Dia: 18 de dezembro de 2022

França aposta em continuidade para novamente ser campeã da Copa

Antoine Griezmann, Kylian Mbappe e Theo Hernandez durante as semifinais da Copa do Mundo. Foto: Juan Luis Diaz/Quality Sport Images/Getty Images
Antoine Griezmann, Kylian Mbappe e Theo Hernandez durante as semifinais da Copa do Mundo. Foto: Juan Luis Diaz/Quality Sport Images/Getty Images
buscar o terceiro título de sua história, o segundo consecutivo. A atual campeã mundial manteve a base de 2018 e confirmou o favoritismo no Catar, perdendo apenas uma partida na competição, na qual jogou com time reserva.
A França volta à final da Copa do Mundo para Nove jogadores que participaram da campanha há quatro anos atrás, na Rússia, foram convocados para ir ao Catar, e oito deles ainda seguem com a seleção: Hugo Lloris, Steve Mandanda, Alphonse Areola, Benjamin Pavard, Raphael Varane, Antoine Griezmann, Olivier Giroud, Kylian Mbappé e Ousmane Dembelé. Destes, apenas os goleiros Mandanda e Areola não são titulares, posição ocupada por Lloris. O lateral-esquerdo Lucas Hernández, campeão em 2018, chegou a entrar em campo, mas se lesionou na primeira partida da competição e deixou a delegação.

A continuidade do elenco e do técnico, Didier Deschamps, que comanda a seleção há 10 anos, é um dos principais trunfos dos franceses para ir em busca do segundo título seguido. Apenas duas vezes na história a Copa do Mundo foi vencida pela mesma seleção de maneira consecutiva, com a Itália em 34 e 38, e o Brasil em 58 e 62.

A própria França ao ser eliminada ainda na fase de grupos da Copa de 2002, apesar de ainda contar com boa parte do elenco campeão em 98, foi vítima da “maldição de campeã”, um mal acomete algumas equipes que após vencer uma competição não conseguem repetir o desempenho na edição seguinte. No Catar a ‘zebra’ passou longe da França, que se classificou com tranquilidade na fase de grupos. Os franceses ainda passaram sem dificuldades pela Polônia nas oitavas, e contaram com a infelicidade de Harry Kane para eliminar a Inglaterra nas quartas. Na semifinal nova vitória, desta vez sobre a surpresa da Copa, o Marrocos.

Sem precisar jogar prorrogações, ao contrário dos argentinos, a França chega à final para consagrar de vez a geração de Lloris, Griezmann, Varane, Giroud, e claro, Mbappé. Seria também o terceiro título para Didier Deschamps, campeão como jogador em 98 e como técnico em 2018. Ele ainda se igualaria ao italiano Vittorio Pozzo como único a conquistar mais de um título como treinadores.

França e Argentina se enfrentam neste domingo (18), ao meio-dia (horário de Brasília).

O “rebelde” Messi em busca da consagração em sua melhor Copa do Mundo

Messi comemora gol na Copa do Mundo. Foto: Clive Brunskill/Getty Images
Messi comemora gol na Copa do Mundo. Foto: Clive Brunskill/Getty Images
Lionel Messi chega a sua segunda final de Copa do Mundo em busca do único título que ainda lhe falta, entre clubes e seleção. Após uma sequência de derrotas em três finais seguidas, entre Mundial e Copas América, Messi conseguiu tirar os argentinos da seca de títulos com uma vitória sobre o Brasil, em pleno Maracanã, na final da Copa América do ano passado. E agora quer o título mundial para se colocar ao lado de Diego Armando Maradona no panteão dos maiores ídolos do futebol argentino.

Se a vida e carreira de Maradona fossem transpostas para uma forma artística, poderiam ser cantadas como se fossem um tango: intenso, vulnerável e dramático. Enquanto isso Messi se aproxima mais de um bom rock argentino, sempre muito correto e confiável, com alguns grandes arroubos de rebeldia.

Bom-moço fora dos campos, a personalidade de Messi sempre despertou comentários de que não seria o líder ideal para levar a Argentina adiante em qualquer competição. Foi questionado enquanto liderança e até como jogador, acusado de preferir jogar pela seleção da Espanha, país onde vive desde a adolescência e onde fez boa parte de sua carreira profissional. Não repetia as atuações pelo Barcelona quando jogava pela Albiceleste,

Foi então que a rebeldia juvenil tão representativa do rock deu as caras. Ainda em campo, em lágrimas, se “aposentou” da seleção ao perder a Copa América Centenário para o Chile, nos pênaltis, em 2016, um ano depois de ter perdido a mesma final para o mesmo adversário da mesma forma. Rebelou-se contra o técnico Jorge Sampaoli e liderou uma ‘revolta’ dos jogadores contra o comandante durante a Copa de 2018, com a imprensa argentina chegando a afirmar que era Messi quem escalava o time. Ano passado saiu do Barcelona, após 21 anos no clube, para se aventurar no futebol francês.

O jogador que provocou holandeses nas quartas-de-final e é capaz de fazer gestos provocativos diante do técnico da seleção rival é a versão Messi rock ‘n roll em seu estado puro. Se Maradona era Lanús, Buenos Aires, tango; Messi é Rosário, Santa Fé, rock.

Mural com os rostos de Messi e Maradona. Foto: LUIS ROBAYO/AFP via Getty Images
Mural com os rostos de Messi e Maradona. Foto: LUIS ROBAYO/AFP via Getty Images

A maior cidade da província de Santa Fé, Rosário deu ao mundo o camisa 10 que se mantém no topo há mais de 15 anos, que ganhou sete vezes o prêmio de melhor do mundo, mas também muito mais. De lá veio um dos maiores representantes do rock argentino, o cantor Fito Páez. E é das músicas do conterrâneo que Messi pode ter tirado algumas lições.

“Cada dia é uma oportunidade para sair à rua e enfrentar o vento. Os sonhos às vezes se realizam, dê tempo ao tempo”, diz a letra de “Tiempo al Tiempo”, do cantor rosariense.

E foi dando tempo ao tempo que Messi superou todas as dúvidas, as acusações de espanholismo, a pouca fé da torcida argentina em sua capacidade de liderar. É saindo para enfrentar o vento todos os dias que Lionel Messi, aos 35 anos, faz sua segunda final de Copa do Mundo, sempre correto, sempre confiável, mas com todos arroubos de rebeldia e genialidade necessários para encerrar qualquer discussão que permeie sua carreira na seleção argentina.

Jogando sua quinta Copa, Messi disse no Catar que essa será sua última partida em mundiais, mas, como bom rebelde, pode ser que mude de ideia a qualquer momento e apareça na Copa de 2026. Não seria nada mal.