Não se deve discutir religião e política?
Por Levon Nascimento
Abraçar uma luta política, quer num partido ou noutro tipo de organização social, é escolha livre, eticamente direcionada e ideologicamente fundamentada. Isto é para pessoas corajosas e transformadoras, o que não as livra, e às suas organizações e escolhas, de equívocos e contradições.
Um partido político, um movimento social ou uma ONG são formados por gente. Humanos que pensam, divergem, erram, acertam, caem e se levantam.
Diferentemente da religião, que exige uma crença em dogmas (verdades absolutas), onde fé é lei e a dúvida é pecado, a política é o espaço do questionamento, da crítica e da contradição civilizada (ou não).
Ainda assim, a religião se organiza no íntimo dos indivíduos, mas se estrutura também em entidades coletivas: as comunidades conhecidas como igrejas, os grupos em torno das sinagogas, das mesquitas, dos terreiros, das casas espíritas, etc.
Assim como na política, igrejas são grupos de pessoas que discordam ou convergem. O problema é que, na maioria das vezes, há um espírito autoritário na religião que vê essas características tão naturais da inteligência humana como coisas negativas e as tenta esconder sob o véu da infalibilidade da fé e como desobediência à vontade de Deus. Continue lendo
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