Dia: 3 de outubro de 2022

Eleitor cola teclas 1 e 3 de urna para impedir votos em Lula no interior de SP

Redação Notícias

salvador, bahia, brazil - july 31, 2018: electronic ballot box used in elections in Brazil and seen in the city of Salvador.
salvador, bahia, brazil – july 31, 2018: electronic ballot box used in elections in Brazil and seen in the city of Salvador.

Um homem está sendo investigado por colar as teclas “1” e “3” do teclado da urna eletrônica neste domingo (2), em Jundiaí, interior de São Paulo. O intuito é evitar votos no candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva.

O caso aconteceu na Escola Professor João Batista Curado, no bairro Jardim Tarumã, por volta das 9h. Por conta dos danos causados ao equipamento, a urna precisou ser substituída por agentes da Justiça Eleitoral.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), causar dano físico, propositadamente, ao equipamento usado na votação ou na totalização de votos ou a suas partes, é crime, com pena prevista de cinco a 10 anos de prisão e pagamento de multa.

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) divulgou boletim informando que 202 urnas precisaram ser substituídas até o momento em todo Estado, somente na capital paulista foram 85 equipamentos. Esse total corresponde a 0,17% das urnas colocadas para votação no Estado.

Jovem é preso por colar teclas de urna eletrônica em MS

mesmo caso aconteceu com um jovem, em Mato Grosso do Sul. Um eleitor de 22 anos, identificado como Gabriel Scherer da Costa, foi preso pela polícia neste domingo (2), em Campo Grande, por colar as teclas de uma urna eletrônica.

O rapaz utilizou uma cola instantânea e de alta resistência para prender algumas teclas da urna na faculdade Estácio de Sá.

Gabriel agiu e conseguiu escapar sem ser descoberto inicialmente, mas o delito foi percebido momentos depois, a Polícia Federal foi acionada e deteve o rapaz na casa dele.

“O eleitor saiu, e o eleitor seguinte que foi votar constatou que os teclados estavam colados, por isso não foi possível votar”, explicou ao g1 o juiz eleitoral Luiz Felipe Medeiros.

Logo após a constatação da colagem, a urna eletrônica foi substituída e a votação seguiu normalmente.

A urna danificada foi enviada pela Polícia Federal para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Lula e Bolsonaro vão para o 2º turno, veja votação por municípios

Anita Efraim

Sudeste: Em São Paulo e no Rio de Janeiro, Lula viu sua vantagem aumentar sobre Bolsonaro, que por sua vez ganhou terreno entre os eleitores de Minas Gerais. (Crédito: Editoria de Arte/Yahoo Notícias)
Sudeste: Em São Paulo e no Rio de Janeiro, Lula viu sua vantagem aumentar sobre Bolsonaro, que por sua vez ganhou terreno entre os eleitores de Minas Gerais. (Crédito: Editoria de Arte/Yahoo Notícias)
Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) irão para o 2º turno da eleição presidencial. O petista ficou com 47,85% dos votos validos, enquanto Bolsonaro teve 43,70%. Cerca de 97% das urnas estão apuradas.

Simone Tebet (MDB) teve 4,22% dos votos válidos, enquanto Ciro Gomes (PDT) teve 3,06%.

A votação do segundo turno acontece no dia 30 de outubro em todo território nacional e nas seções eleitorais em países estrangeiros.

Projeção de segundo turno

Segundo a projeção do Datafolha, no segundo turno, Lula aparece com 54% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro tem 38%. Foram ouvidas 12,8 mil pessoas, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, em 310 municípios de todas as regiões do país. O levantamento, que tem nível de confiança de 95%, foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-00245/2022.

Até o próximo turno, serão mais quatro semanas de campanha eleitoral.

Disputa entre Lula e Bolsonaro

Essa é a primeira vez na história da democracia brasileira em que um ex-presidente e um atual presidente da República se enfrentam.

O enfrentamento entre os dois poderia ter acontecido há quatro anos, quando Jair Bolsonaro foi eleito pela primeira vez. No entanto, o petista teve a candidatura impugnada, pois estava preso em decorrência da Operação Lava Jato. Condenado pelo ex-juiz Sergio Moro, o petista passou 580 dias preso e pode sair da cadeira em Curitiba após a anulação da sentença, decretada pelo Supremo Tribunal Federal.

Quando Jair Bolsonaro assumiu o posto de presidente da República, nomeou Moro como Ministro da Justiça e Segurança Pública. Os dois romperam em 2019, após tentativas de interferência na Polícia Federal por parte do presidente e Moro deixou o governo. Mas, em 2022, o ex-juiz tentou uma reaproximação, com o objetivo de fazer oposição a Lula.

