisa da equipe canarinho.

A imagem, na TV, de Pelé em campo alimentou minha obsessão por anos. Perdemos em 90. E em 86. E 82. E 78. E 74. Poderíamos ter ganhado todas aquelas Copas com uma fórmula simples, eu imaginava: bastava botar o Pelé em campo.

Meus amigos da rua e eu não tínhamos ideia ainda do que era linha de impedimento, falta para cartão, esquema tático. A gente não sabia sequer a diferença de um meia e um atacante. De um 9 de um 7. De um ponta e um lateral. Tudo isso era um universo ainda acessado, com códigos próprios que levaríamos um tempo para assimilar.

Que o Pelé era o maior de todos a gente sabia.

Definir o momento exato em que aprendemos isso, assim como assimilamos o ato involuntário de respirar, era um mistério.

Pelé estava reinava por essas terras muito antes de a gente nascer. Estava em todos os lugares, como o Cristo Redentor aos olhos de um visitante: no boneco de plástico que meu avô guardava em cima da estante na sala desde a Copa de 70. Nas figurinhas do meu pai e dos meus tios. Nos pôsteres. Nas capas de revistas. Nas reportagens da TV.

Pelé simplesmente existia e era onipresente, sem que nos fosse apresentado formalmente. Ele simplesmente estava lá, como estavam as estrelas acima de nossas cabeças, o sol, o vento, o mar, a areia.

Um brasileiro, quando nasce, aprende a respirar na marra, chorando. E aprende na sequência que Pelé foi o maior de todos e quanto a isso não existe questionamento. Maior no esporte? Não, maior em tudo.

Aos poucos as testemunhas que um dia viram Pelé em campo foram saindo de cena. Em qualquer roda de adultos havia sempre alguém disposto a contar os feitos do Atleta do Século em alguma partida no estádio de nossa cidade, a Fonte Luminosa.

Dele soubemos sem ver, embora vimos muito, graças ao trabalho incansável, de ourives, de cineastas como Aníbal Massaini Neto.

Sabíamos do dia em que ele chapelou metade do time do Juventus, na rua Javari. Nós reconstituíamos as cenas em nossas cabeças muito antes de o gol ser reproduzido pelo computador.

Sabíamos do tri, dos passes, dos mais de mil gols e dos quase gols no México, em 70.

Pelé era a imagem de um país possível, que falava orgulhoso lá fora e em qualquer lugar. Viemos do país de Sua Majestade.

Quantas e quantas vezes um brasileiro não viu as portas se abriram por andar longe de casa, nessas ilhas cheias de distância, com uma camisa amarela de seu país? Essas portas abertas são apenas algumas das muitas dívidas que jamais pudemos pagar em vida a Pelé.

Como definiu o rapper Emicida, o artista que hoje talvez expresse melhor os conflitos do Brasil contemporâneo, a memória sobre os feitos de Pelé era tão poderosa que parecia que ele ainda estava em campo. Por isso muitos de nós –ele, inclusive – nos revoltávamos quando o técnico, qualquer técnico, não o escalava, mesmo muito tempo depois de ele se aposentar para o futebol.

Em uma fala iluminada, feita alguns anos atrás, Emicida lembrou que Pelé ousou ser rei no país mais racista do mundo. Um país destruidor de super-heróis. Um país onde o sucesso é ofensa pessoal – e um crime hediondo quando se trata de alguém com pele escura.

Em torno de Pelé, a ofensa muitas vezes o levou a ser acusado de se omitir no campo das questões sociais – postura que rendeu a ele um mito que ele não mereceu, o de homem alienado.

Essa imagem, recordou Emicida, foi construída por homens brancos da imprensa esportiva e suprime diversos momentos em que Pelé se posicionou, sim. Como quando disse que nunca tirou a pele para jogar. Ou quando afirmou que se política virou sinônimo de corrupção no país, essa culpa não era do negro. (Mais recentemente, uma foto de Pelé vestindo a camisa das Diretas Já voltou a circular pelas redes sociais).

“Pelé deveria ser mais celebrado como essa figura que parou uma guerra. Ele fez uma geração que veio antes da nossa sonhar com algum reconhecimento”, disse Emicida.

A fala resume o tamanho da perda de Pelé.

Ninguém fez mais pelo Brasil do que ele. Nelson Rodrigues, um dos primeiros cronistas a reconhecer sua majestade ainda no nascedouro, lembra dos tempos em que os brasileiros tremiam, em campo e fora dele, diante da presença dos europeus, então o centro do mundo. Andávamos com a cabeça baixa, com o olhar desviante dos vira-latas.

Pelé destronou a todos, um a um, e deu a um país inteiro a possibilidade de andar com o peito estufado.

Haverá um dia em que não haverá testemunhas de seus feitos para ligar os pontos dessa história.

Esses herdeiros agora somos nós, que já ouvimos de nossos filhos se o Rei do Futebol era mesmo tudo isso.

É uma responsabilidade e tanto para quem recebeu a missão da continuidade pela tradição oral, aqui e ali ajudada pelos registros de um naco do que Pelé produziu em campo quando não estávamos por aqui.

Parte dessa missão diz respeito ao respeito à memória de um herói tantas vezes simplificado, preso a um não merecido rótulo de alienação.

Os antigos nos fizeram entender que com Pelé entre nós nenhuma derrota sairia barata – já que vencer todas não poderíamos, embora ele tenha nos acostumado tanto a vencer.

Alguém voou tão longe antes dele em algum outro campo que não o futebol? Penso em Machado de Assis, o Pelé entre nossos autores, que se dedicou a descrever os vira-latas habitantes de um país num tempo em que éramos ainda menores e ninguém olhava para cá.

Depois de Pelé, todos nós, Machado inclusive, pode ser visto, admirado, reconhecido.

Porque Pelé fez algo mais do que compreender o modo acanhado dos brasileiros estar no mundo. Ele o derrotou.

Sua morte nesta quinta-feira (29/12), aos 82 anos, é a maior derrota que jamais estivemos preparados para absorver.