Por Paulo Henrique
O segundo turno da eleição presidencial está sendo marcado pela polarização entre a DIREITA e a ESQUERDA, como muitos gostam de dizer. Eu, particularmente não sou um admirador dessas nomenclaturas que atribuem características egoistas aos dois lados da polarização.
É triste acompanhar todos os “radicalismos” de uma campanha que deveria ser a grande oportunidade de se falar do Brasil e suas realidades mil, que precisam ser repensadas com sabedoria e equilíbrio pelos nossos representantes políticos.
DIREITA e ESQUERDA não irão conseguir unir e pacificar o país, se continuarem a debater suas pautas egoistas e radicais, esquecendo de que o momento nos pede amor pela democracia, respeito aos diferentes e capacidade de diálogo com todos.
Fala-se muito de fascismo, comunismo, socialismo, populismo etc… E pouco se fala de políticas públicas, economia, desigualdade, políticas de moradia, preservação ambiental, harmonia entre os poderes, combate a corrupção, acesso a universidades e muitas outras agendas prioritárias para o país neste momento histórico.
As tão esperadas propostas, deram lugar às fake News que estão sendo divulgadas sem nenhuma censura.
O fato é que estamos em uma república fragilizada pelo sistema ultrapassado e enraizado, que não aceita reformas e nem se abre para mudanças leves e simples, mas que já iriam fazer uma grande diferença em tudo.
O Congresso já está totalmente definido e pelo visto a polarização egoista vai perdurar por quatro anos no parlamento; lugar de dialogar as mais variadas pautas do Brasil.
Um outro ponto preocupante nesta campanha, é a horrível exploração da fé e o esforço feito para usar o cristianismo como um ponto de convencimento de boa parte do eleitorado. A questão é tão grave e delicada que se a disputa perdurar por muito tempo, vão conseguir aumentar a distância entre católicos e evangélicos, disseminando mentiras sobre os dois seguimentos e sobre a CNBB, condenada por uma parcela pequena de eleitores, como uma Conferência de Esquerda. Um total absurdo e um desrespeito sem prescedentes com os bispos católicos do Brasil, que sempre defenderam a vida, os valores da família, o cuidado com os pobres, a não legalização do aborto, o cuidado com a natureza e os biomas do Brasil, enfim… Quando a CNBB fala de valores inegociáveis para a fé, ninguém exalta a atitude e a postura dos bispos, mas, quando a mesma Conferência levanta a sua voz para defender os pobres, os indígenas, o meio ambiente, o diálogo fraterno com todos, não faltam críticas para condenar a CNBB de comunista, esquerdista etc…
Vivemos um momento confuso, escuro e triste. Precisamos ter a coragem de falar e defender a nossa jovem democracia ameaçada e fragilizada. Precisamos votar, comparecer, escolher, opinar, participar, expor nossas ideias e pensamentos, respeitando a todos os que não pensam como nós. Se queremos o bem do Brasil, precisamos participar do processo e eleger um dos dois modelos de governo que estão diante dos nossos olhos.
Vote e participe!
Não se esquive da grande responsabilidade!
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