Quando vão queimar os livros?
* Levon Nascimento
Logo pela manhã, li a notícia de que a Secretaria de Educação do Estado de Rondônia havia enviado ofício sigiloso às bibliotecas escolares ordenando que obras literárias dos grandes mestres brasileiros fossem retiradas de circulação.
Dentre os autores: Machado de Assis, Nelson Rodrigues, Euclides da Cunha, Osvald de Andrade, Rubem Braga, etc. Explicito: até o maior escritor da Língua Portuguesa, o “mulato” Joaquim Maria Machado de Assis!
Em que pese o recuo do secretário de educação rondoniense, após vazado o ofício sigiloso, é bom lembrar a quem não sabe que o governo de Rondônia está alinhado ao pensamento de Jair Bolsonaro e ao famigerado Escola Sem Partido, batalha fanática de extrema-direita que apregoa o risco de um tal de marxismo cultural, simplesmente inexistente.
Para essa gente, qualquer arte e pensamento crítico é comunismo. Eles odeiam a inteligência.
Também é preciso ressaltar que toda ditadura proíbe a leitura de livros que considera oponentes à sua ideologia. É na democracia que há liberdade para o pensamento e a expressão. Estamos em ditadura no Brasil?
Que se ressalte que o governo Bolsonaro planeja financiar apenas peças teatrais e obras cinematográficas que falem o seu idioma fundamentalista. Volto a perguntar: estamos numa democracia?
Porém, o que mais me admirou na notícia é que no tal ofício de Rondônia havia uma ordem expressa para que “todos os livros de Rubem Alves” fossem suprimidos. Continue lendo
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