Ferreira Gullar: espanto imortalizado nas palavras ditas
Por César Rasec
Para quem vive no mundo da poesia, a morte de Ferreira Gullar representa mais uma baixa, e grande, na corroída cultura letrada brasileira. Veremos alguns detalhes dessa baixa, nas próprias palavras de Gullar.
Em entrevista para a Revista Civilização Brasileira, em 1965, Gullar disse que “a poesia serve e tem servido para muita coisa: carreira política, ‘papar’ mulher, obter emprego, não se matar, conhecer os outros, ser feliz, alienar-se, conscientizar-se, suicidar-se… (…). À medida que o mundo evoluiu, a poesia o acompanha e se adapta às novas condições.
Não resta dúvida de que o surgimento dos meios de comunicação de massa e a própria cultura de massa deram a outras artes, que não a poesia, papel preponderante no mundo de hoje. Mas, mesmo assim, a poesia continua a ter o seu papel, que a torna mais ou menos importante de acordo com as circunstâncias. Evidentemente, a poesia só poderá ter função no mundo moderno se ela falar dele, se se voltar para os problemas, as lutas e as perplexidades do homem de hoje”. Continue lendo
Comentários