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Lula diz que assume Casa Civil na quinta, caso STF aprove

Em manifestação pró-Dilma realizada neste sábado, em Fortaleza, Lula discursou rapidamente e afirmou que pretende assumir a Casa Civil. “Na próxima quinta-feira, se tudo der certo, se a Corte Suprema aceitar, eu estarei assumindo o ministério. Eu volto para ajudar a companheira Dilma”.

Indicado para comandar uma das pastas mais importantes do governo, o ex-presidente chegou a tomar posse, mas não pôde assumir o cargo por causa de uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Mendes entendeu que houve “desvio de finalidade” na indicação feita por Dilma.

Para ele, a presidente nomeou Lula para que ele deixasse de ser investigado e julgado na primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, já que ministros de Estado têm foro privilegiado no STF. A decisão de Gilmar Mendes será submetida ao plenário do Supremo.

No pronunciamento, o ex-presidente não chegou a mencionar diretamente a Operação Lava-Jato ou as investigações que ligam o petrolão e o mensalão ao caso do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002. No entanto, voltou a afirmar que não é dono de um tríplex no Guarujá e de um sítio em Atibaia. “Eles inventam que eu tenho tudo isso”, ironizou.

Michel Temer, do PMDB, não escapou das críticas de Lula. “Como constitucionalista, como professor de Direito, Temer sabe que o impeachment é golpe”, disse. Alfinetando o vice-presidente, que assume a presidência caso a impedição de Dilma se concretize, o petista afirmou que “a forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar derrubar um mandato legal”.

Além do ex-presidente, também falaram os governadores Camilo Santana, do Ceará, e Wellington Dias, do Piauí – ambos do PT. Lula encerrou seu discurso dizendo: “Cunha, Temer, não vai ter golpe”. Cerca de 2.000 pessoas participaram da manifestação, de acordo com a organização.

Aos gritos de ‘Fora PT’, PMDB deixa governo em reunião de três minutos

O PMDB oficializou, nesta terça-feira (29), o desembarque da sigla do governo Dilma Rousseff. A decisão foi tomada por aclamação, em reunião que durou menos de três minutos, e foi liderada pelo vice-presidente do partido, o senador Romero Jucá (RR).

A moção aprovada determina a entrega de todos os cargos ocupados por membros do PMDB no Executivo, além da instauração de processo no Conselho de Ética do partido contra quem permanecer no cargo. Os parlamentares presentes à reunião entoaram gritos de “Fora PT” e “Brasil, para frente, Temer presidente”.

A tomada de posição foi articulada pelo grupo do vice-presidente Michel Temer.
Com a decisão sacramentada, ministros peemedebistas já se preparam para deixar a Esplanada dos Ministérios. A decisão foi tomada após reunião realizada entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o “último bastião” do governismo no PMDB.

Temer não estava presente na reunião que oficializou o desembarque. Os ministros peemedebistas também não compareceram. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sentou-se ao lado de Romero Jucá. Na segunda-feira (28), Cunha havia saudado a saída do partido do governo, dizendo que a partir de agora a sigla seria “independente”.

Apesar dos apelos da presidente Dilma e de seu antecessor, Lula, o Planalto não conseguiu conter a tendência de debandada do PMDB, agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para Rui, oposição cria convulsão social ao ‘jogar gasolina’ no país

Após a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula terem parte das conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal e divulgadas pela imprensa na quarta-feira (16), o governador da Bahia, Rui Costa, condenou a ação. Para o petista, a iniciativa faz parte de uma intenção da oposição de criar uma convulsão social no Brasil.

“Grampear a presidenta da República? Não há democracia que se coloque de pé com isso, não há! Isso é um absurdo completo, para criar uma convulsão social no país, jogar gasolina. Milhares de pessoas precisando trabalhar, precisando sustentar suas famílias e quem tem estabilidade no emprego, com salários altos, que tem obrigação de ser sereno, de cuidar da lei e do povo, fica jogando gasolina ao invés de baixar a poeira”, exaltou-se.

Em entrevista na Rádio Sociedade, nesta quinta-feira (17), o governador defendeu ainda as apurações antes dos julgamentos antecipados como meio de respeitar a democracia. “Quero reiterar, junto com outros governadores do Nordeste, o pedido de bom senso e que o Supremo Tribunal Federal (STF) garanta a legalidade neste país”, pontuou.

 

Lula é nomeado como Ministro da Casa Civil

A nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo ministro da Casa Civil foi publicada no início da noite desta quarta-feira (16) em edição extraordinária do Diário Oficial da União. Além da nomeação de Lula, a edição traz ainda a criação de um novo ministério, o do Gabinete Pessoal do Presidente da República, que será ocupado por Jaques Wagner (PT), agora ex-ministro da Casa Civil.