Sem a candidatura do petista, Fernando Haddad (PT) assumiu o cargo e foi ao segundo turno, quando perdeu a eleição para Bolsonaro. Em 2018, Jair Bolsonaro foi eleito pelo PSL com 57,8 milhões de votos, 55,1% dos válidos, enquanto Haddad teve 44,87%, com 47 milhões de votos.

Eleito em 2018 com Hamilton Mourão como vice, Jair Bolsonaro escolheu Braga Netto como vice em 2022. Já Lula tem Geraldo Alckmin, agora no PSB, no posto. Confira aqui na UOL – todas as votações de todos os cargos inclusive por estados e municipios.

“A Justiça Eleitoral cumpriu sua missão de garantir segurança e transparência às eleições”, conclui Moraes

Presidente do TSE concedeu entrevista coletiva a jornalistas na noite deste domingo (2), após o encerramento da votação deste 1º turno das Eleições 2022.

Foto: LR Moreira/Secom/TSE -Entrevista coletiva Ministro Alexandre de Moraes ao final do 1º turno -02.10.2022

“Chegamos ao final deste dia com a certeza de que a Justiça Eleitoral cumpriu novamente a sua missão constitucional de garantir segurança e transparência às eleições”. Com essas palavras, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, abriu a entrevista coletiva de encerramento do primeiro turno das Eleições Gerais de 2022, na noite deste domingo (2).

Ele agradeceu a presença de diversas autoridades – entre elas, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; o presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco; o procurador-geral da República, Augusto Aras; e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti – e de representantes de instituições públicas e privadas nacionais e internacionais que acompanharam os trabalhos da Justiça Eleitoral durante todo o dia de ontem.

Moraes lembrou o trabalho conjunto de mais de 1,8 milhão de mesários, 22 mil servidores da Justiça Eleitoral, além de milhares de juízes eleitorais e membros do Ministério Público Eleitoral, que, segundo o ministro, foram os responsáveis pelo sucesso da realização do primeiro turno de votação de maneira tranquila e ordeira em todo país.

Para o presidente do TSE, a imprensa desempenhou um papel preponderante para que a Justiça Eleitoral pudesse se comunicar com as eleitoras e os eleitores e informar sobre o Teste de Integridade, o projeto-piloto com biometria e a introdução do novo modelo de urnas eletrônicas, entre outros tópicos. “Ou seja, para tornar ainda mais transparente o que sempre foi transparente. Para mostrar que é seguro o que sempre foi seguro. Para mostrar que as urnas eletrônicas representam exatamente, no Boletim de Urna, a vontade popular que foi digitada em cada uma das seções eleitorais”, disse.

“Se podemos afirmar que houve vencedores neste dia, eu diria que são dois: a sociedade brasileira, que demonstrou novamente maturidade, consciência, tranquilidade e harmonia para votar; e a Justiça Eleitoral, com a sua competência, agilidade, seriedade e total transparência na apuração e divulgação dos votos”, concluiu, antes de uma longa salva de palmas.

Abstenções, nulos e brancos

Alexandre de Moraes informou que a abstenção registrada neste primeiro turno seguiu a média de 20% que vinha ocorrendo em pleitos anteriores. Neste 2 de outubro, cerca de 20,89% dos eleitores não compareceram às urnas, um número um pouco menor que o das Eleições Municipais de 2020, que foi 23,15% – valor que, à época, foi atribuído à votação em plena pandemia de Covid-19.

O ministro também destacou o registro, neste primeiro turno das Eleições 2022, do menor índice de votos em branco e nulos desde 2014. “Nós tivemos metade dos votos em branco e nulos, por exemplo, das eleições de 2018”, comemorou. Segundo o presidente do TSE, este ano,foram registrados 4,20% de votos em branco e nulos, ao passo em que, em 2018, esse índice chegou a atingir 8,8%. “Ou seja, aproximadamente 7,5 milhões de pessoas a mais que compareceram para votar em candidatos”, estimou Alexandre de Moraes.

Ele considerou que essa mudança no comportamento das eleitoras e dos eleitores pode ser atribuída à polarização política que se registra neste período eleitoral, e que isso pode ter sido uma das causas das filas que se registraram em várias seções de votação pelo país. Segundo o ministro, tal fato pode ter se dado porque, em vez de votar rapidamente nulo ou em branco, neste domingo, essas pessoas votaram nos cinco cargos em disputa. “É um dado interessantíssimo, porque representa uma maior participação efetiva na escolha dos dirigentes do país”, considerou.

Não houve, segundo o ministro, ocorrências graves em relação a questões político-ideológicas, tampouco problemas para votar com os que compareceram às seções, ou atrasos na totalização dos votos, que começou às 17h em ponto.

RG/LC