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RECORDAR É VIVER

 

Decorações na Av. Brasilia em Condeúba com destaque para o formato de um enorme balão circulado pelas bandeirolas vermelhas ao fundo. Uma criação do artista plástico condeubense Filinto.

Recordar é viver, esse é um provérbio Português: Por isso, vamos usar desse expediente luso, para relembrar com muita alegria e por que não dizer, com bastante saudade os grandes momentos dos São João e São Pedro passados, com as rezas e crendices ao acender as fogueiras às 18:00 horas do dia 23 de junho, ouvindo as musicas juninas nas vozes de grandes interpretes, as exibições das grandes quadrilhas juninas, as leituras de poesias em cordel, se referindo às fogueiras de São João e São Pedro. Revendo os enfeites das ruas, praças e residencias, a confecção e montagem de todos os enfeites, que por sua vez concretiza o que foi antes planejado.

Os forrós tomam conta desse período junino, quer seja, nas praças, clubes ou residencias, o baile está formado num só ritmo de forró. Sempre acompanhado da deliciosa culinária baiana, uma vez que as festas juninas tem suas iguarias especiais como pipoca, canjica, amendoim torrado e cozido, pamonha, mingau, milho assado, cuscuz, bolo de fubá de mandioca, quentão chá de amendoim entre outros. Tudo isso é comemorado com muitos fogos do tipo traques, bombinhas, chuvinhas, cobrinhas, pega-moleque, bombas e foguetes de rabo, queimas de fogos de artifícios e também nas grandes praças, tem se o hábito de fazer a queima da nega maluca.

MEIO SÉCULO: Relembrando as festas juninas há mais de 50 anos atrás, quando os festejos eram comemorados só nas residencias, então as arrumações para esperar a fogueira eram enormes, as pessoas programavam o ano inteiro para a chegada do dia de São João ou no caso dos viúvos São Pedro. Já começava no inicio do ano esperando os rios abaixar a água e secar os brejos para plantar milho e feijão, para fazer a festa de São João.

As fogueiras eram retiradas no mato, sendo o surucucu a madeira predileta para a fogueira queimar por inteiro. Depois de tirada era puxada com carro de bois 10 dias antes do São João, neste período era  também, providenciado a lenha para acender fogo no forno, que depois de quente tinha que varrer com ramos de madeira nova,  usava se folha de bananeira para assar o famoso biscoito de vela, nas assadeiras os biscoito do tipo chiringa, biscoito de sal, manuê, bolos, frango, pernil, lombo e outros. Grandes recordações maravilhosas, eramos felizes e sabíamos disso, pois participávamos de tudo. E VIVA SÃO JOÃO!!!

PANDEMIA: Nos anos de 2020 e 2021 foram retirados do povo do mundo inteiro, o direito de participar de quaisquer tipos de festas, por conta do coronavírus a covid-19, que nesse período tem avassalado a humanidade, matando mais de qualquer tipo de guerra já existente. No Brasil até a presente data 23/6/2021 já morreram mais de 502 mil pessoas, em Condeúba já foram 20 mortes. Enquanto não ser vacinado toda a população, não podemos voltar às nossas atividades normais com segurança, principalmente as festas que geram grandes aglomerações de pessoas. Este ano de 2021 ainda teremos que usar mascara, lavar sempre as mãos, usar álcool em gel, manter o distanciamento entre as pessoas e evitar aglomerações. Que o Senhor São João nos ajude a vencer essa terrível pandemia. AMÉM!!!

Veja abaixo fotos e decorações das festas juninas: Continue lendo

Historiador baiano fala da origem das festas juninas, importância na cultura popular e devoção a santos

Foto: Divulgação

Mesa farta com comidas típicas do Nordeste, licor, fogueira e forró são alguns dos elementos do São João. Embora haja, no formato em que a festa é conhecida, fortes características brasileiras, os festejos juninos são de origem portuguesa, como explica o historiador baiano Manoel Passos. “O São João é uma festa de origem portuguesa, quem nos colonizou.

Ela veio da Península Ibérica, quer dizer, tem a origem bíblica. O grosso da comemoração vem de Portugal”, conta. Apesar da origem portuguesa e católica, os festejos também trazem características francesas, com as quadrilhas, além das adaptações do Brasil. “As quadrilhas, apesar de serem de origem francesa, passaram por uma adaptação, uma estilização ao Nordeste, ao Brasil. Anarriê, por exemplo, é uma palavra francesa. Mas a gente introduziu [na quadrilha] o ‘olha a chuva’, ‘olha a cobra’ e as coreografias da quadrilha. Então, todos esses elementos compõem essa celebração desses festejos”, conta.

O historiador também explica sobre o surgimento da fogueira e a relação com o catolicismo. Segundo ele, a fogueira é um símbolo de São João porque Isabel, irmã de Maria, precisou de madeira e fogo para fazer um anúncio. “Maria, mãe de Jesus Cristo, com a prima dela, Isabel, combinaram que quando João Batista nascesse, Isabel acenderia uma fogueira para avisar a Maria sobre o nascimento. Essa é a origem da fogueira”, detalha.

Foto: Arquivo Pessoal

O historiador detalha que a devoção a Santo Antônio, São João e São Pedro, presentes no catolicismo por causa do colonialismo português, até hoje são destaques na cultura popular do Brasil, principalmente no Nordeste. “[São João] é uma comemoração eminentemente católica, que faz referência aos santos nas festas juninas: Santo Antônio, São João e São Pedro. Mas quando [a festa] chega aqui no Brasil há um processo de estilização, é um comemorar praticamente da colheita”, explica.

“É uma festa caipira e algumas coisas foram acrescidas. A quadrilha é de origem francesa, a música é o forró, que tem origem do Nordeste. Aí você já vai pegando essas questões culturais. E como é que se comemora? Os licores são específicos, típicos da comemoração dessas festas juninas especialmente os mais famosos, como licor de jenipapo”, conta.

Ainda sobre os elementos da culinária junina, o historiador destaca outras iguarias. “O amendoim cozido é bem específico daqui. A gente conhece amendoim seco em toda parte do mundo, mas cozinhar é daqui. O milho, a gente [do Nordeste] come de todas as formas, milho assado, milho cozido, canjica, cuscuz, pamonha. Tudo isso, todos esses elementos, fazem parte desse cardápio junino. Por isso que eu digo que é uma festa da colheita”, diz.